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AT5 Slim Power - a super fonte de bancada inteligente de alta performance

Tudo começou por volta de junho desse ano, quando minha guerreira fonte de bancada passou a se entregar após anos de serventia. Tinha algumas ideias para dar um upgrade nela, já que meus últimos projetos precisaram de mais corrente do que ela poderia entregar, mas esbarrei na trabalheira que seria fazer um trafo maior caber lá dentro (não, eu não quero usar uma fonte chaveada nisso!) e ainda dar conta da dissipação de calor que aumentaria muito dentro daquele gabinete pequeno. Em agosto decidi que partiria do zero, um novo e empolgante projeto que terminaria na montagem de uma super fonte de bancada inteligente, com alta performance, proteções de ponta a ponta e um tamanho reduzido para ser prática de ser transportada. Hoje é dia 02/11 e alguns meses foram engolidos durante esse projeto, que me tomou bastante tempo e planejamento.

Antes de continuar e para não correr o risco de ser redundante nesse post, peço que conheça a fonte antiga F5812ADJ que se aposentou (e que vai servir suas peças para testes e outros projetos, é claro!) e também leia em seguida a postagem que deu início a essa jornada, lá em agosto.

Sou das antigas e fonte de bancada pra mim, tem que seguir a premissa raiz trafo-retificação-alta filtragem. Temos um mercado chinês muito eficiente inundando as prateleiras com fontes de bancada a preços atraentes mas também com projetos falhos e sem a utilização de transformador isolador, o que naturalmente inclui uma fonte chaveada barata, de alta corrente e sem qualquer tipo de proteção. Aí, meu guerreiro diyman, você está há dias em cima de um projeto utilizando uma fonte xing ling dessas e o chaveamento vai pro saco largando corrente e tensão em alta escala no seu adorado circuito. Imagina só. Isso sem falar nos ruídos impraticáveis que essas fontes geram, podendo interferir diretamente no seu projeto fazendo com que você perca horas até descobrir o porquê do microcontrolador travar, por exemplo. Por isso quis fazer uma fonte com rígidos controles e proteções. Já havia mencionado no post que deu início ao projeto sobre as características que eu gostaria de ter e ao mesmo tempo, fui atualizando novas funções ou retirando funções que antes pareciam interessantes. Ao mesmo tempo que sou prático, sou um burocrata quando se trata dos meus projetos. Agora, com o projeto concluído, veja como ficou:

Entrada: 220V ±7,4A (full power)
Proteção entrada: fusível, filtro de linha full, varistor, terra lift/ground
Saída: 1.1V a 19,4V x 4,2A x 19,300uF (entra em proteção a partir de 4,33A, trafo de 16V + 16V x 5A)
Proteção saída: curto-circuito e/ou corrente acima de 4,33A, temperatura máxima de trabalho, queda brusca de tensão, tensão de descarga (retorno), descarga brusca do banco de capacitores, carga mínima instalada para garantir corrente de ajuste atualizada
Display: tensão e corrente atuais
Ajuste: fino via potenciômetro linear
Dissipação: passiva até ±60°C, cooler aciona discretamente para equilibrar a temperatura do dissipador principal. Acima dos 85°C entra em proteção térmica acionando o cooler a full power, desligando o trafo de potência e permanecendo nesta condição até que a temperatura baixe a níveis seguros de trabalho
Porta serial: comunicação direta com o microcontrolador a partir da placa Arduino para atualização do código sem precisar abrir o equipamento e retirar o chip
Chave lift/ground: permite unir o comum do circuito da fonte ao terra da tomada ou separar, funcionalidade muito eficiente para algumas situações
Stand by: fonte permanece com as proteções ativas mesmo em espera, desliga fisicamente o trafo de potência da rede elétrica descarregando todo o circuito e mantendo o mínimo de consumo associado apenas às funções vitais (fontes independentes)
LEDs e outros indicadores: fonte possui diversos alertas sonoros e visuais para eventos de proteção, acionamento etc.
Superdimensionamento: todos os circuitos de potência foram superdimensionados para trabalhar com o mínimo de resistência natural dos condutores e componentes, resguardo de potência para trabalho com folga
Dissipador unificado: grande vantagem para monitoramento de temperatura de trabalho e para manter integrados e transistores com equilíbrio térmico

Basicamente é isso.

