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Fonte (PSU) ATX HIPRO HP-D2537F3R

Session.

Essa aqui é para registrar minha adoração por bons projetos. Essa fonte é de um cliente que veio para manutenção (não na fonte) e como sou chato, sempre abro a fonte para verificar possíveis capacitores estufados e também para limpar o cooler. Às vezes troco o cooler, quando realmente não tem mais jeito. E vendo essa fonte por dentro, não resisti e tirei algumas fotos pro site. 

Pesquisei bastante mas não encontrei nenhum site que falasse da fonte, somente e-commerce em geral e Mercado Livre. Não vou me aprofundar nem analisar tecnicamente o projeto dos caras, mas olhando de perto é inquestionável o cuidado, a disposição das peças, o filtro AC na entrada, os triplos acopladores ópticos, os capacitores escolhidos (sim, se você não sabia dessa, até capacitores possuem datasheet e aplicações específicas para cada situação) e a própria carcaça, resistente e bem montada. Não há dúvidas do quesito qualidade da montagem.

Também vale ressaltar o tamanho dos dissipadores, o trato na escolha dos transistores (parrudos) e no geral, achei um excelente projeto. Esse cliente liga a máquina DIRETO NO 220V há muitos meses, e nunca teve problemas com essa fonte. Nas poucas referências que encontrei, a HIPRO é reposição para desktops HP. Ou seja, confirmada a informação, se a HP usa não pode ser um projeto low cost, concorda?!







Controle remoto do Chery QQ 2011/2012 (S11) pisca LED mas não aciona travas e central de alarme

Depois de algumas investidas DIY no sapinho, estive lutando nesse controle quando ele passou a dar umas rateadas na hora de acionar a central. É um circuito bem simples, sem muita frescura - como o próprio carro - e eu não conseguia entender o porquê de ele oscilar mas não enviar sinal corretamente pra central.

Quando comprei esse carro, achei estranho terem colocado duas baterias no controle remoto, CR20XX não me lembro, mas é das mais fininhas. Pensei que fosse preguiça da ex-dona de resolver o problema da folga e do mal contato da bateria, eliminando um espaço entre a placa e os contatos com outra bateria. Sem falar que estava mascarando um defeito ao alimentar com 6V um RF projetado para operar com 3V. Mas não era preguiça. Já tinha esse problema crônico. Hoje, finalmente consegui deixar o carinha afiado e funcionando até de longe.

Não vou me aprofundar nem entrar no beabá do RF, mas quem entende um pouco de eletrônica sabe que em áudio e RF a qualidade da alimentação é fundamental para que o circuito funcione como o esperado. Nesse caso aqui em especial, colocaram um LED vermelho que pisca quando você pressiona uma das teclas. Antes de sair trocando o transistor R25 e medindo todos os capacitores, decidi simplesmente testar esse controle com mais corrente, mantendo a tensão. Fiz o teste utilizando uma célula de lítio com carga de 3,2V (2,2A) e o RF acionou a central normalmente com apenas um toque sutil nas teclas. Ou seja, alguma coisa estava 'roubando' corrente do CI, tornando a oscilação fora de padrão e interferindo na transmissão. Um adendo aqui: não sou especialista em RF, nunca trabalhei com radiofrequência aplicada, nunca fui um entusiasta da área; apenas conheço os conceitos e procuro aplicá-los da forma correta. Quando falta informação, tem a internet. Não pretendo transformar esse assunto num debate de clubinho.

Antes disso, fiz um reforço com fio de cobre pra antena desse controle, que nada mais é do que uma trilha mais grossa que quase faz uma volta completa em uma das faces da PCI. Mas o que efetivamente funcionou foi retirar da placa o resistor de 1k (R6) em série com esse LED vermelho. Toda a corrente e tensão da CR2032 foram dedicados ao CI que instantaneamente passou a funcionar como deveria. Fiz testes de muito longe, dentro do possível que meu pátio permite, e o controle acionou a central de forma eficaz e sem rodeios mesmo com toques curtos e breves. Antes dessa descoberta, pensei serem os botões o problema, mas descartei logo que fiz testes de continuidade neles. Estavam perfeitos. Era um saco quando o controle resolvia não funcionar o destravamento das portas. Muita força a troco de nada, como quando as pilhas do controle remoto da TV ficam fracas e a gente aperta mais forte como se isso fosse resolver alguma coisa. Casa de ferreiro...

