Modificando um estabilizador - Enermax EXS Power 1000

Não sei se já disse por aqui mas odeio estabilizadores de tensão. Desses comerciais, que vendem como equipamento essencial para o funcionamento do computador. Aquilo é lixo e tema de próxima postagem, para que você entenda melhor. Se você tem um, jogue fora agora mesmo. Mas se você tem um mais parrudo, de 1000VA para cima, você pode remover aquele circuito patético e fazer dele um ótimo transformador de força. 

Moro no Rio Grande do Sul há mais de dois anos e TODAS as minhas ferramentas são tensão fixa 127V - lá pra cima do mapa costuma ser assim. Aqui, é padrão os 220V. Consegui um trafo com meu sogro, mas não durou muita coisa e era bem fraquinho, não atendia a todas as necessidades. Um belo dia encontrei esse estabilizador num desses lixos eletrônicos e quando li que tinha 1000VA não hesitei em pegar pra mim. Pelo peso do brinquedo, estimei o tamanho do trafo. E era enorme mesmo! Burro eu, não tirei foto do estabilizador aberto, pra mostrar o tamanho do trafo...

O defeito dele? Não me dei ao trabalho de estudar - e nem me interessava descobrir mesmo, já que o trafo quase sempre sobrevive - mas o relé que libera a saída não era acionado. Medindo as tensões, fui mapeando as saídas do trafo apenas anotando o estado de cada relé - somente o relé de saída não armava, os outros operavam normalmente - se ON ou OFF em condições normais na rede. De posse dos fios corretos no trafo, removi com satisfação aquela placa ingrata, uni os fios que importavam e isolei os demais deixando disponível um enrolamento de 10V para ligar um LED ou para implementar um soft-start um dia. O LED eu fiz, o soft-start, não. Seguem algumas fotos, incluindo a medida de tensão na saída que optei por manter em 120V, uma tensão intermediária muito eficaz entre os 110V e os 127V. Mantive também o fusível de entrada.


Painel frontal (desligado)

Painel frontal (ligado)

Painel traseiro com 4 tomadas, chave de
seleção de rede e fusível

Medida 120VAC na saída do trafo

Intelbras No Stop 230 - olha o temporal...

Guerreiro. Esse foi guerreiro. Como eu havia postado aqui, o cara funcionou muito bem. Mas devido a um temporal desses que só tem no sul, ele veio a óbito... Já tinha planos de trocar a fonte do PCR que era carga demais para ele, mas como o nobreak precisaria de trabalho sério e algum custo para voltar à vida, optei por deixar a fonte do PCR trabalhando com folga e adquirir um nobreak mais parrudo logo mais. 

O que dava pra ser reaproveitado eu retirei, e claro, esse gabinete será útil muito em breve...  update! aqui está o projeto que levou esse carinha aí!



Intelbras No Stop 230

Com uma arquitetura robusta e de fácil manutenção - como todo equipamento Intelbras - o NS230 cumpre seu papel sem frescura. Do tipo 'casca grossa', trabalha num gabinete metálico com suporte para fixação em parede, circuito dissipativo, bateria interna e suporte para mais três baterias (borne para conexão externa)

Esse aí veio de Bagé-RS, da sucata do meu sogro - gênio da telefonia. A princípio, o defeito era desconhecido por ele e a única coisa que faltava era a bateria. Trouxe pra casa e já na inspeção visual notei que a placa nunca foi 'mexida'. Com poucas medições e algumas soldas refeitas, o mostrinho ligou com todas as tensões corretas. A bateria veio da minha sucata - 12V x 7A selada. Produtos da Intelbras possuem a vantagem de a manutenção ser -  geralmente - fácil e descomplicada.

Apesar de sua capacidade estar na casa dos 230VA (160W) o NS230 'segura' o PCR e o roteador. A fonte do PCR tem mais potência do que eu imaginava e já estudo a substituição para baixar esse consumo desenfreado, já que a placa ITX possui um consumo bastante baixo. Tenho planos para aumentar a capacidade do NS230 adicionando mais baterias - externas - mas isso é coisa para outro dia.

Seguem algumas fotos do NS230 já limpinho e montado na parede com todos os outros colegas de trabalho. Procurei mais informações mas não encontrei nada demais. Somente num site da Intelbras em inglês é que encontrei algumas informações mais detalhadas sobre o NS230.



Intelbras NS230, PCR Server, roteador, Central de
Alarme ZSE e Discadora GSM Westron

Painel frontal NS230 (rede)

Painel traseiro NS230 (note os bornes para
baterias externas)




** Note a temperatura do PCR nessa última foto. É um problema que preciso resolver - resolvido, ver atualização - 'para ontem' porque nos últimos dias fez muito calor (acima dos 38ºC) e trabalhei com a tampa do gabinete aberta para ajudar a dissipação. Essa plaquinha aquece muita coisa e como pretendo substituir a fonte, é provável que esse aquecimento seja reduzido - a fonte atual aquece bastante também, mesmo em condições normais.

