Segundo o Cristian, gaúcho autêntico e gente finíssima lá do trabalho, essa fonte estava por lá jogada num canto faz tempo e alguns tentaram se aventurar em repará-la, mas sem sucesso. Como eu adoro desafios, acabei por catar a fonte meses depois de tê-la visto. Fiquei tentado a mexer desde que vi essa fonte, e essa semana o fiz.
Adendo: esta é uma session. Isso significa que, a partir dessa postagem, teremos registros de belezas como essa, de reparos ou de registros, apenas. Session é o nome dessa coisa que segue.
A fonte estava muito suja, sem parafusos de fixação da placa de potência e ajuste e também da tampa. Entre um atendimento e outro, mexia na fonte na tentativa de descobrir o porquê de ela não regular a tensão. Os defeitos eram:
- Não regulava tensão nem corrente e ficava batendo relé enquanto eu tentava ajustes;
- Não zerava a tensão nem a corrente, e quando fechava o ajuste de corrente, um resistor aquecia ao ponto de ficar marcado pelo calor;
- Relés batendo durante manuseio e tentativa de ajuste de tensão.
Parti do início e testei tudo. Troquei o resistor que aqueceu e ficou marcado (escurecido) por outro de maior potência e me deparei com uma peça que foi retirada e não devolvida: um diodo. E qual diodo seria esse?! Pela configuração, optei por um 1N4148, que abriu logo nos primeiros testes. Substituí o carinha por um 1N4007, que funcionou bem. Durante esse processo, troquei ideias com o Cristian, que foi de grande ajuda para encontrar o resistor e o diodo, cedidos pelo próprio da sua bancada.
Testei os trimpots de calibração, que estavam bons. Só me faltava trocar os dois LM 741, que faziam a regulagem de avanço e fina. Um dia depois, mandei buscar e instalei. E lá estava a tensão, ajustando perfeitamente! Só precisei calibrar a fonte para que tudo funcionasse. Não encontrei esquema elétrico em lugar algum, tive que descobrir como calibrar na marra. O resultado foi uma grande surpresa: a fonte, que estava condenada a ficar jogada, ganhou sobrevida e vai servir para inúmeros testes. Se você tiver o esquema elétrico ou manual dessa fonte, se manifeste que posto aqui no blog com todos os devidos e merecidos créditos!
Após a recompensa de fazer a super fonte reviver, limpei cada canto dela e a remontei, além de fazer algumas ressoldas críticas, só por garantia. E claro, tem fotos!
Ainda sujinha, recém consertada
O trafão
Já limpa e remontada com carga e tensão 12V
Os monstros 2N3055 (são 3!)
Painel da fonte
Placa de potência e controle (relés de proteção e estágios)
Vista traseira
A fonte é fantástica, permitindo ajuste fino de tensão e corrente. Agradecimentos ao Cristian, que trocou ideias e acompanhou todo o processo, que durou um dia e meio e foi muito bem sucedido.
Com uma configuração clássica, um gabinete robusto, componentes selecionados e uma montagem minuciosa, o HS-1875Mi é o melhor projeto de amplificador de potência de alta fidelidade já desenvolvido pelo diyPowered para aplicação de Home Studio
Surpreendente. Esta é uma das palavras que definem este projeto. Desde o início, procurei passar por todas as etapas com calma e atenção, prevendo cada possível retrabalho para que o resultado final fosse impecável. Tanto que esse projeto se arrasta desde julho de 2015... Muitas situações colaboraram para a demora na conclusão do projeto, o que, de certa forma, também colaborou para que cada detalhe tivesse a atenção necessária. É um projeto que me desperta bastante orgulho, tanto pela forma como foi conduzido quanto pelo trato e pelo resultado final.
O coração do projeto
Sempre fui fã dos integrados LM para áudio. E em particular, do LM1875, um potente e robusto amplificador de áudio com baixíssima distorção - 0,015% em 8 ohms com fonte de +/-25V. Já apliquei o mesmo integrado em outros projetos, mas num monitor de referência com tantos cuidados no desenvolvimento, é a primeira vez. Abaixo, algumas características do super CI.
Os números do LM1875 são excelentes, sua larga faixa de tensões de operação permite que seja perfeitamente implantado em inúmeras aplicações e seus poucos componentes externos promovem uma montagem simplificada, compacta e confiável. Também existem características de segurança como a corrente fixa na saída e os sensores de temperatura que protegem o componente de forma segura e eficiente.