Nunca entendi esses LEDs em controles de RF. Acho desnecessário e cruel para quem precisa ficar trocando essas CR2032 de dois em dois meses. Quando tinha moto, instalei o alarme dela e os dois controles (o de presença e o comum) tinham LEDS AZUIS! Uma piada, consumiam muitas pilhas ao ponto de eu só usar o de presença escondido comigo e deixar o comum sem pilha preso ao chaveiro pra entregar a um possível vagabundo que pudesse levar a moto num assalto.

Então, se você tem um QQ ou um outro veículo que possua controle remoto com LED, recomendo fortemente desativar pra economizar pilhas. E em alguns casos, também pra manter o RF redondinho. Cada caso é um caso, mas vale a pena avaliar se é possível desativar o LED sem prejuízo do funcionamento do circuito. E vale mais ainda a dica para quem pretende levar o controle pra conserto nesses chaveiros de esquina, que vão cobrar um monte de dinheiros de você e que talvez nem consigam resolver seu problema. 

Detalhe do resistor R6 retirado

Decidi manter o reforço da antena


Fonte ATX Aerocool VX-350 - uma furada ou uma boa opção low cost?!

Session.

Sabe que eu adoro abrir tudo o que é eletrônico pra dar uma espiada, né. Por curiosidade, por conhecimento, para sacanear os 'engenheiros modernos'... Ou seja, gosto e faço e ponto. E em defesa dos bons engenheiros, lhes digo: muitas vezes vocês reclamam da faixa de custo para os projetos serem curtas, e por essa razão se obrigam a focar em tudo o que for low cost. E eu torno a dizer a vocês que isso não é justificativa para projetar lixo: há muitas formas de produzir em larga escala com qualidade mesmo com uma faixa de custo baixa. Basta saber o que fazer, pensar fora da caixinha e deixar de lado um pouco a soberba do diplominha.

Mas vamos voltar ao foco.

Essa fonte da Aerocool tem sido vendida na faixa dos R$ 90 aos R$ 150 podendo chegar a mais nessas lojinhas de cidade. Desde que conheço a marca, tenho tido acesso aos produtos para conhecer melhor e poder avaliar se o low cost deles vale a pena. E se você veio aqui atrás de informações para nerds como testes de força, números, nutellinhas com laboratórios pagos pelos pais ricos ou patrocinadores non sense, pode parar por aqui porque não vai rolar. Minha opinião não é baseada em nutellês.

Já tive em mãos diversos produtos Aerocool, de gabinetes desktop até coolers, passando por fontes e outras tranqueiras. O que vi até hoje foram low cost muito surpreendentes. E não estou ganhando coisa alguma para dizer isso, até porque quem conhece o diyPowered sabe que aqui não entra jabá e se tiver que entrar, vai ter que passar no teste de qualidade! Essa fonte veio numa barbada pela OLX, onde um cara comprou um gabinete que veio com ela. Ele tirou essa fonte NOVINHA e colocou uma que ele já tinha, uma Corsair 600W. Ficou guardada por algumas semanas quando ele decidiu desapegar e anunciou a R$ 50. Sim, por R$ 50. Menos do que uma fonte das mais comuns que fornecem (ou dizem fornecer) 200W cheio de zumbidos e traquinagens da rede elétrica. Como meu PC véio de guerra usa uma dessas fontes meia boca - tem ela aqui pra você ver, ó - fico receoso de pendurar mais discos nela e e ela não dar conta do recado (acontece muito quando você tem discos de grande capacidade, onde essa fonte pelada não suporta a corrente de pico de partida dos motores e o disco nem chega a ser reconhecido, dando um puta pânico em ter perdido os dados). Daí, achei por bem entrar com uma verbinha pra trocar antes que eu me irrite ou que precise mesmo de mais carga na máquina e fique na mão.

Vou resumir: é uma fonte com a mesma arquitetura das irmãs menores, sem frescuras, com partida simples, sem PFC, sem coisa alguma mesmo. É uma opção para quem quer mais capacidade mas não precisa de selos comerciais de eficiência, de cabos modulares ou ainda para quem não vai gastar milhares de dinheiros pra ter em casa uma caixa de metal cheia de luzes para brincar de gamer. Obviamente que eu não pagaria por uma fonte superior só para poder ter mais eficiência ou para ter mais dois ou três discos na máquina. É uma máquina de trabalho, não é para postar as specs na Internet pra competir com o coleguinha. É o velho ditado: se me atende, é o que importa. Salvo exceções que nem vou me dar ao trabalho de explicar nessa!

