Podemos dizer, sim, que se trata de um computador customizado. Claro que sim. Mas prefiro chamar de Slave Server. E o '2' é porque se trata de uma segunda versão: quando morava no Rio, mantinha um Slave Server que operava com funções múltiplas como servidor de arquivos, e-mail, FTP e roteador. Tudo numa única máquina. Funcionava com tamanha precisão que ficava impressionado com aquele Core 2 Duo rodando com 4GB de RAM atolado de tarefas. Na época eu necessitava de muito espaço para armazenamento, tanto que tinha três discos de 500GB cada somente para esta finalidade. Sistema Operacional e máquina virtual rodavam num disco dedicado de 250GB.
Mas dessa vez precisava de algo compacto. Extremamente compacto. Não precisaria armazenar grandes quantidades, pelo contrário, precisava apenas de uma máquina que trabalhasse constantemente para downloads em massa e conversões de arquivos de vídeo, basicamente. Dessa forma, poderia desligar com mais frequência meu notebook - Samsung RV415CD3BR, 500GB de HD e 8GB de RAM - enquanto meus downloads e tarefas com vídeos continuassem ativos. Obviamente que pensei logo em usar Linux, mas fui barrado novamente pelas minhas necessidades específicas e nem quis levar adiante a ideia. Mexendo nas minhas tralhas, encontrei uma licença do Windows 7 Professional e nem hesitei.
Sobre a configuração
O SSv2 não foi desenvolvido para ser utilizado como um computador de mesa. Pelo contrário: não possui portas externas VGA, porta serial e nem áudio. Inclusive desabilitei o áudio e a COM onboard dessa MSI e deixei somente o necessário. No painel traseiro, apenas a porta ethernet (/1000) e duas portas USB. Como o próprio nome diz, é um servidor, e como tal, a utilização se dará via remoto, tanto por TS quanto pelos softwares de uso geral.
Tudo foi minuciosamente definido: espaços, passagem dos cabos, dissipação, localização das conexões externas, suporte para a placa mãe/HD/fonte... tudo para que o espaço disponível fosse utilizado da melhor maneira possível sem que houvessem barreiras que atrapalhassem a circulação de ar. Por se tratar de um gabinete robusto e completamente 'de ferro', essa foi a parte mais complicada. A fixação dos componentes.
Indicadores do painel frontal
Originalmente, este antigo nobreak - postei sobre ele
aqui e
aqui ele foi desmontado e devidamente guardado por todo este tempo - possuía apenas dois LEDs indicadores no painel frontal. Como não tenho brocas 3mm e também não pretendo comprar tão cedo, pensei em criar LEDs duplos. E foi o que fiz. O primeiro LED (de cima para baixo) possui a função POWER (azul) e HDD (vermelho). Fica sempre aceso em azul quando o server está ligado e muda de cor quando há atividade no disco, se 'tornando' roxo - pelo acender do LED vermelho, conhecimento básico sobre cores. Tive apenas que adicionar um resistor no LED azul para que a mistura das cores fosse mais ou menos uniforme. O segundo LED, logo abaixo do POWER/HDD, mostra o status da conexão ethernet. Dois LEDs também foram utilizados para este indicador de conectividade. O LED verde indica 'link' enquanto que um piscante amarelo indica 'activity' da rede. Os indicadores foram montados sobre um acrílico retirado de um roteador há muito tempo, que fazia esta mesma função com LEDs - formar um 'espelho' e conduzir a luz, técnica muito encontrada em eletrônicos. E deu um visual bastante interessante para o SSv2, o conjunto acrílico e as funções duplicadas dos LEDs. No escuro, o visual é bastante moderado, graças aos LEDs escolhidos, tornando o piscar dos LEDs bastante discreto. Até porque detesto aqueles LEDs gritantes que colocam nos projetos por aí.
Fico devendo um GIF ou um vídeo demonstrando o funcionamento dos LEDs multifuncionais.
Painel traseiro
Aproveitando os furos do próprio gabinete, adicionei um fusível externo - um bypass no fusível original da fonte - com uma chave AC que possui neon. Tanto o soquete do fusível quanto a chave AC foram retirados de um 'filtro de linha'. Mas esse é dos antigos, dá pra ter uma ideia pela cor dos componentes. No furo que havia uma chave AC original do nobreak, encaixei precisamente uma tomada 'padrão AT(X)' - não sei o nome do padrão. Puxei duas portas USB e uma tomada AC auxiliar para que seja fácil conectar um periférico de consumo baixo. E também a porta ethernet e os botões PW e RT, de power e reset. A ventilação foi explorada no painel traseiro com a utilização de telas metálicas que foram cortadas de uma carcaça de fonte ATX 'das boas'.