Não tem muito mistério além do código, a fonte trabalha normalmente com o adorável LM317 de servo mestre e um booster de corrente com dois transistores Darlington TIP125. Alguns vão dizer que eu poderia ter utilizado apenas um TIP125, eu sei disso. Mas por que fazer o carinha trabalhar sozinho perto do seu limite se podemos aprimorar com elegância e colocar mais um?! Outros dirão que eu poderia ter utilizado um transistor de maior capacidade ao invés de dois. Eu também sei disso. Essa fonte foi montada com peças que eu já tinha em casa, não é um projeto nutellinha com verba ilimitada da mamãe e do papai ou de patrocínio. Aqui o negócio é raiz, é aproveitar ao máximo a vida útil dos componentes, é enxugar custo sem perder qualidade e poupar o meio ambiente. E antes que digam 'ahhh não precisava desse cooler aí dentro pra dissipar só essa correntezinha porque o componente aguenta', o projeto é compacto e sempre faço vários testes para determinar se isso vai ser realmente necessário. Nesse caso, foi. E ele só opera se preciso, não fica girando o tempo todo. E outra, você que fica criticando projeto alheio, deveria saber quanto calor um transistor Darlington gera... agora imagina dois num gabinete pequeno sob alta corrente (4A não é pouca coisa) por várias horas ininterruptas. Funcionaria sem o cooler? Talvez. Mas será que o LM317 seria capaz de se manter trabalhando firme sob altas temperaturas? E quanto tempo essa fonte iria funcionar sem dar problema?! Viu, esses questionamentos se tornaram irrelevantes agora, jovem.

Mas vamos voltar ao ponto, já que esclarecemos os fatos. 

Quando alimentada, a fonte é acionada parcialmente via fonte de stand by, mantendo a potência desligada. Ela aciona o cooler rapidamente, acende o LED azul e logo se apaga, desligando o cooler e acionando o LED vermelho de stand by. Isso é importante por duas razões básicas: a primeira, para poupar a potência e claro, economizar energia; a segunda, para manter o cooler lubrificado e ativo, evitando que o rolamento fique engripado por falta de uso. Ao pressionar o botão power, a fonte faz um teste rápido (bip + piscadas LED amarelo) e aciona a potência, liberando tensão na saída, ligando o display frontal e o LED verde. A partir desse momento, a fonte está num estado de operação, basta selecionar a tensão desejada.

Proteção contra curto-circuito e overload

Em operação, quando a corrente exceder o valor de 4,33A levará o sistema de proteção contra sobrecarga ser acionado via ATMEGA, cortando a alimentação AC do próprio trafo de potência, protegendo toda a etapa, inclusive os diodos retificadores. É uma proteção em linha completa, cortando toda energia da potência e não somente das saídas DC. A mesma proteção é aplicada quando há curto-circuito na saída. A ação é a seguinte: corta a alimentação AC do trafo, bip, duas piscadas no LED amarelo, display frontal e LED verde se apagam. Essa condição permanecerá enquanto houver sobrecarga ou curto na saída da fonte.

Proteção contra alta temperatura de trabalho

Há duas proteções contra temperatura alta de trabalho na AT5. A primeira é controlada pelo ATMEGA e assume que partir dos 85ºC medidos no dissipador principal ocorrerá o seguinte: corta a alimentação AC do trafo, bip, LED azul acende e aciona o cooler full power, display frontal e LED verde se apagam. Essa condição permanecerá por aproximadamente 1 minuto para baixar drasticamente a temperatura de trabalho da potência. Após esse período, a fonte será acionada automaticamente alimentando a carga se a temperatura estiver dentro da faixa segura.

A segunda proteção contra alta temperatura de trabalho é mais robusta e conta com um termistor que controla o aquecimento do dissipador. Essa proteção adicional foi instalada justamente nos testes de equilíbrio térmico da fonte, nos testes finais. Foi verificado que com o gabinete montado e alimentando uma carga a partir dos 2,5A o dissipador aquece bastante, distante do valor máximo determinado na primeira proteção térmica, mas bastante acentuado para os meus parâmetros particulares. Isso poderia levar o LM317 a entrar em proteção rapidamente ou ainda reduzir bastante a vida útil do conjunto da potência, elevando a temperatura interna do gabinete e tornando seu funcionamento 'desconfortável'. Lembrando que alguns componentes não gostam de ambientes muito quentes, como os eletrolíticos.  Então, adicionei esse segundo termistor que atua diretamente no driver de acionamento do cooler, fazendo com que ele gire lentamente a partir dos 50ºC para equilibrar a temperatura do dissipador. Esse giro pode ser aumentado ou diminuído automaticamente de acordo com o incremento de temperatura medido, se tornando um eficiente mecanismo de controle e aumentando a vida útil da potência. O cooler gira de forma tão discreta que mal pode ser ouvido durante a operação.