Comparando com a minha fonte anterior desse mesmo PC véio de guerra, ganhei em capacidade, fluxo de ar (cooler 120mm x 120mm em posição inferior é extremamente eficiente) e silêncio. Porque poucas coisas conseguem incomodar mais do que barulho de cooler. Pelo menos a Aerocool não poupou nos malditos capacitores da saída e, apesar de serem poucos, mandou soldar com as especificações corretas para chaveadas. Sim, se você não sabia que capacitores também possuem datasheet, aqui entra a parte onde você fica com uma novidade! Uma coisa ruim é que só vem com aquele conector PCI Express bipartido, onde é possível usar como +12Vcc AUX. Mas se você precisar tanto de um como de outro, vai precisar de um adaptador! Que chinelagem!

Para finalizar, as tensões mais comuns estão corretíssimas com a exceção da -12Vcc, que só vi fechar bonito até hoje em fonte de renome. Também tem a ponte de diodos parrudinha na entrada pra não dar gargalo, capacitores de respeito e cabeamento longo e de bitola expressiva para uma low cost. É uma fonte simples e robusta, fácil de dar manutenção e sem frescura. Vale o preço de mercado, tem bom acabamento e possui mais trato que as comuns.

Ah, agora as fotos estão melhores e serão postadas nuas e cruas.





















Semp Toshiba modelo TV2122(O)FS U-19 - daqueles achados que emocionam!

Mais uma pescada no OLX: um TV Semp Toshiba TV2122(O)FS U-19 das antigas, bruta, feita pra durar por um sábio engenheiro numa empresa séria. Essa joia aí eu encontrei passeando pelos anúncios do site, de curioso. Me divirto bastante no OLX, assim como já me diverti muito no Mercado Livre - que morreu, na minha opinião, depois de tanta treta e acréscimos.

O defeito dela é um clássico: listras na parte superior da tela. Quem é raiz já dá orçamento sem sequer abrir o aparelho porque não tem erro: é sempre a mesma coisa. Ainda não vi nenhum televisor com esse sintoma apresentar outro tipo de defeito além daquele capacitor eletrolítico ali do vertical. É claro que você vai verificar todo o setor para garantir que nada mais está fora do comum, mas o que vai resolver o problema de vez é a troca desse carinha. Geralmente é um eletrolítico de 100uF, mas podem ocorrer variações de modelo para modelo, de marca para marca... O ideal é fazer o serviço direito e já conferir se tem solda quebrada ou em processo de quebrar, se há algum outro eletrolítico com problemas (que dê pra visualizar: estufado, vazado, etc), dar aquele talento na poeira e não ser chinelão. 

Para minha feliz surpresa, não há qualquer sinal de que o aparelho já tenha sido reparado nesses anos todos de vida. Nenhuma solda nova, nenhuma marca de chave ou coisa assim. Os parafusos do gabinete pareciam novos, tive que fazer força pra dar o primeiro giro: torque de fábrica. Fiz a troca do capacitor (100uF x 35V), reforcei a solda num resistor de HV que estava quebradiça devido ao tempo de uso e o aquecimento natural do componente, limpei a placa toda e o gabinete por dentro. Deixei o TV ligado por cerca de três horas e a imagem surpreende em qualidade! Só vi qualidade de imagem igual aos tubos em plasma ou esses novos LCD 4K fodidos de caros e descartáveis. Mais um TV livre do consumismo disparado! Tenho outro TV de tubo em casa, um CCE excelente também 21" tela plana - que uma única vez apresentou oscilações nas cores e que resolvi com simples ressoldas! - e não pretendo mudar para o LCD enquanto houver tubos no mundo!

A barbada: paguei $40 nesse aparelho, troquei um capacitor de $0,50, ressoldei um resistor e limpei tudo em menos de uma hora. Quanto você acha que um técnico de eletrônica me cobraria para fazer o mesmo? Se é que faria, porque os novos técnicos são os famosos troca placa, ou com isso aí não mexo. Falta cortesia, paixão pela área, ética e muitas vezes, conhecimento.