Alterei alguns valores do esquema original do datasheet e modifiquei alguns componentes também, para que se adequasse ao meu projeto bastante específico. Claro que para obter os resultados prometidos pelo datasheet do CI, a montagem de todo o conjunto do projeto é quem manda. Ou seja, não adianta possuir um excelente circuito integrado se a fonte, os componentes e a própria montagem do conjunto não estiverem em perfeitas condições.
A fonte de alimentação
Minha busca desenfreada por qualidade e eficiência sempre me leva a desenvolver fontes superdimensionadas. E nesse projeto tão especial, obviamente que isso não mudaria. A fonte possui 17600MF de reserva em dois bancos de 8800MF cada - descontados os desacoplamentos e cerâmicos - em uma fonte simétrica de 25V + 25V 20V +20V x 5A. Exagerado, eu? Não. Tendo em vista que esse CI possui alta corrente na saída e ampla faixa de resposta com graves acentuados, uma boa reserva de potência e uma fonte com corrente sobrando não pode ser considerado um exagero. Mas cada um com a sua opinião, pessoal.
Na entrada de força, instalei uma chave de seleção de tensão, porque pretendo utilizar todos os equipamentos do Home Studio numa rede elétrica isolada e protegida - módulo isolador, trafo, nobreak, etc. - e pode ser que não seja 220V. Na linha, foram instalados filtros AC para matar as principais frequências e os transientes mais comuns, um fusível de proteção e conector de força para permitir a total desmontagem dos cabos, ou seja, até o cabo de força pode ser removido para transporte. Esse novo 'padrão' de montagem utilizando conector de força é muito vantajoso porque permite a manutenção sem maiores problemas, já que o cabo utilizado é o mesmo da maior parte dos equipamentos de informática, facilmente encontrado e com valor razoável.
Gabinete e montagem
Pela primeira vez utilizei um gabinete completamente metálico e integrado, com peças extremamente rígidas e pesadas. Os dissipadores laterais foram retirados de duas placas de vídeo, o painel frontal é parte de um case para HD de desktop e o 'miolo' do gabinete era a caixa de uma fonte ATX C3Tech de 350W. Por 'sorte', todas as peças possuem dimensões que permitem a montagem naquela configuração sem maiores problemas. Os CI's se encontram afixados e devidamente isolados, um em cada lateral. A dissipação do LM1875 é bastante alta e, por esta razão, os dissipadores escolhidos possuem área suficiente para não somente manter a faixa de temperatura de trabalho dentro de padrões seguros, mas também fixar um ponto final de aquecimento muito desejável. Sou meio chato com dissipação e não permito que projeto algum apresente componente com aquecimento demasiado. Geralmente monto peças em dissipadores generosos, que vão manter a temperatura pelo menos 20% abaixo do limite do componente. Não gosto de aquecimento. A premissa também vale para resistores A montagem do gabinete é integrada com todo o restante do projeto, conforme se vê no painel traseiro, onde todas as demais peças são fixadas e concentradas numa só peça - a carcaça da fonte ATX. E ainda sobre os dissipadores, faz tempo que os guardo e, há algumas semanas, havia anunciado esse par na Lojinha diyPowered no Mercado Livre. Infelizmente dei uma judiada neles por não ter acondicionado corretamente, e alguns riscos podem ser vistos na pintura. Mas como o projeto do gabinete é para que se pareça mesmo com algo tosco e ao mesmo tempo elegante, algumas marcas de uso caíram bem.
O LED frontal é branco - e deu trabalho a escolha da cor - e também é fixado na mesma peça dos demais componentes. Seu brilho é conduzido para o painel frontal por meio de uma peça de acrílico retirada do painel de um roteador wireless há algum tempo. Foram criadas diversas capelas para evitar o vazamento de luz do LED, mantendo o brilho somente na direção que interessa. O aspecto final é muito interessante e bonito.
O acionamento do HS-1875Mi faz com que o LED frontal se ilumine lentamente, num efeito fade in muito elegante. Ao desligar o aparelho, o LED se apaga também lentamente, num efeito de fade out. Muitas cores e combinações de cores foram testadas até que o LED branco fosse definido. Um LED laranja quase foi o escolhido, por ter promovido um contraste muito interessante com o conjunto, mas o LED branco ganhou disparado desde o começo.
