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Novo projeto - super fonte de bancada inteligente (microcontrolada, digital e ainda sem nome)

Como mencionei lá na página 'produção', a fonte de bancada F5812ADJ está cansada e uma novíssima já se encontra em desenvolvimento. O projeto está a toda e já tenho praticamente todo o programa dela escrito e testado, restando pequenos ajustes que virão com a montagem final dela em gabinete. Por isso achei que já era hora de criar o post desse novo projeto para gravar os logs como antigamente, e também para me guiar no curso atual.

Ainda não tem nome, modelo ou coisa que o valha. Mas já temos algumas características a mencionar:

  • Fonte de alto poder com filtros AC, grande reserva de potência e regulagem ativa controlada digitalmente via ATMEGA;
  • Controle fino de seleção de tensão e amostragem em display LED dedicado;
  • Proteção ativa e rápida contra curto-circuito, carga excessiva (overload) e alta temperatura que desliga a carga, gera alertas sonoros e visuais e em condição de alta temperatura de operação também aciona ventilação forçada (cooler) para resfriar rapidamente todo o sistema (o cooler não é utilizado durante operação normal, apenas em modo de proteção);
  • Alertas sonoros e visuais para todos os eventos;
  • Chaves de seleção de tensão com dupla função: chave para aumentar tensão, chave para diminuir tensão e quando pressionadas simultaneamente, resetam a saída da fonte para seu estado inicial (menor tensão ou zero);
  • Modo de espera (stand by) que mantém sistema pronto para uso com baixíssimo consumo de segundo plano (permite corte da alimentação AC via chave traseira para longos períodos sem uso); somente stand by
  • Cooler de alto rendimento para condições de alta temperatura permite ao sistema uma rápida recuperação do seu estado normal de operação (acionado somente em modo de proteção contra alta temperatura);
  • Ground separado do terra da carcaça (selecionável);
  • Operação em 127V ou 220V selecionável internamente; somente 220V
  • Tamanho reduzido e gabinete com ventilação natural estendida;
  • Dissipação de calor superdimensionada em todos os componentes críticos;
  • Componentes superdimensionados (claro!);

Por enquanto são essas as características ** iniciais ** do projeto, podendo ser alteradas, subtraídas ou adicionadas funções e melhorias.

** 29/08/2020 ---------------------------------------------------------------

Algumas alterações no projeto:

  • Corrente aberta (sem ajuste) com amostragem em display LED dedicado;
  • Transformador dedicado para potência de 16V + 16V x 5A;
  • Alimentação da parte lógica, sensores, proteção (relé, cooler etc.) dedicada;
  • Etapa de potência superdimensionada (5x maior do que a corrente máxima da fonte);
  • Reserva de potência de 18,800µF;
  • Diodos da etapa retificadora dimensionados para 8A 12A; selecionados 6A2
  • Display de operação (tensão e corrente) conjugado para montagem em painel;
  • Gabinete metálico, totalmente blindado, com boa ventilação natural e terra isolável do GND da fonte (útil em algumas situações);
  • Cabo de força padrão novo reforçado;
  • Algumas melhorias no código, em destaque as proteções e tempos de atuação dos sensores;

** 06/09/2020 ---------------------------------------------------------------

Hoje foi dia de furar o gabinete e começar a alinhar os componentes maiores: os dois trafos (potência e acessórios/lógica) e o dissipador de calor principal, que é bem parrudo e dissipa todos os reguladores e transistores do projeto. Um único dissipador para tudo, sim. Dessa forma consigo monitorar a temperatura de trabalho com um único sensor, otimizando meu bloco de códigos e compactando mais ainda o projeto, que conta com um gabinete bastante apertado e dissipação passiva.

Com a folia dos Correios em greve, ainda não recebi alguns componentes do painel e não pude iniciar as furações e definições dele. Também instalei os circuitos retificadores - que na potência, conta com diodos 6A2 e uma super filtragem - e fixei os filtros de entrada AC e o relé do liga/desliga. Esse relé - acho que ainda não havia mencionado - é quem alimenta (AC) o trafo da potência, sendo o responsável por cortar a energia elétrica dele quando o sistema entra em stand by, tornando o consumo de espera extremamente baixo - só fica ativa a fonte de acessórios/lógica. Dessa forma, além de reduzir drasticamente o consumo de espera, também poupa todos os componentes ativos como o transformador, os diodos, o banco de capacitores etc.

Dentro dessa session, também cuidei de manter isolados o GND da carcaça (comum) e o terra que vem da tomada, como já mencionei anteriormente. O que ainda fiquei devendo é se essa comutação será via chave no painel ou na traseira da fonte, e qual tipo de chave será essa. E como não poderia ser diferente, quebrei mais uma broca.

Além do painel que não pude trabalhar por causa dos Correios, preciso de um cabo de força decente para a fonte.

** 14/09/2020 ---------------------------------------------------------------

Dia de passar cabeamento pelo gabinete, interconectar os circuitos e de testar a potência. Tudo correu como previsto no papel, potência testada assim como os reguladores e demais drivers acionadores. Aproveitei para fixar o cooler da proteção térmica, testar o seu acionamento e também já fixei a placa lógica ao gabinete. Com sorte eu recebo essa semana algumas coisas dos Correios para dar prosseguimento ao projeto. 
 
** 26/09/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Depois de muita espera, consegui resgatar as peças numa agência dos Correios... Já furei o painel frontal para encaixar o voltímetro/amperímetro e selecionei os dois LEDs frontais principais, indicadores das funções e status. São dois LEDs bicolores, um indicando status e o outro indicando se a fonte está ligada ou em stand by. Finalmente vou poder tocar o projeto novamente!

** 27/09/2020 ---------------------------------------------------------------

LEDs, display, botões power e de seleção de tensão afixados, fiação passada. Agora é interconectar a lógica ao conjunto e iniciar os testes práticos. 
 
** 29/09/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Cabeamento do painel frontal interconectado à placa lógica e de controle. Fiação extra para os componentes ativos passados e agora é a parte que vai ficando mais divertido: ligar tudo e otimizar o código.  

** 04/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Tudo interconectado e primeiro teste com carga executado com sucesso. Preciso rever o alinhamento dos componentes no dissipador, alguns estão com deficiência na dissipação de calor. Também configurei a porta serial que permite gravação de programa diretamente na fonte, sem retirar o ATMEGA, utilizando a placa Arduino Uno. Isso ajuda bastante a atualizar e otimizar o programa sem ter que ficar retirando e colocando de volta do ATMEGA.
 
Estou próximo de finalizar o projeto, faltando apenas alguns ajustes e correções.

** 12/10/2020 ---------------------------------------------------------------

Dia de ajustes. E de modificações na etapa de potência, que tinha uma queda de tensão grande quando  se aumentava a corrente. Problema resolvido. Já estou na etapa final, faltam poucos detalhes pra acertar como o disparo das proteções de overload e temperatura. No mais, a fonte me parece mais um projeto grandioso. 
 