Acabei não tirando fotos dela desmontada, nem suja nem limpa e tenho preguiça de desmontar de novo. Quem sabe daqui uns quinze anos eu abra ela de novamente : )








Staner Equaleasy 15 bandas 2/3 de oitava rack - uma peça de respeito!

Faz tempo que nada vem pra cá. É que tem alguma coisa se movendo no universo, projetos paralelos... Mas nesse meio tempo, tive o prazer de pegar nas mãos e testar essa relíquia da Staner. É um equalizador de 15 bandas 'padrão rack' com acabamento muito bem feito, sem frescuras, e arquitetura impecável. Não preciso dizer muita coisa, é um Staner das antigas. Se baseia no NE5532 - o cara - e possui potenciômetros originais. Nunca foi mexido, nenhuma manutenção, nenhuma solda refeita, nada. Que coisa, não?

A qualidade de som que ele é capaz de entregar, só ouvindo de perto pra entender do que estou falando. Obviamente que o gabinete está riscado, claro: foi utilizado em rack, retirado algumas vezes, recolocado... Mas será que um Behringer moderninho aguenta tantos anos sem NENHUM defeito como esse carinha aí?! Embora eu seja muito fã da marca, tenho cá minhas dúvidas. E quando eu falo aqui no site sobre coisas que eram feitas para durar, é sobre isso que eu me refiro.

No mais, algumas fotos dele pra perpetuar esse momento. Ah, depois de limpar tudo e revisar - claro que nada tinha a fazer - vendi. Sim, vendi.







 


LED sinalizador de painel residencial ou automotivo com um transistor

Session.

Para não dizer que nunca falo em flores e circuitos simples, aqui está. Essa é uma ideia simples, barata e eficiente para sinalizar alguma coisa. Um LED, um transistor, dois resistores e um capacitor. Nada mais. A ideia inicial era fazer com que esse LED funcionasse com centrais de alarme que não possuem saída para LED de sinalização, mas acabou se tornando base para inúmeras aplicações práticas, como alarme fake para residências. 

Para uso como fake em residências, basta montar tudo numa caixinha plástica dessas Patola, montar uma fonte AC sem trafo e ligar diretamente na rede elétrica. Também é possível domar o projeto utilizando um LDR para que o LED somente venha a piscar com o entardecer, de forma automática. Outra sacada é utilizar como fake em motos e carros sem alarme, utilizando um simples gatilho de pós chave com um transistor polarizando. Simples e eficiente!

Aproveitando, vou postar mais tarde também - de forma sucinta - sobre a instalação do alarme Stetsom Moto Triplo I na Ténéré 250 2018, mas sem tutorial porque já existem milhares deles pela Internet afora.

Tem esquemático e tem vídeo, sim.


Reparo - Monitor de vídeo Samsung SyncMaster 2233sw se apagando

Esse monitor é do Renato, gamer e youtuber com quem trabalhei por quase dois anos e que confiou seu widescreen aos meus cuidados. Com muitas horas de vida, o monitor apresentou o clássico problema com o inverter devido ao desgaste natural de um dos pares de lâmpadas. É um defeito daqueles chatos, mas de fácil resolução. A maioria dos técnicos condenaria a tela, reparando somente a barbadinha que é o circuito da fonte e do inverter. Mas como eu gosto de problema, topei pegar o trabalho.

Era final de dezembro de 2017 quando o Renato me ligou dizendo que o monitor dele (Samsung SyncMaster 2233sw) acendia e logo se apagava, ficando assim até que fosse desligado e ligado novamente. Um clássico. Tenho um monitor LG Flatron W2243C em uso há alguns anos que apresentava quase o mesmo sintoma, que para a minha sorte, 'apenas' a ressolda de um dos pares de lâmpadas e a troca dos eletrolíticos da fonte resolveu o problema. A diferença entre o meu LG e o Samsung do Renato é que, no caso dele, tive que trocar um dos pares de lâmpadas que se deterioraram e ficaram partidos. Trabalho chato desmontar a tela, haja cuidado e precisão nesse desmonta e remonta... Já desconfiava das lâmpadas, porque o estrago na placa da fonte e do inverter era grande: o típico estufamento de eletrolíticos, tensões incorretas, aquecimento excessivo... Fiz o reparo na placa, testei com outras lâmpadas e pronto. Essa é a parte fácil.