Superdimensionamento do sistema

A premissa do diyPowered é bastante clara: respeito aos limites dos componentes. Se eu tenho um trafo que pode entregar 5A em full power, eu deveria operá-lo até os 4,2A ou ainda 4,5A. Isso causaria ainda bastante aquecimento, mas distante do que poderia ocorrer se tentássemos tirar toda a sua capacidade. Logo, se eu tenho um projeto que consome 5A em full power, qual a corrente do trafo que eu vou usar? Você talvez diga '5A'. Talvez muitos digam isso. Eu digo '6A'. Folga, pessoal. Se você quer fazer alguma coisa direito, se você quer projetar algo de qualidade, faça com que os componentes trabalhem abaixo de sua capacidade máxima. Isso é elegante, isso é inteligente. Foi assim que muitos equipamentos foram projetados há 20, 30, 40 anos e é por esta razão que muitos deles estão por aqui até hoje: receivers, tape decks, sintonizadores de rádio, CD players... Por isso montei essa fonte com folga mesmo com esse trafo de 16V + 16V x 5A que em teste de carga chegou a fornecer 5,4A sem queda de tensão. Mas aqui a gente faz a coisa do jeito certo e a AT5 ficou limitada aos seguros 4,2A entrando em proteção aos 4,33A. Corrente mais que suficiente para a grande maioria dos projetos. Tenho um outro trafo de 1200VA que pode entregar facilmente 12A, 15A numa tensão máxima de 13V mas achei meio desnecessário tanta corrente nesse momento e o monstro aí vai ficar para um próximo projeto.

Na retificação, temos dois diodos 6A6 brutos e sem frescuras e um banco de capacitores de 19,300uF. Tudo montado de forma elegante e estudada, cabeamento da potência com bitola de respeito e fixação por presilha. A tensão que alimenta a lógica, stand by, LEDs e cooler vem de uma fonte dedicada, também por trafo, não utilizando corrente alguma da fonte de potência.

Proteção AC

Na entrada de linha AC, temos o clássico fusível e um circuito de filtro de linha full, com tudo que se tem direito, até um varistor, e um cabo de força de respeito. Uma chave no painel frontal permite unir o terra da tomada ao comum da fonte, função muito desejada e pouco vista nas fontes do mercado. Aproveitei ao máximo cada espaço do gabinete, fixando componentes e placas de forma inteligente para facilitar o cabeamento e pensando sempre na dissipação, transferência de calor e claro, pensando nas manutenções futuras. Essa última, parece ser esquecida pelos projetistas e engenheiros: qualquer equipamento vai demandar algum tipo de manutenção futura e parece que isso não é levado em conta na maioria dos últimos equipamentos que reparei. Um bom exemplo disso pode ser ilustrado por alguns notebooks e nobreaks que precisam ser quase que totalmente desmontados para acessar partes críticas.

Gabinete escolhido

Esse é um velho conhecido: um gabinete de nobreak NHS de 600VA. Possui uma boa estrutura, boa resistência mecânica e uma razoável ventilação natural que foi melhorada ao retirar as tomadas traseiras e fixar uma tela. A única coisa que não ficou bacana foi a porta serial, que teoricamente deveria caber na parte de trás (já tem essa furação de fábrica) mas não passa de jeito nenhum. Poderia ter limado um pouco mas como já foi bastante desgastante furar esse gabinete (não parece mas a chapa utilizada é resistente) achei mais fácil apenas retirar a capa metálica da porta e parafusá-la assim mesmo, como está.

Esse gabinete é bastante compacto, tem uma cara de fonte de bancada moderna e fazia algum tempo que vinha pensando em usá-lo para esta finalidade. No mais, pretendo gravar um vídeo com a fonte em funcionamento pra ilustrar melhor todo o projeto. Apesar de toda trabalheira que deu, ficou muito eficiente e é sem dúvidas uma evolução à fonte anterior.