F5812ADJ - Fonte tripla para bancada com saída dedicada ajustável

Indispensável em qualquer bancada e com múltiplas utilidades, uma boa fonte necessita de estabilidade, blindagem, ótima filtragem, proteções AC/DC e corrente útil para acionar equipamentos ou para testes em protótipos de projetos DIY. Com este propósito e com um projeto enxuto, foi desenvolvida a F5812ADJ

Partindo do princípio que uma fonte de bancada não tem mistério, não hesitei em iniciar o projeto com o clássico: filtro AC, fusível, transformador, diodos, capacitores. A grande sacada fica por conta da saída tripla 5V, 8V e 12V, sendo esta última ajustável até 20V. Com capacidade para fornecer 1A de corrente simultaneamente nas três fontes, a F5812ADJ também conta com proteção exclusiva 'Passive Charge', que só libera a tensão da fonte para os controladores cerca de dois segundos após o acionamento da fonte. Dessa forma, ao acionar a fonte, os capacitores principais se carregam rapidamente sem qualquer carga, o que promove maior eficiência na filtragem e protege o setor primário (diodos e capacitores principais) e o secundário (controladores) aumentando a vida útil de todo o sistema e minimizando ao máximo qualquer possível ruído. Todas as saídas possuem proteção contra curto, corrente reversa, sobrecarga e podem ser facilmente desarmadas em caso de aquecimento excessivo. Componentes como diodos, fiação e trilhas da placa, bornes, tensão de trabalho de capacitores, dissipação de resistores e até o dissipador de calor dos controladores foram superdimensionados para aumentar a vida útil da fonte. Isso é respeitar os limites do bom senso, contrário ao que fazem por aí.

Os voltímetros digitais são comerciais e foram adquiridos pelo Banggood. Demoraram para chegar, mas valeu a espera. São ligeiramente precisos e possuem consumo extremamente baixo, podem ser alimentados com tensões entre 4,5V e 30V e medem tensões até 99VDC.

Sistema Passive Charge

Ao acionar a fonte pela chave ON/OFF (painel traseiro) nenhum dos voltímetros é acionado, tampouco há tensão nos controladores e nos bornes de saída; o LED amarelo se ilumina. Cerca de dois segundos depois, o LED amarelo se apaga, os controladores recebem a tensão da fonte, os voltímetros indicam as tensões na saída e o LED verde se ilumina. A fonte se encontra funcional neste momento.

Ao desligar a fonte pela chave ON/OFF, a tensão geral começa a diminuir até certo ponto - sem zerar - onde a proteção 'Passive Charge' atua novamente cortando a tensão presente nos controladores, mantendo-a nos capacitores principais que se descarregam muito lentamente. Mesmo com essa descarga lenta, sempre existirá uma tensão residual nos capacitores principais para auxiliar a fonte num próximo acionamento. Assim, os capacitores principais não serão carregados 'do zero' novamente - a carga será retomada a partir da tensão residual, aumentando a vida útil do setor primário e acelerando a liberação da proteção 'Passive Charge'. 

Mais uma vez o lixo eletrônico ganhando vida nova: a carcaça é de um estabilizador, o transformador de 15V+15V x3A saiu de um no-break antigo; capacitores, diodos, controladores e todos os componentes foram reaproveitados de placas da sucata. Apenas os voltímetros foram comprados - há algum tempo, e bem baratinhos. 



Painel frontal com a fonte ligada
(bornes da esquerda +V e bornes da direita GND)

Detalhe da ventilação (dissipadores estrategicamente montados)

Com carga

Fonte sendo ligada (LED amarelo = 'Passive Charge')

Painel traseiro com a chave ON/OFF

* O voltímetro dos 8V mostra sempre 0,1V a mais do que deveria. Dado o preço e a distância para reclamar garantia, decidi deixar por isso mesmo.

** 22/09/2014 - O voltímetro dos 8V que apresentava 0,1V a mais passa a exibir a tensão correta após alguns minutos. Os outros dois voltímetros funcionam corretamente, somente este apresenta esse problema. Como disse anteriormente, pelo valor do produto e pelo tempo que levaria a troca por um novo, decidi não reclamar garantia. E levando em conta que todos os projetos DIY são protótipos de uso, se algum dia eu for produzir a F5812ADJ por alguma razão, o farei com todo cuidado e selecionarei os componentes corretamente.

Decidi melhorar a aparência gerando o silk para o painel. Atualizo a postagem assim que for aplicado.


Detalhe do voltímetro dos 8V


** 27/09/2014 - Silk finalizado e afixado no painel da fonte. Como a ideia é não gastar - ou gastar o mínimo possível - com os projetos, tudo foi feito em casa mesmo. Como eu disse anteriormente nesta postagem, se por ventura eu for produzir essa fonte algum dia, o farei da forma mais digna possível. Porque o protótipo é perfeito.


Silk aplicado (meia boca, mas custo zero)


Quanto ao sistema Passive Charge - que só libera a tensão da fonte para os controladores cerca de dois segundos após o acionamento da fonte - criei um vídeo demonstrativo.


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