Originalmente, o gabinete possui suportes que permitem a sua fixação na parede. Mas como dificilmente vou prendê-lo na parede novamente, optei por utilizar quatro pés comerciais que já possuem fita dupla face 3M. E cola tão bem que para tirar essa fita da 3M, tem que chorar.
O projeto entra em produção hoje, data da postagem, às 22h, e será um dos
projetos atualizáveis do diyPowered. Algumas funções extras estão em estudo para o SSv2, mas tudo dependerá do comportamento que será mostrado dentro das próximas semanas. Ainda pretendo realizar testes mais profundos sobre a dissipação do SSv2, com coolers e sem coolers, para fins de melhorias e estudo, que serão aplicados dentro das próximas horas após o lançamento do projeto. Sem mais delongas e deixando as portas abertas para os futuros updates...
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Aspecto geral (desligado) |
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Painel frontal |
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Painel traseiro |
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Suporte para fixação em parede |
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Fixação dos pés comerciais |
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Comparativo de dimensões |
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Detalhe dos pés |
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Configuração de lançamento do SSv2 |
Pensando em melhorias, penso sim em aplicar silk e algum decalque para deixar com aspecto mais profissional. Por hora, é só.
Log do projeto
19/03/2016 - Gabinete definido e iniciado furação e instalação dos componentes
20/03/2016 - Todos os componentes afixados no gabinete e partindo para definições de painel, conectividade e demais detalhes externos; definido que equipamento terá suporte a NAS, configuração avançada de rede com acesso exclusivo via TS, dois discos isolados (backup e sistema) e controle de acesso por usuário local e externo
23/03/2016 - Fixação das portas USB, botões PW e RT, ethernet e uma tomada AC auxiliar para conexão aos equipamentos que possam vir a ser utilizados próximos ao SServer; definidos cores de LEDs e funções dos LEDs do painel, que possuirão funções duplas
24/03/2016 - Finalização das conexões internas, fixação dos LEDs duplos do painel frontal e primeiro teste; SServer subiu SO teste e tudo está funcionando; próximo passo é instalar o SO do zero com todas as configurações e recursos necessários e avaliar o aquecimento interno durante o procedimento; como a placa mãe é de baixo consumo, talvez não seja necessário a utilização de cooler, o que seria perfeito
25/03/2016 - Sistema Operacional definido, instalado e programas essenciais prontos para início das operações; todo o sistema opera de forma excelente, sem aquecimento excessivo e com consumo muito baixo; um dos discos foi removido e somente um disco permanece para todas as funções; criado túnel de vento utilizando dois coolers pequenos com giro alterado (para menos) para fazer com que o ar circule pelo equipamento e saia, com tomada de ar nova e saída do ar quente de forma eficaz; o aquecimento total do equipamento dispensaria cooler, mas se tratando de um sistema compacto que operará por horas seguidas sem interrupção, achei por bem circular o ar; em processo de finalização
26/03/2016 - Projeto finalizado!
** 07/04/2015
No dia anterior, chaveei a fonte para trabalhar em 127V por conta da saída de um nobreak NHS recém adquirido - alô, Cristian! - e hoje, ao me esquecer desse detalhe, meti o server na tomada 220V direto, como vinha fazendo até então. Ouvi um ruído característico de fonte chaveada em sobrecarga que logo deixou de soar. Foi quando me dei conta de que havia preparado o server para 127V e tirei a tomada rapidamente. Como fiz aquele bypass no fusível original da fonte para instalar um porta fusível externamente, foi fácil verificar que o sistema básico funcionou protegendo a fonte. Não sentindo cheiro de queimado nem vendo fumaça subir, troquei o fusível e liguei de novo - dessa vez na saída do nobreak - com a cara e a coragem - e a preguiça de ter que reparar essa fonte, provavelmente. Para minha surpresa, tudo segue funcionando. Parabéns para o projeto dessa fonte, que além de entregar as tensões 'redondinhas', também possui um fusível muito bem dimensionado.