Corrente máxima em teste inicial

Teste raiz!

Tomada de ar eficiente

Lateral detonadinha do gabinete

Frontal desligado (acabamento ficou ruim mas tá valendo)

Fonte acionada (tensão mínima)

Fonte acionada (tensão máxima)

5V sem carga e terra isolado

5V sem carga e terra conectado ao comum (LED laranja)

Fonte em stand by

Detalhe do dissipador principal e da fiação

Detalhe da fixação dos componentes principais, ainda no início do projeto (embaixo do relé preto ali no meio fica a fonte dedicada para lógica e acessórios)

LED sinalizador de painel residencial ou automotivo com um transistor

Session.

Para não dizer que nunca falo em flores e circuitos simples, aqui está. Essa é uma ideia simples, barata e eficiente para sinalizar alguma coisa. Um LED, um transistor, dois resistores e um capacitor. Nada mais. A ideia inicial era fazer com que esse LED funcionasse com centrais de alarme que não possuem saída para LED de sinalização, mas acabou se tornando base para inúmeras aplicações práticas, como alarme fake para residências. 

Para uso como fake em residências, basta montar tudo numa caixinha plástica dessas Patola, montar uma fonte AC sem trafo e ligar diretamente na rede elétrica. Também é possível domar o projeto utilizando um LDR para que o LED somente venha a piscar com o entardecer, de forma automática. Outra sacada é utilizar como fake em motos e carros sem alarme, utilizando um simples gatilho de pós chave com um transistor polarizando. Simples e eficiente!

Aproveitando, vou postar mais tarde também - de forma sucinta - sobre a instalação do alarme Stetsom Moto Triplo I na Ténéré 250 2018, mas sem tutorial porque já existem milhares deles pela Internet afora.

Tem esquemático e tem vídeo, sim.


E o grande dia chegou: com vocês, a Jukebox Cube!

Pequena, leve e de fácil transporte, a Cube é o recente modelo de máquina boombox diyPowered que esteve em concepção a passos lentos e que vem mostrar a que veio

É chegada a hora de mostrar a cara da Cube aqui no site. Muitos fatores isolados e combinados levaram ao extenso tempo de concepção dessa máquina de música, mas que no fim elevou o nível de qualidade e de produção final de mais um produto diyPowered. Mas primeiro, vamos contar um pouco de história...

Quando me propus a produzir uma jukebox - e lá se vão alguns dez carnavais ou mais... - não tinha em mente o quão evolutivo esse processo se tornaria. A primeira de todas ficou tosca, pesada e nada prática de ser carregada. Mas foi um bom começo, afinal de contas. Vendi baratinho pra um amigo - alô, Alex! - quando vim de mudança pro Sul. E aqui no Sul, por uma questão de espaço físico, produzi a dRUNk'BOX, que está pendurada na sala até hoje. Um formato inovador aqui, totalmente slim mas dependente de um amplificador de potência externo, já que contamos apenas com a máquina em si. Para a época, foi produzida de acordo com a necessidade, porque ficava na sala conectada ao home theater. Foi a grande novidade nas noites de diversão.

Algum tempo depois, nos mudamos para uma casa muito, muito grande. E essa jukebox não estava nos atendendo tão bem mais desde que passamos a ficar mais tempo na cozinha do que na sala. Sim, cozinhamos juntos pratos para a semana e para as noites enquanto tomamos cervejas e vinhos especiais numa espécie de ritual de descarrego e união mútuos. Qual era a ideia da vez?! Levar a jukebox para a cozinha seria inviável... Vamos montar uma jukebox portátil! E foi assim que começou a nascer a Cube.

Do que me lembro bem foi de juntar portas e partes de roupeiros (adoro trabalhar com MDF) que encontrei num descarte em frente a uma casa que estava aparentemente em obras, cortar tudo nas medidas de hoje e deixar pronto o móvel onde a mágica aconteceria. E as coisas foram dando tão certo que, logo em seguida, ganhei do Jair uma daquelas caixas lotadas daquilo o que você chamaria de lixo eletrônico e que eu chamo de oba! onde também veio um notebook Positivo bem detonado sem HD mas com tudo dentro. Esse se tornaria a parte lógica da Cube. Com tela e tudo.