** 15/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Desconfio que os diodos ou o trafo da potência estejam com alguma deficiência na entrega de corrente, porque depois dos testes do dia 12/10 a tensão passou a cair bastante novamente. Em suma, vou testar o circuito regulador com uma fonte externa para verificar se meu trafo/retificador está bom.  

** 16/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Como diriam no Hackaday, FAIL OF THE WEEK! Levantando meu esquema elétrico do circuito regulador - depois de rever meu trafo e retificadores de alta corrente - notei uma deficiência absurda na regulação quando em carga a partir dos 2A. Impensável para um trafo da Comando de 16V + 16V que entrega até 5.4A, comprado há uns 3 anos.

Solução: a simplicidade é sempre a melhor solução. Vou utilizar o bom e velho potenciômetro para fazer a regulagem da tensão e deixar de lado a seleção digital da tensão. Vai me poupar tempo - já que preciso muito que essa fonte seja concluída por conta de projetos parados na bancada - e estabelecer ainda mais confiabilidade ao projeto. No fim, foi até bom dar essa zebra aí: imagina ter na saída da fonte um circuito complexo de alta corrente alimentado com 5V; agora imagine uma falha na regulação digital que faça com que a potência abra toda a tensão disponível na saída. Imaginou? Pois é. Dificilmente isso vai acontecer se a regulação for feita pela boa e velha eletrônica.

Por fim, todas as demais funções atribuídas ao microcontrolador permanecerão (power, cooling, temp, overload etc.) ficando de fora somente essa função da regulação digital. Ontem fiz o teste de carga com o circuito da potência sendo regulado por potenciômetro e nenhuma queda de tensão relevante foi notada, tudo dentro do esperado - algo na ordem de 12.2V que caiu para 12.0V o que é mais do que normal para uma carga máxima de 5.4A. No mais, agora a coisa fica pronta!

** 18/10/2020 ---------------------------------------------------------------

Reta final! Finalmente afinei o circuito de potência e conseguir tirar corrente mais que suficiente para a grande maioria dos projetos. A fonte antiga tinha uma corrente máxima simultânea de 3A, mas limitada em 1A por linha de regulagem, o que me deixava na mão às vezes em alguns projetos e testes.

O trafo promete até 5.4A com alguma queda pouca de tensão, mas como sigo fielmente as premissas diyPowered não vou fazer o carinha aquecer muito: limitei a corrente máxima final para 4.2A, entrando em proteção a partir dos 4.33A ou em pico. Também modifiquei a etapa de potência e passei a utilizar transistores Darlington porque são robustos, possuem um ganho absurdo e são altamente confiáveis. Também finalizei o painel frontal adicionando a chave LIFT/GROUND que permite conectar ou desconectar o comum da fonte ao terra da rede elétrica. Fiquei muito satisfeito com o desempenho da fonte, agora que o hardware foi finalizado. Adiante, virão os testes de temperatura com o gabinete fechado, para ver como se comporta o sistema. O projeto é tão completo que talvez mereça um vídeo à moda PROCATER e afins, vamos ver. 
 
** 25/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Potência redondinha, tudo muito afinado. Mas surgiu aquele probleminha clássico de dissipação a partir dos 3A. O dissipador é parrudo mas temos ali transistores Darlington, né. Nem preciso dizer o quanto aquecem. O gabinete é pequeno, o projeto é compacto (como quase sempre) e a partir dessa corrente ele aquece bastante, não chega ao ponto de entrar em modo proteção mas chega perto. Daí a solução vai ser: a partir da temperatura X o cooler começa a girar muito devagarinho só pra circular ar dentro do gabinete, aumentando gradativamente essa rotação em relação ao aumento da temperatura. Em algum momento haverá um equilíbrio térmico entre o calor gerado e a circulação do ar, tornando o funcionamento do cooler silencioso e quase imperceptível. Não é a melhor solução, mas dentro do pouco espaço físico que tenho e para manter a fonte funcionando dentro de uma temperatura aceitável, se torna uma boa opção. Lembrar de dimensionar mais o dissipador quando usar Darlington...
 
No mais, daqui a pouco ela dá as caras aqui no site. 

** 29/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Done! Ajuste fino via termistor (o segundo, de acionamento raiz, sem passar pelo ATMEGA) para excitar a potência do cooler e fazer com que o ar circule a partir do aquecimento extra do dissipador principal. Ficou bastante eficiente, sem barulho e sendo desligado após baixar a temperatura interna. Mais adiante já crio a postagem sobre ela, e vai dar assunto!

Quanto ao nome da criação, ando bastante sem criatividade...

** 02/11/2020 ---------------------------------------------------------------

Como adaptar fones de ouvido a (quase) qualquer equipamento?

Pode parecer simples para quem já está na área há alguns carnavais, mas muita gente não sabe por onde começar. Recebi um e-mail do Marcio (olá!) esse final de semana onde ele diz ter uma TV Semp igual àquela minha e que gostaria de saber como adaptar uma saída para fones de ouvido nela. Mas nas suas próprias palavras, ele não tem a menor noção de como fazer isso. Então, Marcio, vamos a um tutorial básico!

Primeiramente, você vai ter que comprar em alguma loja de componentes eletrônicos (ou utilizar algum de sucata) um plug P2 (dos pequenos, iguais aos de fones de celular) ou P10 (aquele formato grande que chamam de 'banana') fêmea estéreo. Esse padrão do plug (P2 ou P10) depende do fone de ouvido que você pretende usar. Seja qual for o padrão adotado, é importante que o plug possua um formato que permita a fixação em painel, seja por rosca ou por encaixe, senão você terá que colar e isso atrapalhará futuras manutenções. Também compre dois resistores de 120R 1/4W. Importante esse plug possuir chave integrada, não é difícil encontrar, porque precisamos dela para comutar entre os fones e os falantes da TV, fazendo a função de desligar os falantes quando o fone é plugado e religá-los quando os fones são desconectados. 

De posse desse plug (que constitui 80% desse projeto!), vamos iniciar os trabalhos. Defina onde você vai fixar esse plug para os fones, antes de qualquer coisa, e já faça a furação. Feito isso, aquele chicote dos falantes vai ter que ser cortado e cada ponta soldada de acordo com o esquema. Não tem mistério aqui. Aquelas chaves de seleção podem parecer complicadas, mas usando um multímetro na escala de continuidade você poderá identificar facilmente a posição em que elas se encontram sem ter o fone conectado. Solde os resistores seguindo o esquema (a saída da chave que vai para os fones deve estar aberta, e quando se conecta o fone ela se fecha passando som para os fones e cortando os falantes) e fixe o plug onde você furou no gabinete da TV. Antes de ligar a TV, meça todas as conexões entre os cabos positivo e negativo dos falantes, tanto com o fone plugado quanto desplugado e certifique-se de que não há curto-circuito. Não tenha pressa de testar: melhor 'perder' cinco, dez minutos conferindo o circuito do que danificar o equipamento. Se tudo foi seguido à risca, deve funcionar de primeira sem complicações.