Lâmpadas e capacitores substituídos
Já no outro dia, avisei ao Renato que seria necessário trocar duas lâmpadas. Incentivei-o a procurar aqui na cidade, primeiramente, antes de recorrer ao bom e velho Mercado Livre. Como a cidade não nos forneceu, lá foi ele comprar pelo ML. Indiquei as especificações das lâmpadas e deixei o monitor dele guardado esperando as peças.

Em janeiro de 2018 - e pasme: dia 07, um domingo! - ele recebe as lâmpadas após semanas de impaciência e utilização da sua máquina via acesso remoto. Peguei com ele a encomenda, fiz um café, me sentei na bancada e comecei a montar as lâmpadas com a mesma calma que desmontei as antigas. 

Em teste na bancada
Para quem nunca desmontou ou sequer viu uma tela desmontada, saiba que temos várias faces de material reflexivo, numa ordem correta a ser mantida, uma placa de acrílico bem pesado e o fino LCD montado logo após tudo isso. Para acessar as lâmpadas, é necessário desmontar tudo, deixar em local livre de impurezas e gorduras para evitar manchas e sujeiras visíveis após a montagem do conjunto. Imagina que merda má sorte: depois de toda a trabalheira de remontar a tela, ligar o monitor e enxergar uma sujeira que você deixou entre os materiais... Não tem jeito: vai ter que desmontar tudo e limpar.

Lâmpadas de teste
Após montar as lâmpadas, testei se tudo estava correto antes de prosseguir com a montagem do backlight. Lâmpadas acendendo, parti para fechar a tela com toda delicadeza possível. Montei o monitor e deixei ligado, em teste, por horas. Como tudo estava padrão diyPowered, liberei para a alegria do carinha. Com esse tipo de procedimento limpo, certamente esse monitor ainda vai trabalhar por muito tempo. E se algum dia ele vier a reclamar de novo, temos os famosos kits de backlight em LED na China para contornar a situação. Minha insistência em reparar equipamentos como esses monitores grandões é pela qualidade da produção que não existe hoje.

Uma grande dica que deixo para quem pretende fazer o procedimento é, se possível, substituir todas as lâmpadas, mesmo aquelas que ainda estão boas. Isso evita diferenças de temperatura na cor da tela, bem como diferenças de pontos de brilho, que podem acontecer. O meu LG, assim que se mostrar necessário - luz fraca, amarelada ou com baixo rendimento - e se ainda for de meu interesse mantê-lo, farei a troca de todas as lâmpadas. Outra grande vantagem em se substituir todas as lâmpadas ao invés de somente as defeituosas, é que a imagem do monitor fica muito mais nítida, mais 'branca' e com controles de imagem (pelo próprio monitor) mais apurados. Em suma, fica praticamente com cara de novo.

Então, fica a recomendação: monitor se apagando, dificilmente terá outro diagnóstico. E cuidado com as tensões do inverter: podem chegar aos 1000V facilmente. Não se mate.

7 dicas para projetos DIY, seja você iniciante ou veterano

Pois bem. Vou tentar me resumir em sete grandes dicas para projetos DIY, seja você um novato ou um veterano, para que seu tempo seja otimizado e para que o produto final tenha mais qualidade. E se você não leu a série de dois capítulos 'Planejamento e execução de projetos DIY', seria muito produtivo que o fizesse antes de continuar o artigo atual.


Dica #1 - Planejamento prévio

Não adianta juntar as peças na bancada e sair corroendo placa se você não planejou suas ações antes. Isso vai gerar desperdício de tempo e de material, caso você cometa algum erro ou se esqueça de algum detalhe que deveria estar ali mas não está. Abra um documento de texto e vá anotando os passos do seu projeto. Ou até, paralela ou exclusivamente, tenha um caderno e uma caneta sempre à mão para eventuais anotações e ideias. Meus projetos sempre saem do papel, geralmente, antes de qualquer teste prático em bancada. E sou resistente a simular circuitos no computador: prefiro fazer tudo fisicamente. Então, resumindo, planejamento é fundamental para evitar projetos furados, dispendiosos e que vão tomar muito tempo em retrabalho.