Muito tempo se passou desde então. Tive muitas dúvidas durante o projeto sobre a disposição das coisas, qual teclado utilizar, se instalaria o mesmo software da anterior, qual versão de sistema operacional utilizar... Inclusive, esse projeto ficou parado durante mais tempo do que eu gostaria por falta de madeira para prosseguir. Fui montando conforme tinha acesso aos componentes necessários, ferragens, eletrônicos e por um período bem longo ficamos utilizando a Cube sem revestimento, sem tampa frontal na tela e praticamente sem coisa alguma além de um móvel branco (cor original da madeira do roupeiro canibalizado) e uma tela com falantes. O grande passo final foi quando consegui verba para revestir todo o móvel, o que deu um gás no projeto e abriu as portas para a finalização.

Dados para nerds

Os falantes de 4Ω x 35W foram comprados. Esses eu não pude reutilizar o par que eu tinha em casa. Mas são bons, baratos e possuem um timbre bastante razoável, dado seu valor. As potências - individuais para cada falante - são baseadas nos TDA2030, que possuem um consumo justo para a qualidade e a potência finais - e não se justificaria utilizar uma potência de alta qualidade nesse projeto, convenhamos... Instalei duas vias adicionais para melhorar os agudos das vias dos falantes, que não são tão bons. No painel traseiro, temos LEDs indicadores em cores diferentes para fácil identificação - verde: AC in; laranja: DC das potências ON; amarelo: HDD; bicolor VM/AZ: wireless; chave AC com neon para acionar as potências (visual para identificar se há AC no pós-fusível); duas portas USB 2.0 para eventuais manutenções, antena wireless e controle de volume das potências. Fundo preto para deixar discreto e montado mais afastado da superfície para evitar danos aos controles. O cabo AC é padrão e pode ser removido para facilitar o transporte.

Porta de acesso para manutenção com travas de rápido engate, um cooler Cooler Master 120mm x 120mm 12V - operando com 8V para reduzir ao máximo o ruído - para retirar calor do interior, tela frontal protegida por vidro adicional de 3mm temperado e disposição angular dos falantes. O teclado de seleção é sem fio, Targus modelo AKP11US comprado no Uruguay, tornando mais prática a utilização da máquina. Em potência real, temos aproximadamente 15W por falante, limitados do datasheet original para evitar distorções. São praticamente 30W disponíveis, mais do que o necessário para uma boa audição.

Configuração de hardware

  • Intel(R) Celeron(R) CPU B800 1.50GHz + 1.50GHz
  • 4GB RAM (3,40GB úteis)
  • Microsoft Windows 7 Home Basic versão de 32 Bits (sim, em 64 Bits o hardware aquece muito e fica uma carroça)
  • HD de 1TB (não era tão necessário, mas era o que tinha)
  • 15W + 15W por canal em falantes de 4Ω
  • Operação em 220V facilmente comutável para 127V
  • Gabinete reforçado para total segurança no transporte
  • Rodízios com trava
  • Teclado wireless
  • Ventilação interna inteligente 
  • Isolamento interno/externo com espuma de alta qualidade
  • Revestimento externo de tecido altamente aderente (permite lavagem)
Optei por não colocar luzes e coisas do tipo, deixando o mais simples possível. A ideia é facilitar o transporte e ter a mesma comodidade da jukebox anterior. Tanto que nada mudou no software, segue o mesmo SK Jukebox que você pode baixar aqui.

No mais, fora o tempo estendido demais desse projeto, ficou muito bacana e muito prática. Temos utilizado há muito mais tempo do que parece, só não quis publicar ainda porque faltavam alguns detalhes... 

Claro que tem fotos!


Os falantes e vias adicionais de agudos

Painel de controles (LED azul wireless não apareceu)

Vista do painel traseiro com o cooler e a porta de acesso

Cabo AC removível e facilmente substituível

Alças para transporte

O recorte angular bem esperto do gabinete que ajuda o som

Uma visão geral com proteção de tela do disco que está sendo reproduzido

Péssima foto, mas dá pra ter uma ideia do tamanho do teclado




Rodízios com trava (nas traseiras)

Porta de acesso e as espumas de isolação

Detalhe do painel com a potência desligada e wireless (azul)

Especificações do hardware

** 30/10/2023

Cinco anos depois da finalização desse projeto, estou aqui com algumas ideias para melhorias - como multiamplificação (amplificadores ativos independentes) - e um novo revestimento. Daqui a alguns meses, entro em férias e, se tudo der certo, a jukebox vai receber uma reforma de respeito!