** 21/04/2016
Conforme disse anteriormente, executei testes de stress para checar as temperaturas máximas de trabalho do SSv2. Não havia postado ainda por falta de tempo mesmo. Todos os dados foram obtidos utilizando o MON1USB,
publicado aqui também.
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Teste #1 [ COOLER ON ] [ STRESS ON ]
Teste de stress a 80% com túnel de vento ativo em 26/03/2016.
Objetivo
Verificação de temperatura média interna com o túnel de vento ativo a fim de avaliar a necessidade real da utilização de coolers na manutenção da temperatura do gabinete do SSv2.
Condições
Teste de stress com carga de 80% para RAM, processador, disco R/W, vídeo 2D e 3D e placa ethernet.
Status monitorado com temperatura ambiente de 22ºC
19h10min - inicialização do sistema com temperatura interna de 29ºC
19h28min - iniciado o teste de stress a 32ºC
21h50min - leitura de 39,1ºC
23h10min - leitura de 36,1ºC
Fim do teste com temperatura mínima de 36,1ºC e máxima de 39,1ºC
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Teste #2 [ COOLER OFF ] [ STRESS ON ]
Teste de stress a 80% com túnel de vento inativo em 27/03/2016.
Objetivo
Verificação de temperatura média interna com o túnel de vento inativo a fim de avaliar a necessidade real da utilização de coolers na manutenção da temperatura do gabinete do SSv2.
Condições
Teste de stress com carga de 80% para RAM, processador, disco R/W, vídeo 2D e 3D e placa ethernet.
Status monitorado com temperatura ambiente de 26ºC
11h30min - inicialização do sistema com temperatura interna de 26,7ºC
11h32min - iniciado o teste de stress a 27,4ºC
13h52min - leitura de 48,6C
15h52min - leitura de 47,5ºC
Fim do teste com temperatura mínima de 47,5ºC e máxima de 48,6ºC
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Teste #3 [ COOLER OFF ] [ STRESS OFF ]
Verificação de temperatura sem teste de stress com túnel de vento inativo em 27/03/2016.
Objetivo
Verificação de temperatura no ponto médio da fonte de alimentação - entre dissipadores - e dissipador do processador com o túnel de vento inativo a fim de avaliar a necessidade real da utilização de coolers na manutenção da temperatura do gabinete do SSv2.
Condições
Sistema inicializado e sem carga efetiva.
Status monitorado com temperatura ambiente de 23ºC
Temperatura entre dissipadores - leitura de 61,6ºC
Processador - leitura de 50ºC
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Teste #4 [ COOLER ON ] [ STRESS OFF ]
Verificação de temperatura sem teste de stress com túnel de vento ativo em 27/03/2016.
Objetivo
Verificação de temperatura no ponto médio da fonte de alimentação - entre dissipadores - e dissipador do processador com o túnel de vento ativo a fim de avaliar a necessidade real da utilização de coolers na manutenção da temperatura do gabinete do SSv2.
Condições
Sistema inicializado e sem carga efetiva.
Status monitorado com temperatura ambiente de 24ºC
Temperatura entre dissipadores - leitura de 45,2ºC
Processador - leitura de 40ºC
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Conclusão
É visto que ambos os testes principais - #1 e #2 - ocorreram em dias de clima mais ameno, em período de tempo determinado e com extrema carga em todo o sistema. Obviamente que nas condições de utilização normais, talvez nem metade da carga aplicada nos testes seja requerida. Mas ao obter tais dados com a utilização de tamanha carga, é possível determinar se existe ou não a necessidade da utilização do túnel de vento.
De acordo com a premissa do diyPowered, que prega a gentileza e o bom senso para com os limites dos projetos, fica determinado que o SSv2 utilizará sim o túnel de vento para manutenção da temperatura interna, aumentando a vida útil do equipamento e tornando a operação mais segura. Para ilustrar, basta aumentar proporcionalmente a temperatura ambiente do segundo teste - verificação de temperatura média interna com túnel de vento inativo - em apenas 8ºC, que nos elevaria a uma temperatura de verão de 34ºC e calcular a temperatura máxima alcançada pela leitura às 13h52min. Dos 48,6ºC chegaríamos facilmente aos 54,6º, nada desejável.
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Fim dos testes.