Dica #2 - Testes

Se você seguiu a dica #1, certamente vai seguir a dica #2: teste tudo de forma incansável, verifique aquecimentos, tensões incorretas, variações de corrente ou fugas em circuitos. Verifique a massa, certifique-se de que tudo está conforme antes de qualquer coisa. Se é um projeto de áudio ou que envolva RF, seja ainda mais cuidadoso. Uma ou duas trilhas mal traçadas na PCI podem se transformar em antenas que não deveriam existir, colocando seu projeto em risco e fazendo você perder um tempo precioso analisando um circuito que está montado corretamente, mas que ficou prejudicado pelo layout da placa. Outro erro clássico nos projetos é montar uma fonte mal dimensionada, pobre ou ruidosa. Antes de alimentar seu precioso circuito, monte a fonte com toda atenção, teste quantas vezes achar necessário e somente dê o circuito por finalizado quando realmente sentir confiança na sua montagem. Uma fonte fora de padrão certamente vai comprometer seu projeto, tomando mais tempo em bancada do que o necessário.

Dica #3 - Componentes

Nunca, mas nunca trate seus componentes sem o devido respeito. Se você é do tipo que lê datasheet, sabe muito bem dos cuidados que se deve ter para evitar a perda do CI ou do FET. Um descuido e você conecta um circuito com a polaridade invertida, ou se engana com a pinagem na hora da montagem, se esquece de cuidados básicos e coloca seu projeto em risco. Depois, perde mais tempo refazendo o projeto do que o testando, de fato. Selecione cuidadosamente os componentes, teste cada um deles antes de colocar no circuito, cuide os valores de tensão de trabalho dos capacitores, a corrente máxima dos diodos e não ultrapasse os limites de cada componente. De preferência, mantenha uma margem de segurança para componentes ativos, como os capacitores e os diodos da fonte de alimentação: se você tem uma fonte que fornece 18V em aberto (sem carga) mas que com carga (ou regulador) cai para 12V - que é a tensão necessária para alimentar seu projeto - tenha o bom senso de não utilizar um eletrolítico de 16V, como se vê por aí. Certamente vai acontecer o inevitável, mais cedo ou mais tarde: esse capacitor vai estufar e passar a não trabalhar corretamente. O resultado num circuito de áudio, por exemplo? Ruídos fortes e mau funcionamento, estalos e, na maior maré de azar, a queima das saídas. Tomando por exemplo meus projetos, no HS-1875Mi tenho uma fonte simétrica de +/- 20V x 5A com 17600MF de reserva em dois bancos de 8800MF cada. Sabe a tensão de trabalho dos capacitores? 35V. Sim, margem de segurança alta para evitar problemas futuros. Caso tenha curiosidade, tenha a oportunidade de desmontar um receiver ou amplificador de potência dos anos 80/90 e você entenderá o porquê de esses aparelhos ainda funcionarem até hoje, muitas vezes com componentes intactos e originais de fábrica. 

Dica #4 - Montagem

Particularmente, prefiro as montagens em caixas metálicas. Além da grande resistência mecânica, também fornece blindagem efetiva aos circuitos, afastando qualquer ruído irradiado ou parasitas do gênero. Claro que é mais complicado trabalhar com metais, principalmente na furação de painéis, mas vale o trabalho que dá. Quando for montar seu projeto, após todas as dicas anteriores, atente-se ao organismo interno que você está criando. Quanto mais organizado, melhor trabalhará seu organismo. Passe cabos de forma que a estética não esteja acima do bom senso de isolar a alimentação dos sinais, use cabos de qualidade, avalie corretamente os componentes ativos para não economizar no dissipador de calor e, sempre que necessário, utilize cabos blindados para sinal. Outra coisa muito importante é aterrar todo e qualquer ponto metálico 'solto' dentro do gabinete, como o corpo de potenciômetros, dissipadores de calor, suportes metálicos e tudo o que puder se revelar uma antena. Se o gabinete for metálico, esse problema se torna quase nulo, mas por questões de qualidade, o faça da mesma forma. No final de tudo, aterre o gabinete também, de uma forma que não haja loop de terra, casando tudo de forma bonita e técnica, sem aranhas e emaranhados de fios medonhos, por favor. Se o case for pequeno, avalie a necessidade de isolar cada circuito fisicamente.