Importante lembrar que trabalhar com TVs (e com outros equipamentos também) pode ser perigoso devido às tensões altíssimas que são encontradas em diversos pontos, além das áreas vivas, que não possuem qualquer isolamento da rede elétrica. Tome precauções também nas conexões para não criar um curto na saída do amplificador que, dependendo do tipo, poderá queimar instantaneamente. Não me responsabilizo por quaisquer danos ao equipamento e tampouco por possíveis acidentes que por ventura ocorram. Tome todos os cuidados e descarregue os circuitos antes de qualquer procedimento.

O esquema pode ser alterado para trabalhar com outros equipamentos também, sem qualquer problema, com as devidas alterações dos valores de R1 e R2. É possível utilizar em TVs e equipamentos com saída mono seguindo o esquema em anexo. Espero que seja de grande ajuda!


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Instalando LEDs nas portas do QQ (painel de controle dos vidros)

Outra session.

Recentemente descobri que NENHUMA das portas do QQ possui iluminação nos controles dos vidros - não sei o nome correto, então vamos chamar de painel das portas - e acabei buscando por aí mais informações sobre o carrinho. Achei um fórum onde alguém desmontou esse painel (do lado do motorista) e encontrou uma placa já com todas as furações e pronta para instalar os LEDs. Mas por que a Chery não fez isso na fábrica, gente?! Uma mísera economia de um punhado de LEDs e resistores... Obviamente que se trata de uma vaidade, um plus, uma besteira, mas enfim. Depois da minha grande decepção com o acabamento (ou a falta dele) de um Onix Joy ZERO, essa questão dos LEDs do QQ fica distante de ser relevante.

Resumindo para não ficar chato: é muito fácil mexer nesse carro, é literalmente um fusca chinês. Um único parafuso prende esse painel à porta, o resto é encaixe. Desmonte tudo com muito cuidado para ter a placa na mão. Depois, não tem erro: solde LEDs de alto brilho de 3mm (escolhi verdes, mas dá para usar qualquer cor) e resistores entre 330R a 560R de acordo com esses LEDs - não precisa ser resistor SMD, pode ser daqueles bem pequenos, menores que os de 1/8W que cabe tranquilamente na hora de fechar o conjunto. Monte tudo de novo com o mesmo cuidado e pronto. 

Esses LEDs da porta variam o brilho juntamente com as luzes do painel de comandos central e backlight do display, ajustando ali naquele potenciômetro que fica ao lado da chave do farol.

Para colocar nas outras portas, o processo é o mesmo, mas requer mais habilidade porque é preciso dessoldar o conector da placa. Isso se faz necessário porque o resistor que você precisa adicionar fica embaixo desse conector. 










 


Como instalar sirene (ou buzina) na central de alarme do Chery QQ

O título dessa postagem é exatamente (ou quase) o termo de pesquisa mais digitado pelos donos dos QQ's. Mesmo com toda economia do projeto desse carrinho (e olha que fizeram milagre) ainda tinham que tirar a sirene do alarme??! Mas vamos lá porque não tem mistério nisso, mas não quer dizer que você não terá que meter a mão e fazer você mesmo. 

Há duas maneiras de se fazer isso. Uma, a mais simples, é utilizar uma sirene padrão comercial dessas de alarme residencial, que custa muito barato e tem o range de operação entre 8V e 14V, normalmente. E também possuem consumo bem baixo, visto que se trata de um oscilador bem básico. A outra maneira de se fazer, mais complicadinho embora mais eficiente e profissional, é utilizar a própria buzina do carro para efetuar o disparo. 

Morri procurando na internet sobre isso, entrei em fóruns pra saber se alguém tinha falado sobre, ou se alguém já havia descoberto uma maneira prática e rápida de matar essa coisa do alarme mudo. NADA DE CONCRETO.  Como somos diyman e não desistimos quase nunca, lá fui eu meter a cara por baixo do painel e localizar a central. Com a central localizada, procurei os fios que vão pra seta durante o disparo do alarme - use um multímetro, de preferência, e acione o pisca alerta ou o próprio alarme para identificar os fios.

A central do QQ 2011/2012 fica por baixo do painel, à direita do volante, fixada na barra lateral do console. Não tem erro. Bem na parte de baixo do chicote maior, há dois fios azuis que acionam as setas. Escolha o de mais fácil acesso e corte - se você for um ás e quiser desmontar o frame do painel, a central fica na sua mão e facilita. Coloque um diodo 1N5408 com o terminal marcado para a saída da seta, ou seja, fluindo positivo para o fio que você cortou. Na extremidade que ficou pro chicote, solde um fio que será o positivo da sirene. O negativo da sirene você pode pegar de qualquer parte metálica do carro, que tenha contato com a massa. Nem preciso dizer que tudo deve ser soldado e isolado, né? De preferência, use também um espaguete termorretrátril para deixar tudo lacrado e com cara de coisa bem feita. 

Se tudo correu bem até aqui, escolha onde fixar a sirene, finalize as conexões e teste. Claro que nesse caso a sirene não ficará disparada permanentemente, ela dependerá das piscadas das setas no disparo. Soa intermitente. Fica excelente e é o jeito mais fácil de dar voz ao alarme. 

Antes que você pergunte o porquê desse diodo: se você achar que não precisa, todas as vezes que você acionar seta, a sirene vai soar. É para evitar o retorno de alimentação da seta, fazendo que a sirene soe apenas por acionamento da central. Simples e eficaz.

A outra maneira de se fazer isso utilizando a buzina do carro, requer um relé para trabalhar e não recomendo que seja feito de outra forma. A base é a mesma mas ao invés de ligar a sirene, você vai ligar o relé. O resultado é o mesmo: a cada piscada das setas, um toque na buzina. Claro que você terá que puxar um positivo pro contato do relé e do relé, um fio para a buzina. Não tem erro. Se você optar por fazer assim, sugiro fortemente que proteja a linha da buzina e relé com fusível. Ou até, compre uma buzina mais parruda que a do QQ e dedique somente ao alarme. Fica pro!

Mais adiante eu posto esquemas, mas com essas informações, acredito que já seja uma luz pra você. Acabei não tirando fotos na hora de soldar o diodo na central, mas nessa instalação, a sirene ficou por baixo do capô, fios passando por baixo do volante.

Boa sorte!

** 19/12/2019

Esquema elétrico da adaptação para o alarme no QQ 2011/2012 ter sirene ou buzina. Também segue esquema extra para instalar em veículos onde o acionamento da buzina é negativo.

Clica que amplia!
 
 

LED sinalizador de painel residencial ou automotivo com um transistor

Session.