Muitos cuidados foram tomados na montagem desse gabinete, e um dos maiores cuidados foi a conexão comum dos circuitos, também conhecido como 'terra', 'GND' ou 'massa'. Todo e qualquer componente metálico não polarizado foi devidamente conectado ao ponto comum, tornando ágil e descomplicado o processo de aterramento do conjunto.
Soft start
Os LM1875 possuem um acionamento razoavelmente suave, mas o clique seguido de um estalo nos falantes até que o circuito se estabilize é inevitável. Por isso, optei por instalar um soft start. Dessa forma, ao acionar o aparelho, a saída somente é liberada alguns segundos depois da alimentação chegar aos CI's, tornando o acionamento completamente silencioso. O mesmo efeito indesejado pode ocorrer ao desligar a alimentação, e por esta razão, o soft start corta as saídas segundos antes de a alimentação baixar ao ponto de um possível clique ou estalo, comumente observado na maioria dos amplificadores de potência.
Painel frontal
A ideia básica era um módulo com controles passivos. Ou seja, nenhum ajuste seria adicionado ao aparelho, tornando um mixer ou um pré-amplificador o controle principal de volume, balanço, ganho e equalização. O HS-1875Mi não altera o sinal que recebe e possui equalização flat, o que torna a sua atuação mais perfeita ainda quando se trata de produção musical. A adição de qualquer componente entre a fonte de sinal e o amplificador pode alterar as características mais marcantes de qualquer produção, o que pode influenciar diretamente nos resultados audíveis na produção e no export do áudio tratado, quando reproduzido por outros equipamentos. Por esta e por outras razões é que foi definido desde o início do projeto que o sinal seria entregue diretamente aos circuitos sem quaisquer alterações.
Conexões
No painel traseiro existem todas as conexões do aparelho. Foi utilizado o padrão RCA para entrada de sinal e bornes de pressão para conectar as caixas acústicas. Também foi adicionado um conector P10 estéreo para conexão aos fones de ouvido que funciona de forma simultânea com caixas acústicas. É uma configuração pouco usual, mas muito útil quando se precisa ouvir algum detalhe para ajustar o melhor parâmetro final. Um fusível de proteção AC foi adicionado na linha de força para maior segurança de operação. Sem mais delongas, as fotos do projeto.
Painel frontal liso com somente o LED Power
Lateral 1 (dissipador meio judiado)
Lateral 2 (dissipador meio judiado) com LED apagado
Visão geral (LED apagado)
Detalhe do fundo: a furação do cooler da fonte ficou para baixo (o projeto
é fanless e essa furação é original da carcaça da fonte ATX)
Painel traseiro completo (dois furos em cada dissipador é coisa de
uma tentativa de uso anterior que deixou essa 'avaria')
Também editei um pequeno vídeo para demonstração da atuação do LED Power, que possui efeitos fade in/out que conferem um visual bastante sofisticado e elegante ao conjunto. Posto a seguir.
** 27/06/2016
Caixas acústicas recebidas e testadas. A audição é surreal, sonoridade pura e enfática, grande presença em uma gama de frequências e um áudio final extremamente agradável. Seguem as fotos das caixas montadas durante a audição.
04/07/2015 - Design das placas e do gabinete iniciado
13/07/2015 - Gabinete definido e iniciado processo de furação
14/07/2015 - Cotação de componentes e ajuste fino do esquema elétrico
18/07/2015 - Planos alterados para o gabinete...
22/07/2015 - Definições para o novo gabinete envolvendo parte do projeto
06/08/2015 - Aquisição de duas caixas acústicas
22/10/2015 - Projeto ficará estacionado durante algum tempo por falta de tempo para conclusão mas será retomado em breve
04/03/2016 - Projeto retomado!