Dica #5 - Isolando circuitos

Por ter montado muitos projetos em gabinetes compactos, acabei aprendendo essa na marra. Se você deixar um circuito sensível muito próximo do trafo ou de algum componente similar, certamente vai ganhar ruído irradiado. E isso vale para circuitos muito próximos, que podem influenciar negativamente no funcionamento coletivo, seja irradiando ou conduzindo de forma parasita alguma frequência. Por isso, sempre que necessário, isole fisicamente os circuitos utilizando a fantástica gaiola de Faraday - há muitas formas de criar uma, basta estudar sobre o assunto. Esses cuidados também se aplicam ao layout da placa de circuito impresso, para que trilhas críticas não se cruzem ou circuitos não estejam distantes o suficiente para evitar interferências. Um descuido, nesse caso, pode invalidar totalmente o funcionamento do projeto, principalmente se tratando de circuitos de RF ou com osciladores precisos.

Dica #6 - Revisão final

Antes de declarar finalizado um projeto, mesmo após seguir rigorosamente cada etapa de testes, faça o mais importante: teste tudo novamente! Siga o equipamento da entrada AC até cada setor. Se tudo está de acordo, cada cabo passado corretamente, tudo bem afixado, nenhum curto ou placa tocando onde não deve tocar, daí sim: ligue o equipamento e comece a testar as tensões da fonte, se tudo bate e está correto. Verifique se algum componente está aquecendo além do previsto no projeto e tome as providências. Um exemplo clássico é na montagem de fontes, de inversores ou de amplificadores de potência, quanto ao dissipador de calor escolhido. Quem tem experiência em montagem e desenvolvimento, seleciona dissipador no olho, sem pensar. Mas quem chegou dia desses, pode se confundir e aplicar menos área do que o necessário. Vejo muitos projetos com LM, TDA, IRF, TIP e pontes de diodos com menos área dissipativa do que o ideal, e com menos área ainda do que o desejável num projeto seguro. O resultado é sempre o mesmo: vida útil reduzida e um projeto fadado ao fracasso. E quando falo em fracasso, falo de equipamentos que deveriam funcionar milhares de horas sem qualquer problema, mas que terminam condenados por imperícia ou por economia de projeto. Ouço muito o termo 'mas estava no datasheet' na tentativa de justificar um projeto falho e o que eu tenho a dizer sobre isso é o seguinte: datasheet não ensina técnico, apenas parametriza suas aplicações. Se o datasheet diz que tal componente dissipa 40W, obviamente que isso é um parâmetro máximo e jamais um limite máximo para seu projeto. Seguindo cegamente o datasheet, sem possuir experiência ou senso crítico, você encurtará drasticamente a vida útil do componente, embora ele vá funcionar 'normalmente' dentro do seu circuito. Por isso, tenha bom senso.

Dica #7 - Projeto finalizado nunca está pronto!

Se todas as dicas anteriores foram úteis, dentre seus próprios métodos de produção e desenvolvimento, você finalizou um projeto. Mas sempre fica aquela vontade de ter feito alguma coisa diferente, uma função que você não pensou na época e que gostaria de aplicar agora. E nem sempre dá certo ou é possível. Isso porque projeto fechado é projeto fechado, mas você tem uma linha, agora. Dentro do mesmo projeto, crie variações, uma nova versão, ou até uma versão experimental. Você estará exercitando suas técnicas e descobrindo mais do universo DIY. Mas deixe o projeto atual intacto, a menos que você apenas queira atualizar um microcontrolador ou alterar algum parâmetro interno sem alterar painéis e funções principais. 

A ideia básica por trás do DIY é criar e por isso, crie! Encontre maneiras de desenvolver novas soluções a partir das grandes ideias que você já teve, como forma de aperfeiçoamento pessoal, profissional e executivo. Um projeto finalizado nunca está pronto, mas um projeto finalizado é um ponto de partida prontinho para novas soluções, novas ideias e grandes projetos. 

Conclusão

Imagine quanto tempo você vai levar para desenvolver uma fonte de alimentação bacana e segura. Agora, leve em conta que essa mesma fonte de alimentação poderia servir de base para inúmeros projetos, e que esse tempo que você dedicou no desenvolvimento dessa fonte será poupado, podendo ser aplicado aos demais setores do projeto. Isso é DIY, é desenvolver e produzir de forma ascendente, sem olhar para os erros passados como falhas, mas sim como degraus evolutivos para seus projetos.

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