Pintura dos gabinetes modulares do set de áudio

E o grande dia chegou! De forma meio experimental e em cima da hora, decidi comprar material para finalmente pintar os gabinetes metálicos e crus dos modulares do meu set de áudio personalizado. Como você já sabe - e se não sabe, toma aqui - meu set foi totalmente construído do zero, ou seja, com exceção das caixas acústicas e da mesa de som, todos são projetos e produção próprias, com recursos próprios e sem jabá nenhum para ajudar.

Após anos de uso, decidi aposentar algumas unidades por limitações que não posso transpor, para finalidades de melhorias. Ficaram somente os modulares que consigo ainda fazer melhorias de forma eficiente e sem gambiarra. Os excluídos poderão vir a ter novas versões no futuro, de acordo com a minha necessidade. Melhor ter poucos e bons aparelhos no set a ter muitos sem real benefício. Falo isso porque na época de criação dos modulares, todos atendiam perfeitamente aos propósitos. Alguns deles deixaram de ser tão eficientes e, como mencionei anteriormente, estão limitados para possíveis melhorias. Para fazer meia boca ou gambiarra, prefiro abandonar e criar tudo de novo, do zero, com tudo o que tem direito e com brecha para melhorias futuras.

Sem mais delongas, as fotos (poucas e rápidas) do set.




Tenho algumas ideias e novos projetos a iniciar, mas preciso urgentemente finalizar a jukebox portátil, que, por diversas razões, está atrasada. Mas enquanto não finalizar, não quero me envolver em outro projeto.

PROCATER III - terceira versão da edição monofásica analógica individual

Um dos projetos mais importantes diyPowered, em sua terceira versão monofásica analógica individual, o PROCATER se tornou indispensável na proteção contra distúrbios de retorno de tensão em equipamentos de uso contínuo

Mais uma versão monofásica analógica individual encomendada pelo meu sogro, que já comentei aqui antes. Dessa vez, é para uso particular e não para revenda. Como tinha tudo em casa, foi só dedicar algumas horas na montagem. Não vou me estender muito nessa postagem - e nem nas futuras postagens de versões monofásicas analógicas individuais - porque todo o princípio e fundamento do projeto já foram devidamente ilustrados e contados nas outras oportunidades. Portanto, se quiser conhecer o projeto, comece do começo:


Algumas alterações sutis foram adicionadas ao projeto novo, como o indicador de fusível aberto (LED vermelho logo abaixo da caixa de fusível) e pequenas melhorias no circuito analógico a fim de aprimorar a precisão. No mais, o projeto segue confiável e com montagem cuidadosa. Foi mantida a mesma capacidade (8A safe, 10A peak) e também a tomada padrão antigo na saída, de forma estratégica. O fusível deve ser de ação rápida e calculado de acordo com a carga a ser protegida.


Simulação de circuito aberto (fusível aberto)

Visão geral (cabo de força maior nessa versão)

Tomada padrão antigo

Circuito atuando (LED amarelo = carga ON)



7 dicas para projetos DIY, seja você iniciante ou veterano

Pois bem. Vou tentar me resumir em sete grandes dicas para projetos DIY, seja você um novato ou um veterano, para que seu tempo seja otimizado e para que o produto final tenha mais qualidade. E se você não leu a série de dois capítulos 'Planejamento e execução de projetos DIY', seria muito produtivo que o fizesse antes de continuar o artigo atual.


Dica #1 - Planejamento prévio

Não adianta juntar as peças na bancada e sair corroendo placa se você não planejou suas ações antes. Isso vai gerar desperdício de tempo e de material, caso você cometa algum erro ou se esqueça de algum detalhe que deveria estar ali mas não está. Abra um documento de texto e vá anotando os passos do seu projeto. Ou até, paralela ou exclusivamente, tenha um caderno e uma caneta sempre à mão para eventuais anotações e ideias. Meus projetos sempre saem do papel, geralmente, antes de qualquer teste prático em bancada. E sou resistente a simular circuitos no computador: prefiro fazer tudo fisicamente. Então, resumindo, planejamento é fundamental para evitar projetos furados, dispendiosos e que vão tomar muito tempo em retrabalho.