Para não dizer que nunca falo em flores e circuitos simples, aqui está. Essa é uma ideia simples, barata e eficiente para sinalizar alguma coisa. Um LED, um transistor, dois resistores e um capacitor. Nada mais. A ideia inicial era fazer com que esse LED funcionasse com centrais de alarme que não possuem saída para LED de sinalização, mas acabou se tornando base para inúmeras aplicações práticas, como alarme fake para residências. 

Para uso como fake em residências, basta montar tudo numa caixinha plástica dessas Patola, montar uma fonte AC sem trafo e ligar diretamente na rede elétrica. Também é possível domar o projeto utilizando um LDR para que o LED somente venha a piscar com o entardecer, de forma automática. Outra sacada é utilizar como fake em motos e carros sem alarme, utilizando um simples gatilho de pós chave com um transistor polarizando. Simples e eficiente!

Aproveitando, vou postar mais tarde também - de forma sucinta - sobre a instalação do alarme Stetsom Moto Triplo I na Ténéré 250 2018, mas sem tutorial porque já existem milhares deles pela Internet afora.

Tem esquemático e tem vídeo, sim.


E o grande dia chegou: com vocês, a Jukebox Cube!

Pequena, leve e de fácil transporte, a Cube é o recente modelo de máquina boombox diyPowered que esteve em concepção a passos lentos e que vem mostrar a que veio

É chegada a hora de mostrar a cara da Cube aqui no site. Muitos fatores isolados e combinados levaram ao extenso tempo de concepção dessa máquina de música, mas que no fim elevou o nível de qualidade e de produção final de mais um produto diyPowered. Mas primeiro, vamos contar um pouco de história...

Quando me propus a produzir uma jukebox - e lá se vão alguns dez carnavais ou mais... - não tinha em mente o quão evolutivo esse processo se tornaria. A primeira de todas ficou tosca, pesada e nada prática de ser carregada. Mas foi um bom começo, afinal de contas. Vendi baratinho pra um amigo - alô, Alex! - quando vim de mudança pro Sul. E aqui no Sul, por uma questão de espaço físico, produzi a dRUNk'BOX, que está pendurada na sala até hoje. Um formato inovador aqui, totalmente slim mas dependente de um amplificador de potência externo, já que contamos apenas com a máquina em si. Para a época, foi produzida de acordo com a necessidade, porque ficava na sala conectada ao home theater. Foi a grande novidade nas noites de diversão.

Algum tempo depois, nos mudamos para uma casa muito, muito grande. E essa jukebox não estava nos atendendo tão bem mais desde que passamos a ficar mais tempo na cozinha do que na sala. Sim, cozinhamos juntos pratos para a semana e para as noites enquanto tomamos cervejas e vinhos especiais numa espécie de ritual de descarrego e união mútuos. Qual era a ideia da vez?! Levar a jukebox para a cozinha seria inviável... Vamos montar uma jukebox portátil! E foi assim que começou a nascer a Cube.

Do que me lembro bem foi de juntar portas e partes de roupeiros (adoro trabalhar com MDF) que encontrei num descarte em frente a uma casa que estava aparentemente em obras, cortar tudo nas medidas de hoje e deixar pronto o móvel onde a mágica aconteceria. E as coisas foram dando tão certo que, logo em seguida, ganhei do Jair uma daquelas caixas lotadas daquilo o que você chamaria de lixo eletrônico e que eu chamo de oba! onde também veio um notebook Positivo bem detonado sem HD mas com tudo dentro. Esse se tornaria a parte lógica da Cube. Com tela e tudo.

Muito tempo se passou desde então. Tive muitas dúvidas durante o projeto sobre a disposição das coisas, qual teclado utilizar, se instalaria o mesmo software da anterior, qual versão de sistema operacional utilizar... Inclusive, esse projeto ficou parado durante mais tempo do que eu gostaria por falta de madeira para prosseguir. Fui montando conforme tinha acesso aos componentes necessários, ferragens, eletrônicos e por um período bem longo ficamos utilizando a Cube sem revestimento, sem tampa frontal na tela e praticamente sem coisa alguma além de um móvel branco (cor original da madeira do roupeiro canibalizado) e uma tela com falantes. O grande passo final foi quando consegui verba para revestir todo o móvel, o que deu um gás no projeto e abriu as portas para a finalização.

Dados para nerds

Os falantes de 4Ω x 35W foram comprados. Esses eu não pude reutilizar o par que eu tinha em casa. Mas são bons, baratos e possuem um timbre bastante razoável, dado seu valor. As potências - individuais para cada falante - são baseadas nos TDA2030, que possuem um consumo justo para a qualidade e a potência finais - e não se justificaria utilizar uma potência de alta qualidade nesse projeto, convenhamos... Instalei duas vias adicionais para melhorar os agudos das vias dos falantes, que não são tão bons. No painel traseiro, temos LEDs indicadores em cores diferentes para fácil identificação - verde: AC in; laranja: DC das potências ON; amarelo: HDD; bicolor VM/AZ: wireless; chave AC com neon para acionar as potências (visual para identificar se há AC no pós-fusível); duas portas USB 2.0 para eventuais manutenções, antena wireless e controle de volume das potências. Fundo preto para deixar discreto e montado mais afastado da superfície para evitar danos aos controles. O cabo AC é padrão e pode ser removido para facilitar o transporte.

Porta de acesso para manutenção com travas de rápido engate, um cooler Cooler Master 120mm x 120mm 12V - operando com 8V para reduzir ao máximo o ruído - para retirar calor do interior, tela frontal protegida por vidro adicional de 3mm temperado e disposição angular dos falantes. O teclado de seleção é sem fio, Targus modelo AKP11US comprado no Uruguay, tornando mais prática a utilização da máquina. Em potência real, temos aproximadamente 15W por falante, limitados do datasheet original para evitar distorções. São praticamente 30W disponíveis, mais do que o necessário para uma boa audição.

Configuração de hardware

  • Intel(R) Celeron(R) CPU B800 1.50GHz + 1.50GHz
  • 4GB RAM (3,40GB úteis)
  • Microsoft Windows 7 Home Basic versão de 32 Bits (sim, em 64 Bits o hardware aquece muito e fica uma carroça)
  • HD de 1TB (não era tão necessário, mas era o que tinha)
  • 15W + 15W por canal em falantes de 4Ω
  • Operação em 220V facilmente comutável para 127V
  • Gabinete reforçado para total segurança no transporte
  • Rodízios com trava
  • Teclado wireless
  • Ventilação interna inteligente 
  • Isolamento interno/externo com espuma de alta qualidade
  • Revestimento externo de tecido altamente aderente (permite lavagem)
Optei por não colocar luzes e coisas do tipo, deixando o mais simples possível. A ideia é facilitar o transporte e ter a mesma comodidade da jukebox anterior. Tanto que nada mudou no software, segue o mesmo SK Jukebox que você pode baixar aqui.

No mais, fora o tempo estendido demais desse projeto, ficou muito bacana e muito prática. Temos utilizado há muito mais tempo do que parece, só não quis publicar ainda porque faltavam alguns detalhes... 

