Quem me conhece sabe que eu odeio Linux. Acho arcaico, feio, burocrático, desleixado, desnecessariamente complicado de ser operado, nada democrático e nada popular. Estável e seguro até não ser mais, e quando isso acontece é um deus nos acuda. Essa é a minha opinião particular, não estou aqui levantando polêmica barata nem quero aparecer: é a minha posição em 18 anos de TI e vários clientes arrancando os cabelos por conta de um servidor Linux que simplesmente para sem nenhum aviso prévio concreto.
E isso aconteceu com um cliente recentemente que operava um servidor de arquivos Linux 24/7/365 numa rede local com cerca de 15 computadores. Esse servidor não era vital quanto o de sistema (que é um Windows Server 2016) mas continha arquivos importantes o suficiente para que ele ficasse perplexo com a situação. Um programador que manjava de Linux cobrou a bagatela de R$ 600 a hora técnica para tentar recuperar os dados - subindo novamente o Linux. Claro que o cliente não quis. Eu odeio Linux, você sabe, mas adoro uma briga boa e um cliente sorridente. Vou resumir a história agora.
Não tinha tempo (nem saco) pra subir a distro novamente e o cliente precisava com urgência de alguns documentos digitalizados que estavam nesse servidor, num HD de 500GB danificado, com
bad blocks em cada esquina e com o
S.M.A.R.T. gritando. Mas isso o Linux não avisa,
oh no. Ah, o cliente em questão só se deu de conta que tinha algo errado com esse servidor porque a gravação e a leitura pela rede estavam muito lentas, e também me disse que
observou a luzinha vermelha da cpu acesa o tempo todo. Peguei o disco, coloquei no meu PC de bancada véio de guerra via SATA e rodei o
Ext2explore.exe - dica antiga mas que funciona bem até hoje. O executável escaneia o PC em busca do(s) disco(s) com partições Linux e mostra todas as pastas e conteúdos disponíveis. Lembra bastante o salvador da pátria
Ghost Explorer. Daí ficou fácil, só salvar as pastas ou arquivos que você precisa e pronto. Essa cópia levou cerca de 3 horas, e todos os mais de 300GB foram recuperados com sucesso. Vou deixar o executável
disponível no Drive para quem precisar
se livrar do Linux salvar clientes um dia também.
E agora? Bom, o cliente me pediu para montar um servidor de arquivos novinho pra ele, igual àqueles que montei em junho pra ele: com Windows Server 2016.
Aprecio bastante o software livre, acho muito relevante que o conhecimento seja para todos e que todos possam colaborar de alguma forma para que esse conhecimento seja disseminado para o bem. Só não concordo em utilizar software livre - como um servidor Linux - para grandes operações quando você não possui um suporte técnico eficiente e especializado para resolver em tempo hábil problemas graves.