Dica #2 - Testes

Se você seguiu a dica #1, certamente vai seguir a dica #2: teste tudo de forma incansável, verifique aquecimentos, tensões incorretas, variações de corrente ou fugas em circuitos. Verifique a massa, certifique-se de que tudo está conforme antes de qualquer coisa. Se é um projeto de áudio ou que envolva RF, seja ainda mais cuidadoso. Uma ou duas trilhas mal traçadas na PCI podem se transformar em antenas que não deveriam existir, colocando seu projeto em risco e fazendo você perder um tempo precioso analisando um circuito que está montado corretamente, mas que ficou prejudicado pelo layout da placa. Outro erro clássico nos projetos é montar uma fonte mal dimensionada, pobre ou ruidosa. Antes de alimentar seu precioso circuito, monte a fonte com toda atenção, teste quantas vezes achar necessário e somente dê o circuito por finalizado quando realmente sentir confiança na sua montagem. Uma fonte fora de padrão certamente vai comprometer seu projeto, tomando mais tempo em bancada do que o necessário.

Dica #3 - Componentes

Nunca, mas nunca trate seus componentes sem o devido respeito. Se você é do tipo que lê datasheet, sabe muito bem dos cuidados que se deve ter para evitar a perda do CI ou do FET. Um descuido e você conecta um circuito com a polaridade invertida, ou se engana com a pinagem na hora da montagem, se esquece de cuidados básicos e coloca seu projeto em risco. Depois, perde mais tempo refazendo o projeto do que o testando, de fato. Selecione cuidadosamente os componentes, teste cada um deles antes de colocar no circuito, cuide os valores de tensão de trabalho dos capacitores, a corrente máxima dos diodos e não ultrapasse os limites de cada componente. De preferência, mantenha uma margem de segurança para componentes ativos, como os capacitores e os diodos da fonte de alimentação: se você tem uma fonte que fornece 18V em aberto (sem carga) mas que com carga (ou regulador) cai para 12V - que é a tensão necessária para alimentar seu projeto - tenha o bom senso de não utilizar um eletrolítico de 16V, como se vê por aí. Certamente vai acontecer o inevitável, mais cedo ou mais tarde: esse capacitor vai estufar e passar a não trabalhar corretamente. O resultado num circuito de áudio, por exemplo? Ruídos fortes e mau funcionamento, estalos e, na maior maré de azar, a queima das saídas. Tomando por exemplo meus projetos, no HS-1875Mi tenho uma fonte simétrica de +/- 20V x 5A com 17600MF de reserva em dois bancos de 8800MF cada. Sabe a tensão de trabalho dos capacitores? 35V. Sim, margem de segurança alta para evitar problemas futuros. Caso tenha curiosidade, tenha a oportunidade de desmontar um receiver ou amplificador de potência dos anos 80/90 e você entenderá o porquê de esses aparelhos ainda funcionarem até hoje, muitas vezes com componentes intactos e originais de fábrica. 

Dica #4 - Montagem

Particularmente, prefiro as montagens em caixas metálicas. Além da grande resistência mecânica, também fornece blindagem efetiva aos circuitos, afastando qualquer ruído irradiado ou parasitas do gênero. Claro que é mais complicado trabalhar com metais, principalmente na furação de painéis, mas vale o trabalho que dá. Quando for montar seu projeto, após todas as dicas anteriores, atente-se ao organismo interno que você está criando. Quanto mais organizado, melhor trabalhará seu organismo. Passe cabos de forma que a estética não esteja acima do bom senso de isolar a alimentação dos sinais, use cabos de qualidade, avalie corretamente os componentes ativos para não economizar no dissipador de calor e, sempre que necessário, utilize cabos blindados para sinal. Outra coisa muito importante é aterrar todo e qualquer ponto metálico 'solto' dentro do gabinete, como o corpo de potenciômetros, dissipadores de calor, suportes metálicos e tudo o que puder se revelar uma antena. Se o gabinete for metálico, esse problema se torna quase nulo, mas por questões de qualidade, o faça da mesma forma. No final de tudo, aterre o gabinete também, de uma forma que não haja loop de terra, casando tudo de forma bonita e técnica, sem aranhas e emaranhados de fios medonhos, por favor. Se o case for pequeno, avalie a necessidade de isolar cada circuito fisicamente.