Claro que tem fotos!


Os falantes e vias adicionais de agudos

Painel de controles (LED azul wireless não apareceu)

Vista do painel traseiro com o cooler e a porta de acesso

Cabo AC removível e facilmente substituível

Alças para transporte

O recorte angular bem esperto do gabinete que ajuda o som

Uma visão geral com proteção de tela do disco que está sendo reproduzido

Péssima foto, mas dá pra ter uma ideia do tamanho do teclado




Rodízios com trava (nas traseiras)

Porta de acesso e as espumas de isolação

Detalhe do painel com a potência desligada e wireless (azul)

Especificações do hardware

** 30/10/2023

Cinco anos depois da finalização desse projeto, estou aqui com algumas ideias para melhorias - como multiamplificação (amplificadores ativos independentes) - e um novo revestimento. Daqui a alguns meses, entro em férias e, se tudo der certo, a jukebox vai receber uma reforma de respeito!

Bootloader no ATMEGA328P-PU - a primeira vez a gente nunca esquece!

Conexão necessária (imagem: Atmaker)

Catando sucatas para passar o tempo e organizar o que convém, achei um ATMEGA328P-PU perdido. Me lembrei, logo em seguida, o porquê de ele estar ali perdido: após servir de testes para um projeto, ele não gravava mais. Ficou com o último código 'travado' na memória e não tinha o que fazer. Como não precisava dele no momento, ficou para ver depois. E esse depois chegou. Li muita enrolação na Internet, soluções dispendiosas e nada práticas, até chegar no site Atmaker (placas standalone de excelente qualidade) onde encontrei um super tutorial de como gravar o bootloader que utilizava o ATMEGA328P-PU 'danificado' na placa standalone, eliminando a necessidade da utilização de duas IDE. Era a minha última tentativa antes de condenar o CI. E lá fui eu, montei tudo bonitinho, com todo cuidado na plaquinha que eu já tinha pronta dos testes de bancada e, em 3 segundos, o bootloader estava gravado. Nunca precisei gravar o bootloader porque nenhum dos CIs que eu comprei até hoje veio sem estar gravado, daí, para mim, executar o procedimento é ainda novidade.

Na hora da verdade, gravei o 'blink', meio desacreditado se ia funcionar. E funcionou! Para tirar a prova, gravei dois outros projetos mais brutos nele - códigos do SM1 Platinum e do PROCATER ADVANCE - e o bicho gravou e rodou sem dramas. Eu acabara de 'salvar' um MC que estava fadado ao esquecimento!

Logo do site Atmaker
Gostaria de deixar registrado aqui, antes de mais nada, que essa postagem não tem jabá. Não possuo qualquer vínculo com o site Atmaker ou com seus parceiros comerciais e somente estou mencionando o tutorial e elogiando as placas porque reconheço quando alguém ou quando alguma empresa trabalha bem.

No mais, siga o tutorial quando seu ATMEGA328P-PU decidir não gravar mais ou quando surgir algum probleminha misterioso e não condene o CI antes de fazer o procedimento. Já vi muita gente condenando IDE e MC por conta disso sem sequer tentar solucionar a questão.

SM1 Platinum - Switch de áudio true bypass com relés de platina

Uma evolução natural do clássico M1, produzido e já publicado há alguns anos, o SM1 Platinum agrega todos os valores de produção DIY com relés de seleção com contatos de platina e bobinas duplas

Não há muito o que ser falado sobre o SM1 além dos detalhes técnicos mais recentes. É um switch de áudio que será utilizado na sala para permitir a audição da TV e da jukebox com mais duas entradas extras, que não existiam no M1 - que era para duas entradas (dois canais) e switch digital - além do generoso display indicativo muito elegante por trás do espelho fumê do gabinete. Esse gabinete, aliás, era de um receptor de satélite mais moderninho, que serviu perfeitamente para o projeto. Adoro trabalhar com esses gabinetes.

Os relés especiais

Cinco relés por segmento
Esses relés foram doados pelo meu sogro, gente fina e expert em telefonia e eletrônica, ex-funcionário da Ericsson do Brasil e da extinta CRT, no Rio Grande do Sul. Ele possuía algumas caixas desses relés e quando eu soube da extrema precisão e qualidade deles, não pensei duas vezes em chorar algumas caixinhas. Ele me presenteou com seis delas, duas das quais foram empregadas no SM1 Platinum - antes que me perguntem: SM1 de Super M1, e o 'Platinum' eu me recuso a ter que explicar... Pretendo colocar alguns relés à venda na Lojinha diyPowered, para quem quiser utilizar em projetos similares.

Últimas quatro caixinhas
Cada segmento possui cinco relés integrados com bobinas duplas e contatos de platina. Segundo ele, eram usados nas comutações das centrais, que dependiam de precisão e qualidade. Não sei qual a tensão de trabalho deles, mas fui testando a partir dos 5V e com 8V eles já fechavam os contatos. Como são duplas e trabalhavam em centrais grandes, a tensão de trabalho deveria girar entre 12V e 48V. Liguei cada bobina dupla em série para evitar aquecimento/alto consumo e trabalhei com folga em 12V, mantendo os contatos muito firmes e o aquecimento das bobinas em boa margem de segurança.

Como tinha 5 relés disponíveis em cada segmento, no total de 10, utilizei dois deles para controle da saída de áudio. Isso significa que, quando nenhuma das fontes de sinal está selecionada, a saída dele é cortada, evitando cliques ou algum sinal indesejado nas comutações. Ou seja, temos 4 canais utilizando 8 relés, um para cada canal, mais dois extras que cortam ou conectam as saídas. Assim, sempre temos quatro relés comutados ao mesmo tempo, dois de cada fonte de sinal (L/R) e dois das saídas.

A fonte de alimentação

A fonte de alimentação do SM1 Platinum é das mais simples - e não confunda 'fonte das mais simples' com 'qualquer projetinho meia boca de fonte' - já que não temos qualquer tipo de circuito atuando sobre os sinais. Um trafo de 15V x 500mA fornecendo algo em torno de 20V em aberto e dois reguladores, um de 12V para os relés e outro de 5V para a lógica. Tudo perfeitamente casado e montado, como todo diyPowered! 

E aqui fica um bom exemplo para iniciantes ou para veteranos preguiçosos do mundo DIY: por mais simples que seja o projeto, projete uma boa fonte de alimentação.

Circuito de controle

Já disse antes e continuo repetindo que a utilização de microcontroladores nos projetos DIY é um grande salto na criação de funções, na economia de componentes e de tempo de bancada, e que nunca devem ser empregados para funções simples que podem ser facilmente resolvidas com eletrônica pura. Infelizmente - para alguns, é claro! - a onda dos microcontroladores está transformando pessoas inteligentes em pessoas acomodadas e rotuladas, justamente por acharem que tudo se resolve em código.