04/03/2016 - Gabinete totalmente novo em montagem final, totalmente metálico com grandes dissipadores laterais e um visual muito autêntico; o esquema elétrico segue o mesmo com algumas diferenças quanto ao setor da fonte; iniciando definições do painel frontal
05/06/2016 - Furação do gabinete para fixação dos dissipadores; furação do painel frontal; gabinete concluído para iniciar montagem dos componentes; soft start montado e testado
06/06/2016 - Conexões elétricas finalizadas e fixação do trafo; iniciada a montagem da fonte; componentes da potência adquiridos (em trânsito) e projeto praticamente em fase final
07/06/2016 - Fonte montada, afixada e testada; soft start e bornes das caixas acústicas afixados no gabinete; 17600MF totais de reserva de potência - 8800MF x 2, fonte simétrica - foram disponibilizados para grandiosos graves e linha contínua com grande poder e limpeza; aguardando a chegada dos demais componentes para finalização do projeto e início dos testes
08/06/2016 - Peças recebidas; montagem das potências e fixação dos conjuntos nos dissipadores; cabeamento interno para alimentação e saída da potência; conexões internas
09/06/2016 - Primeiro teste com carga para ajustes e testes de estabilidade; utilização de conectores para conexões internas em vez de soldagens para facilitar o acesso em futuras manutenções; pequenos ajustes de sinal
10/06/2016 - Fixação de outros componentes internos; ajustes finos no esquema original para mais pureza do som; definida conexão P10 para entrada de sinal
11/06/2016 - Tratamento e finalização do painel frontal com montagem teste de todo o gabinete; fixação e organização do cabeamento interno; alteração do projeto: conexão P10 estéreo não será entrada de sinal e sim saída para fones de ouvido; entradas de sinal utilizando par de RCA padrão; testes de audição com falantes provisórios muito surpreendentes após afinação do circuito e adição de novos 'no-pop/click' e desacoplamentos inteligentes; soft start atuando com perfeição; projeto segue para finalização, onde maiores testes serão efetuados
12/06/2016 - Teste de aquecimento e verificação de pontos de conexão; verificação das tensões; capela montada para evitar vazamento de luz por trás do LED, pelas laterais e pelo campo do acrílico, tornando a condução de luz eficiente e perfeitamente centralizada no centro do acrílico do painel frontal; fixação dos pés de apoio; montagem final com perfeito encaixe de todas as peças, aguardando chegada das caixas acústicas para testes finais
20/06/2016 - Antecipando a postagem de registro do projeto: http://diypowered.llucastoledo.com.br/2016/06/hs-1875mi-amplificador-de-potencia-de.html e ainda aguardando a chegada das caixas acústicas
27/06/2016 - Caixas recebidas, conectadas e ouvidas. O resultado é fantástico!
** 08/11/2016
O trafo morreu. O projeto original usa um trafo de 16V + 16V x 5A. Na montagem, usei um trafo de 15V + 15V x 3A e depois de alguns meses, após um pico de sinal, morreu junto com um dos canais. Tive que trocar o CI do canal esquerdo, o trafo e o driver do soft start. Aproveitei para alterar a ponte da fonte, fixando a original de 6A. Ficou muito bom, tudo funcionando redondamente e com mais carga disponível. Tive que praticamente refazer o soft start, mas deu tudo muito certo. O trafo, assim que eu me lembrar do fabricante, posto sobre minha experiência com um grande produto nacional. Sim, acho que você deveria pesquisar e estudar mais sobre as produções nacionais antes de colocar na estante os produtos importados e se fechar para qualquer outra proposta.
Um Amp Sim totalmente análogo com características únicas e ajustes clássicos, o ViAS tende a acrescentar brilho e calor ao áudio ao mesmo tempo em que oferece total controle dos sinais de saída, evitando distorções e sobrecargas que poderiam afetar a qualidade do áudio final
Sim, um Amp Sim totalmente análogo. Para conferir presença, brilho, calor e vida aos meus discos, decidi colocar em prática esse projeto que se iniciou lá no pré-amplificador do Vintage Pro II, que consistia num Amp Sim que gerava um drive quente e de puro blues. Adaptando algumas coisas no mesmo circuito e adicionando outras, cheguei a um esquema muito prático com áudio final muito agradável de ser ouvido para que eu pudesse aplicar em programa musical, diferentemente do projeto inicial, que era para processar apenas o sinal da guitarra com três bandas de equalização.
O projeto e a ideia
A ideia básica gira em torno de causar uma atmosfera vintage, com o calor e o brilho de um amplificador valvulado. Vaidade? Exagero? Besteira? Não importa. Quero ouvir meus discos soando vivos, mesmo que isso me dê trabalho. E olha que deu...