Dica #5 - Isolando circuitos

Por ter montado muitos projetos em gabinetes compactos, acabei aprendendo essa na marra. Se você deixar um circuito sensível muito próximo do trafo ou de algum componente similar, certamente vai ganhar ruído irradiado. E isso vale para circuitos muito próximos, que podem influenciar negativamente no funcionamento coletivo, seja irradiando ou conduzindo de forma parasita alguma frequência. Por isso, sempre que necessário, isole fisicamente os circuitos utilizando a fantástica gaiola de Faraday - há muitas formas de criar uma, basta estudar sobre o assunto. Esses cuidados também se aplicam ao layout da placa de circuito impresso, para que trilhas críticas não se cruzem ou circuitos não estejam distantes o suficiente para evitar interferências. Um descuido, nesse caso, pode invalidar totalmente o funcionamento do projeto, principalmente se tratando de circuitos de RF ou com osciladores precisos.

Dica #6 - Revisão final

Antes de declarar finalizado um projeto, mesmo após seguir rigorosamente cada etapa de testes, faça o mais importante: teste tudo novamente! Siga o equipamento da entrada AC até cada setor. Se tudo está de acordo, cada cabo passado corretamente, tudo bem afixado, nenhum curto ou placa tocando onde não deve tocar, daí sim: ligue o equipamento e comece a testar as tensões da fonte, se tudo bate e está correto. Verifique se algum componente está aquecendo além do previsto no projeto e tome as providências. Um exemplo clássico é na montagem de fontes, de inversores ou de amplificadores de potência, quanto ao dissipador de calor escolhido. Quem tem experiência em montagem e desenvolvimento, seleciona dissipador no olho, sem pensar. Mas quem chegou dia desses, pode se confundir e aplicar menos área do que o necessário. Vejo muitos projetos com LM, TDA, IRF, TIP e pontes de diodos com menos área dissipativa do que o ideal, e com menos área ainda do que o desejável num projeto seguro. O resultado é sempre o mesmo: vida útil reduzida e um projeto fadado ao fracasso. E quando falo em fracasso, falo de equipamentos que deveriam funcionar milhares de horas sem qualquer problema, mas que terminam condenados por imperícia ou por economia de projeto. Ouço muito o termo 'mas estava no datasheet' na tentativa de justificar um projeto falho e o que eu tenho a dizer sobre isso é o seguinte: datasheet não ensina técnico, apenas parametriza suas aplicações. Se o datasheet diz que tal componente dissipa 40W, obviamente que isso é um parâmetro máximo e jamais um limite máximo para seu projeto. Seguindo cegamente o datasheet, sem possuir experiência ou senso crítico, você encurtará drasticamente a vida útil do componente, embora ele vá funcionar 'normalmente' dentro do seu circuito. Por isso, tenha bom senso.

Dica #7 - Projeto finalizado nunca está pronto!

Se todas as dicas anteriores foram úteis, dentre seus próprios métodos de produção e desenvolvimento, você finalizou um projeto. Mas sempre fica aquela vontade de ter feito alguma coisa diferente, uma função que você não pensou na época e que gostaria de aplicar agora. E nem sempre dá certo ou é possível. Isso porque projeto fechado é projeto fechado, mas você tem uma linha, agora. Dentro do mesmo projeto, crie variações, uma nova versão, ou até uma versão experimental. Você estará exercitando suas técnicas e descobrindo mais do universo DIY. Mas deixe o projeto atual intacto, a menos que você apenas queira atualizar um microcontrolador ou alterar algum parâmetro interno sem alterar painéis e funções principais. 

A ideia básica por trás do DIY é criar e por isso, crie! Encontre maneiras de desenvolver novas soluções a partir das grandes ideias que você já teve, como forma de aperfeiçoamento pessoal, profissional e executivo. Um projeto finalizado nunca está pronto, mas um projeto finalizado é um ponto de partida prontinho para novas soluções, novas ideias e grandes projetos. 

Conclusão

Imagine quanto tempo você vai levar para desenvolver uma fonte de alimentação bacana e segura. Agora, leve em conta que essa mesma fonte de alimentação poderia servir de base para inúmeros projetos, e que esse tempo que você dedicou no desenvolvimento dessa fonte será poupado, podendo ser aplicado aos demais setores do projeto. Isso é DIY, é desenvolver e produzir de forma ascendente, sem olhar para os erros passados como falhas, mas sim como degraus evolutivos para seus projetos.

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