E mais uma vez temos o ATMEGA328P-PU como controle principal de um projeto diyPowered. O código é dos mais simples, somente controla o vai e vem dos relés, utilizando dois botões no painel, um LED bicolor e um display LCD 16x2. Simples assim.

Ao ligar o SM1 Platinum, o display dá as boas vindas, exibe a mensagem 'select a source to listen', acende o LED laranja e passa para a tela de operação, exibindo cada canal de entrada. Um toque em CH+ e a primeira fonte é selecionada, alternando do LED laranja para o LED azul e assim sucessivamente até a quarta fonte, mantendo-se aceso o LED azul quando alguma fonte está ativa. Para retornar fontes, CH- até voltar a tela inicial 'select a source to listen', apagando o LED azul e acendendo novamente o LED laranja. Muito útil para dar um 'mute' no sistema para trocar cabos de lugar sem ter que desligar e religar tudo de novo.

A grande vantagem do SM1 Platinum sobre seu antecessor M1 é justamente o switch. No M1 temos o famoso 4066 comutando os sinais com um pré-amplificador compensativo na saída. No SM1 Platinum temos os relés especiais comutando os sinais de áudio sem qualquer circuito ativo, promovendo um true bypass mais que perfeito, geralmente encontrado somente nos grandes e caros equipamentos hi-end. A grande sacada nessa seleção de sinais é utilizar lógica digital, como foi feito, ao invés de chaves de seleção no painel. Um display informativo sempre fica melhor nesses projetos.

Porta serial

Como o gabinete já possuía uma porta serial, decidi mantê-la para eventuais atualizações do SM1 Platinum - que certamente acontecerão. Fica mais fácil somente injetar o novo código pela porta serial do que recolher o equipamento, abrir, retirar o MC... Nos projetos futuros que necessitem dessas atualizações, certamente vou manter uma porta serial externa disponível também.

No mais, o sistema trabalha folgado, de forma muito precisa e elegante. Numa versão mais funcional do SM1 Platinum, poderia até utilizar um display VFD (que deixa tudo mais bonito) e entradas de sinal dedicadas para tape, phono, etc. com seus níveis definidos e prontos para conexão direta. Quem sabe até uns VU's... Mas isso fica para um próximo nível.


Tela inicial já conhecida por aqui

Tela de apresentação e versão

Já operando...

...e aguarda seleção

Selecionada fonte 01

Selecionada fonte 02

Visão aberta aguardando seleção (LED laranja = mute)

Porta serial para atualizações

Referência de dimensões

Entradas RCA (minhas favoritas)

7 dicas para projetos DIY, seja você iniciante ou veterano

Pois bem. Vou tentar me resumir em sete grandes dicas para projetos DIY, seja você um novato ou um veterano, para que seu tempo seja otimizado e para que o produto final tenha mais qualidade. E se você não leu a série de dois capítulos 'Planejamento e execução de projetos DIY', seria muito produtivo que o fizesse antes de continuar o artigo atual.


Dica #1 - Planejamento prévio

Não adianta juntar as peças na bancada e sair corroendo placa se você não planejou suas ações antes. Isso vai gerar desperdício de tempo e de material, caso você cometa algum erro ou se esqueça de algum detalhe que deveria estar ali mas não está. Abra um documento de texto e vá anotando os passos do seu projeto. Ou até, paralela ou exclusivamente, tenha um caderno e uma caneta sempre à mão para eventuais anotações e ideias. Meus projetos sempre saem do papel, geralmente, antes de qualquer teste prático em bancada. E sou resistente a simular circuitos no computador: prefiro fazer tudo fisicamente. Então, resumindo, planejamento é fundamental para evitar projetos furados, dispendiosos e que vão tomar muito tempo em retrabalho.

Dica #2 - Testes

Se você seguiu a dica #1, certamente vai seguir a dica #2: teste tudo de forma incansável, verifique aquecimentos, tensões incorretas, variações de corrente ou fugas em circuitos. Verifique a massa, certifique-se de que tudo está conforme antes de qualquer coisa. Se é um projeto de áudio ou que envolva RF, seja ainda mais cuidadoso. Uma ou duas trilhas mal traçadas na PCI podem se transformar em antenas que não deveriam existir, colocando seu projeto em risco e fazendo você perder um tempo precioso analisando um circuito que está montado corretamente, mas que ficou prejudicado pelo layout da placa. Outro erro clássico nos projetos é montar uma fonte mal dimensionada, pobre ou ruidosa. Antes de alimentar seu precioso circuito, monte a fonte com toda atenção, teste quantas vezes achar necessário e somente dê o circuito por finalizado quando realmente sentir confiança na sua montagem. Uma fonte fora de padrão certamente vai comprometer seu projeto, tomando mais tempo em bancada do que o necessário.

Dica #3 - Componentes

Nunca, mas nunca trate seus componentes sem o devido respeito. Se você é do tipo que lê datasheet, sabe muito bem dos cuidados que se deve ter para evitar a perda do CI ou do FET. Um descuido e você conecta um circuito com a polaridade invertida, ou se engana com a pinagem na hora da montagem, se esquece de cuidados básicos e coloca seu projeto em risco. Depois, perde mais tempo refazendo o projeto do que o testando, de fato. Selecione cuidadosamente os componentes, teste cada um deles antes de colocar no circuito, cuide os valores de tensão de trabalho dos capacitores, a corrente máxima dos diodos e não ultrapasse os limites de cada componente. De preferência, mantenha uma margem de segurança para componentes ativos, como os capacitores e os diodos da fonte de alimentação: se você tem uma fonte que fornece 18V em aberto (sem carga) mas que com carga (ou regulador) cai para 12V - que é a tensão necessária para alimentar seu projeto - tenha o bom senso de não utilizar um eletrolítico de 16V, como se vê por aí. Certamente vai acontecer o inevitável, mais cedo ou mais tarde: esse capacitor vai estufar e passar a não trabalhar corretamente. O resultado num circuito de áudio, por exemplo? Ruídos fortes e mau funcionamento, estalos e, na maior maré de azar, a queima das saídas. Tomando por exemplo meus projetos, no HS-1875Mi tenho uma fonte simétrica de +/- 20V x 5A com 17600MF de reserva em dois bancos de 8800MF cada. Sabe a tensão de trabalho dos capacitores? 35V. Sim, margem de segurança alta para evitar problemas futuros. Caso tenha curiosidade, tenha a oportunidade de desmontar um receiver ou amplificador de potência dos anos 80/90 e você entenderá o porquê de esses aparelhos ainda funcionarem até hoje, muitas vezes com componentes intactos e originais de fábrica. 