Partindo de uma base completamente analógica, o ViAS possui três ajustes lineares em tempo real - bright, warm e load - que permitem aplicar brilho e calor enquanto se controla a carga efetiva dentro do sistema, por meio de um ajuste de ganho fino. O áudio final é simplesmente espetacular para audiófilos chatos como eu. Gostei muito do resultado final do projeto e dos ajustes possíveis, e confesso que o projeto superou as minhas expectativas iniciais. Até queria inserir mais ajustes, mas me faltou espaço no painel por conta dos VUs analógicos que insisti em colocar. Foram comprados no Mercado Livre, são originais de um 3x1 Sharp. Até existe a possibilidade de eu montar um outro módulo, sem os VUs analógicos, que ocupam muito espaço, com diversos ajustes para o áudio. Essa ideia surgiu agora, escrevendo a publicação do ViAS. Fiquei com a ideia na cabeça agora, tô perdido...
Funcionamento e ajustes
Não há muito mistério na operação do ViAS: dois jacks P2 estéreo conectam IN e OUT, dois potenciômetros ajustam os efeitos e um outro, a carga efetiva da combinação; dois VUs analógicos combinados com dois LEDs 'peak level' (de cor laranja) indicam picos da saída do processamento, ou seja, indicam a carga efetiva do áudio que 'sai' para o amplificador, com os efeitos aplicados ou não. Um terceiro LED (de cor vermelha) indica a carga combinada da amostragem dos LEDs 'peak level' e dos VUs analógicos, e é chamado de Persistence Peak. Na ordem da esquerda para a direita, partindo dos VUs analógicos, temos os controles 'bright', 'warm' e 'load', que são os ajustes combinados do ViAS. As funções são as seguintes:
Bright
Aplica destaque (presence) às frequências mais altas, permitindo que os médios-agudos e agudos se destaquem tornando a audição mais clara e próxima, mais aberta. Grande destaque para vocais, sibilos e instrumentos de sopro;
Warm
Autoexplicativo, mas acrescenta calor ao áudio, um toque push-pull com nuances agressivas e rascantes, como se ouve nos antigos amplificadores que equipavam modulados, rádios e vitrolas. Ideal para ouvir vinis, rádios e fitas cassetes. Possui grande destaque para médios-graves, médios e possui corte bem próximo aos médios-agudos em que o 'bright' começa a atuar;
Load
Carrega ou descarrega ativamente a carga efetiva que é aplicada aos filtros, permitindo total controle do que será corte e do que será processado. Atua diretamente nos dois controles, 'bright' e 'warm', tornando a audição mais precisa e o áudio final mais claro e o mais vintage possível;
O Persistence Peak, VUs analógicos e os indicadores de pico por canal
Primeiros testes - ao fundo, os voltímetros da F5812ADJ
Persistence Peak é um led único que opera num circuito baseado em delay, de forma a indicar a persistência da carga efetiva na saída do processamento, que também é visto nos VUs analógicos e nos LEDs 'peak level' de forma rápida pela amostragem pré-definida, mas que pode ser rápida demais até para os olhos mais espertos. Dessa forma, o Persistence Peak permite a observação da carga efetiva acumulada em forma de brilho, a partir de um LED vermelho, tornando o monitor mais eficiente e com um visual muito bonito e interessante para quem o vê. Para indicar o funcionamento do ViAS, foi adicionado no painel frontal um LED verde. Todos os LEDs do painel frontal foram montados internamente e o brilho de cada um deles é aplicado em pinos de acrílico transparentes, oferecendo um design limpo e funcional.
Já nos VUs analógicos, o circuito de driver foi desenvolvido de acordo com a aplicação. A ideia era criar a maior rapidez possível no movimento das bobinas para que não houvesse tanta inércia, comum nesse tipo de mostrador. O resultado é um movimento muito rápido, sincronizado e numa ampla faixa de frequências. A iluminação dos VUs, ou seja, o backlight, foi criado utilizando LEDs retangulares de alto brilho retirados de uma tela LED, de um monitor da LG. Esses LEDs produzem uma luz muito intensa e branca, e também possuem um consumo bastante elevado. Mas como eu pretendia utilizar lâmpadas originais de receivers, que consomem bastante corrente também, optei por montar dois desses LEDs em paralelo com uma redução drástica da corrente, tornando a luz emitida por eles intensa o suficiente para iluminar os VUs mas sem causar um efeito artificial e feio, e também para que não consumissem tanta corrente. Montei uma capela para manter a luz direcionada e disposta para os VUs e para evitar o vazamento de luz. A iluminação dos VUs ficou muito satisfatória, mesmo que não tenha ficado com uma luz quente, não ficou tão artificial.