Dica #4 - Montagem

Particularmente, prefiro as montagens em caixas metálicas. Além da grande resistência mecânica, também fornece blindagem efetiva aos circuitos, afastando qualquer ruído irradiado ou parasitas do gênero. Claro que é mais complicado trabalhar com metais, principalmente na furação de painéis, mas vale o trabalho que dá. Quando for montar seu projeto, após todas as dicas anteriores, atente-se ao organismo interno que você está criando. Quanto mais organizado, melhor trabalhará seu organismo. Passe cabos de forma que a estética não esteja acima do bom senso de isolar a alimentação dos sinais, use cabos de qualidade, avalie corretamente os componentes ativos para não economizar no dissipador de calor e, sempre que necessário, utilize cabos blindados para sinal. Outra coisa muito importante é aterrar todo e qualquer ponto metálico 'solto' dentro do gabinete, como o corpo de potenciômetros, dissipadores de calor, suportes metálicos e tudo o que puder se revelar uma antena. Se o gabinete for metálico, esse problema se torna quase nulo, mas por questões de qualidade, o faça da mesma forma. No final de tudo, aterre o gabinete também, de uma forma que não haja loop de terra, casando tudo de forma bonita e técnica, sem aranhas e emaranhados de fios medonhos, por favor. Se o case for pequeno, avalie a necessidade de isolar cada circuito fisicamente.

Dica #5 - Isolando circuitos

Por ter montado muitos projetos em gabinetes compactos, acabei aprendendo essa na marra. Se você deixar um circuito sensível muito próximo do trafo ou de algum componente similar, certamente vai ganhar ruído irradiado. E isso vale para circuitos muito próximos, que podem influenciar negativamente no funcionamento coletivo, seja irradiando ou conduzindo de forma parasita alguma frequência. Por isso, sempre que necessário, isole fisicamente os circuitos utilizando a fantástica gaiola de Faraday - há muitas formas de criar uma, basta estudar sobre o assunto. Esses cuidados também se aplicam ao layout da placa de circuito impresso, para que trilhas críticas não se cruzem ou circuitos não estejam distantes o suficiente para evitar interferências. Um descuido, nesse caso, pode invalidar totalmente o funcionamento do projeto, principalmente se tratando de circuitos de RF ou com osciladores precisos.

Dica #6 - Revisão final

Antes de declarar finalizado um projeto, mesmo após seguir rigorosamente cada etapa de testes, faça o mais importante: teste tudo novamente! Siga o equipamento da entrada AC até cada setor. Se tudo está de acordo, cada cabo passado corretamente, tudo bem afixado, nenhum curto ou placa tocando onde não deve tocar, daí sim: ligue o equipamento e comece a testar as tensões da fonte, se tudo bate e está correto. Verifique se algum componente está aquecendo além do previsto no projeto e tome as providências. Um exemplo clássico é na montagem de fontes, de inversores ou de amplificadores de potência, quanto ao dissipador de calor escolhido. Quem tem experiência em montagem e desenvolvimento, seleciona dissipador no olho, sem pensar. Mas quem chegou dia desses, pode se confundir e aplicar menos área do que o necessário. Vejo muitos projetos com LM, TDA, IRF, TIP e pontes de diodos com menos área dissipativa do que o ideal, e com menos área ainda do que o desejável num projeto seguro. O resultado é sempre o mesmo: vida útil reduzida e um projeto fadado ao fracasso. E quando falo em fracasso, falo de equipamentos que deveriam funcionar milhares de horas sem qualquer problema, mas que terminam condenados por imperícia ou por economia de projeto. Ouço muito o termo 'mas estava no datasheet' na tentativa de justificar um projeto falho e o que eu tenho a dizer sobre isso é o seguinte: datasheet não ensina técnico, apenas parametriza suas aplicações. Se o datasheet diz que tal componente dissipa 40W, obviamente que isso é um parâmetro máximo e jamais um limite máximo para seu projeto. Seguindo cegamente o datasheet, sem possuir experiência ou senso crítico, você encurtará drasticamente a vida útil do componente, embora ele vá funcionar 'normalmente' dentro do seu circuito. Por isso, tenha bom senso.

Dica #7 - Projeto finalizado nunca está pronto!

Se todas as dicas anteriores foram úteis, dentre seus próprios métodos de produção e desenvolvimento, você finalizou um projeto. Mas sempre fica aquela vontade de ter feito alguma coisa diferente, uma função que você não pensou na época e que gostaria de aplicar agora. E nem sempre dá certo ou é possível. Isso porque projeto fechado é projeto fechado, mas você tem uma linha, agora. Dentro do mesmo projeto, crie variações, uma nova versão, ou até uma versão experimental. Você estará exercitando suas técnicas e descobrindo mais do universo DIY. Mas deixe o projeto atual intacto, a menos que você apenas queira atualizar um microcontrolador ou alterar algum parâmetro interno sem alterar painéis e funções principais. 

A ideia básica por trás do DIY é criar e por isso, crie! Encontre maneiras de desenvolver novas soluções a partir das grandes ideias que você já teve, como forma de aperfeiçoamento pessoal, profissional e executivo. Um projeto finalizado nunca está pronto, mas um projeto finalizado é um ponto de partida prontinho para novas soluções, novas ideias e grandes projetos. 

Conclusão

Imagine quanto tempo você vai levar para desenvolver uma fonte de alimentação bacana e segura. Agora, leve em conta que essa mesma fonte de alimentação poderia servir de base para inúmeros projetos, e que esse tempo que você dedicou no desenvolvimento dessa fonte será poupado, podendo ser aplicado aos demais setores do projeto. Isso é DIY, é desenvolver e produzir de forma ascendente, sem olhar para os erros passados como falhas, mas sim como degraus evolutivos para seus projetos.

PR 1500 - Fonte de bancada ajustável de precisão com LM317 1,2V a 15,1V 2A

Operando com tensões baixas e precisas com corrente máxima de 2A, a PR 1500 é um projeto conceito diyPowered que alia performance com confiança para alimentar equipamentos sensíveis em testes de bancada

Este é um projeto que foi iniciado por conta de outro projeto. Durante os estudos e testes do PROCATER ADVANCE, precisei de uma fonte precisa para baixas tensões entre 1.2V e 4.2V com correntes mínimas de 250mA. Claro que tenho uma fonte na bancada, mas ela não me fornece tensões tão baixas assim. Acabei por levantar um circuitinho básico de teste que me permitisse operar essas tensões de forma confiável e estável, para que pudesse efetuar meus testes. Ao fim do projeto do PROCATER ADVANCE, me vi com aquela fontezinha pequena, simples e precisa que tanto me foi útil naquele momento. Decidi fazer desse quebra galho uma ferramenta oficial de bancada. E assim nasceu a PR 1500.

Obviamente que se tratava de um circuito simples, onde eu regulava a tensão que precisava na hora via trimpot e multímetro. Conferia toda hora se não havia se alterado, antes de testar alguma coisa, porque não havia visual algum me garantindo a tensão na saída dele. Por essa razão, decidi implantar um voltímetro e alguns indicadores legais para uma fonte tão importante para minha bancada. Como sou chato e perfeccionista, o código que deveria levar algumas horas para ficar pronto, levou alguns dias. Isso porque eu queria colocar algumas funções importantes me que permitissem perceber algum evento sem ter que olhar para o display. Porque, normalmente, a gente seleciona a tensão de teste e se volta para o circuito na bancada; não fica olhando para a fonte o tempo todo.


Principais características da PR 1500

Seleção, amostragem e saídas confiáveis: tudo muito bem pensado para evitar problemas durante testes com circuitos caros e complicados. A seleção é fina, oferecendo de 1.2V até 15.1V com escalabilidade de 0,2V a mais ou a menos facilmente selecionável; corrente máxima de 2A em qualquer tensão selecionável com proteção ativa; a amostragem do display é clara e rápida e as saídas possuem proteções ativas contra curtos-circuitos, consumo excessivo (que poderia causar danos aos circuitos da fonte) e sobretensão de pico com alertas visuais e sonoros para todos esses eventos.

Acionamento de ventilação auxiliar quando necessário: para evitar trabalhar com aquecimento constante, foi implantado um sistema muito eficaz de ventilação, que é acionado sempre que o consumo se aproxima dos 700mA ou em seleções de tensão acima de 5V, independentemente da corrente utilizada. É uma forma de aumentar a saúde dos componentes, visto que o gabinete é compacto e com poucas aletas de ventilação natural.

Alimentação lógica independente da alimentação de linha: fundamento que deveria ser seguido pelos fabricantes - e que é seguido pelos melhores, com certeza - é manter a lógica isolada do resto. Um circuito lógico como esse ou até mais simples pode sofrer influências ruins se alimentado na mesma linha que os circuitos em teste na bancada. Um curto-circuito ou uma queda brusca na corrente de linha pode fazer com que o microcontrolador seja reiniciado ou até danificado, já que temos portas ligadas fisicamente aos circuitos em teste para medição da tensão de saída. Em suma, temos fontes distintas, uma para lógica (LEDs, display, backlight, microcontrolador, cooler, etc.) e outra dedicada para linha. A tensão da fonte lógica se aproxima dos 16V x 500mA (em aberto) e é retificada, filtrada e aplicada a dois reguladores, um de 12V (periféricos) e outro de 5V (lógica, display e LEDs) formando um conjunto confiável e descomplicado. Já na fonte dedicada de linha, temos uma tensão de 18V x 2A (em aberto) que é aplicada a um banco de capacitores formando uma linha com 6900MF, com todos os desacoplamentos e filtros necessários até chegar no circuito regulador de saída. Claro que (mais uma vez) vão dizer que sou exagerado, que não precisava de tanta capacitância, que não precisava de trafos com essa capacidade, que desperdicei potência efetiva que eu poderia ter utilizado, que isso e que aquilo e aquele monte de bla bla bla digno de quem não viu ou de quem não quer ver eletrônica de verdade. Pois bem, como sempre falei aqui, meus projetos são feitos para durar. Trato os componentes com respeito e espero um resultado muito melhor do que coloco no papel. Isso é, entre outras coisas, trabalhar com margem de segurança. Então, para criar projetinho fuleiro, prefiro não fazer.

Monitor de corrente: no canto inferior esquerdo do display é destacada e palavra 'LOAD' com um ícone de uma 'alavanca'. Quando a fonte atinge o consumo de 700mA em qualquer tensão selecionada ou a partir dos 5V, essa 'alavanca' 'passa para cima', indicando que o consumo de corrente foi aumentado, acionando o cooler e o LED amarelo. Também há outro ícone no display que serve como indicador de 'health' da fonte: um rostinho simpático formado por =] só que rotacionado 90º à direita. Quando essa 'alavanca' de corrente 'sobe', o rostinho simpático muda de =] para =O indicando o mesmo estado.

Funcionamento discreto: dificilmente o circuitinho da PR 1500 vai abrir o bico e chorar. Mesmo que você leve o consumo em teste ao limite dela. Vai acionar cooler? Vai. Vai aquecer? Claro. Mas abrir o bico?! Não vai. Isso porque foi feito para durar, foi feito para trabalhar sem chororô e sem frescura. Por isso é confiável.

Eventos de erro

Caso a fonte encontre algum problema na partida, durante a checagem que é impressa no display como 'Check things...', o LED vermelho se acenderá, bips serão emitidos até que a fonte seja desligada e o display exibirá a mensagem 'Restart now!'. Ao religá-la, o autoteste será refeito. Se o problema for eliminado, a mensagem 'Ready' será mostrada na tela, conforme partida padrão (fotos abaixo!) da fonte. O LED vermelho indica alguma falha e os bips servem como alerta sonoro para eventos como falha na tensão da linha, erro no circuito regulador, falha na lógica, curto-circuito na saída da linha, cooler inoperante ou girando com dificuldade, temperatura excedente no circuito regulador ou no interior do gabinete (indicaria falha geral, que poderia ser um dos trafos ou algum setor no circuito lógico) e falha na amostragem ou coleta de tensão. Todos os erros foram testados na bancada e a fonte se comportou conforme o esperado, suspendendo a corrente na saída de linha e emitindo todos os alertas.

A lógica é baseada no ATMEGA328P/PU, assim como os últimos projetos do tipo. Tenho gostado de trabalhar com esse MC por conta do custo e da facilidade de operação. Também pela rapidez e pelas inúmeras alternativas para se fazer a mesma coisa, isso é muito importante para quem pratica DIY. Claro que algumas atualizações serão feitas daqui em diante, visando melhorias na fonte e mais qualidade final. Mas assim como a maioria dos projetos daqui, a PR 1500 é um protótipo, e como tal, não deve ser avaliada como um produto final.

E mais uma vez, lixo eletrônico ganhando vida. De novos mesmo, somente o ATMEGA328P/PU e o display. Sem mais por enquanto, as fotos.


Painel frontal com LED power (verde) e display

Vista inferior

Painel traseiro com fusível, cabo AC e chave (odeio projeto feito às
pressas: sempre dá alguma merda encrenca que não tem volta. Nesse
caso, esse parafuso em cima deveria ter ficado na parte inferior, mas
eu medi tudo errado e o resultado está aí. Depois dessa, nem quis
abrir a furação do cooler nesse painel traseiro...)

Fonte sendo ligada 1

Fonte sendo ligada2

Fonte sendo ligada3: faz check in das tensões e estado da linha, aciona
cooler e verifica temperatura do dissipador e gabinete (interno)

Fonte sendo ligada 4: se passar nos testes, estará pronta para uso

Fonte ligada e pronta após os testes iniciais (note a informação
útil acima no display, indicando acionamento da ventilação auxiliar)

Esta era uma das tensões que eu precisava nos testes (note espaço
dedicado aos eventos na parte superior direita, ao lado de Ready!)

Tensão máxima da fonte

Tensão limite onde o cooler é acionado

Quando o cooler é acionado, o LED amarelo permanece aceso

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