A super fonte de alimentação
Por se tratar de um esquema totalmente analógico, uma fonte estabilizada, muito bem filtrada e bem dimensionada foi produzida para o ViAS: um total de 7080µF - descontados os desacoplamentos e os cerâmicos - foi adicionado ao projeto, sendo que 4400µF foram dedicados na tensão estabilizada e os demais 2680µF estão na etapa de retificação da tensão do trafo. O circuito análogo exigiu bastante esforço na montagem e na disposição dos componentes para eliminar quaisquer chances de captação de ruídos, sejam irradiados ou conduzidos, o que consumiu bastante tempo e dedicação. Mas todo esforço foi recompensado já na primeira audição, e era uma audição de teste...
Outra grande preocupação foi a isolação das etapas. A fonte, por exemplo, é isolada da placa principal de forma física, eliminando completamente a irradiação de ruídos. Outros cuidados foram tomados para evitar ruídos conduzidos, como a utilização de filtros clássicos, ferrites e bobinas. Não poupei esforços para que o projeto 'tocasse' em alta fidelidade sem quaisquer ruídos. Também atuam filtros na entrada de energia elétrica, já no conector de força, para evitar que transientes gerem ruídos na operação.
O gabinete segue a linha Labrador, com uma carcaça de CD/DVD-ROM como base do projeto. Também sem qualquer pintura, somente o metal cru. Como falei noutro projeto aqui, tenho a intenção de pintar os gabinetes da linha Labrador, mas ainda não o fiz. Mas a ideia está cada vez mais incomodando, hora dessas eu pinto.
Como de costume, vamos citar o que seria lixo: a carcaça do DVD-ROM, os pinos de acrílico - onde os LEDs se iluminam no painel frontal, que foram retirados de um switch ethernet onde possuíam a mesma função; o trafo foi retirado da nossa primeira panificadora e estava guardado há meses, os knobs são iguais àquele que foi utilizado no H2PV1 (retirados de um antigo receiver) e o painel frontal é a clássica tampa de baia de gabinete ATX; os LEDs laranjas e o LED verde foram retirados da sucata de uma EPSON LX-300 e os demais LEDs eu já tinha - e também foram retirados de algum equipamento em algum dia - e por aí vai. O lixo é renovado e meus projetos, custeados pela vaidade humana. Para este projeto, em especial, dediquei alguns dinheiros comprando os VUs no Mercado Livre. Os três potenciômetros também foram comprados, mas numa eletrônica local, porque possuem valores não muito comuns e eu não possuía nenhum duplo em casa.
Se eu me esquecer de algum detalhe do projeto, posto em forma de atualização. Sem mais delongas, as clássicas fotos.
Vista com painel iluminado 1
Vista com painel iluminado 2
Painel traseiro - conexões IN/OUT e conector de força
(preciso de um estilete novo para esses cortes precisos, quebrei
a moldura ao forçar com toda a cegueira da lâmina atual)
Adoro esses gabinetes de drive para projetos!
Fico devendo um vídeo demonstrativo do acionamento do ViAS, onde é possível observar a atuação dos peaks e também do funcionamento com programa musical.
Log do projeto
28/04/2016 - Definições do circuito
29/04/2016 - Esquema elétrico iniciado com testes sequenciais para adequação do circuito pré-existente do projeto Vintage Pro 2
30/04/2016 - Circuito em teste para encontrar valores críticos de ajuste do Warm; VUs testados e funcionais
01/05/2016 - Definido que projeto possuirá ajustes finos de ganho IN/OUT para permitir presença ao Warm
02/05/2016 - Potenciômetros adquiridos com valores específicos ao projeto; testes do Warm finalizados e sonoridade final muito satisfatória, mas ainda requer alguns ajustes básicos;
04/05/2016 - Iniciando design do painel frontal e gabinete; gabinete seguirá padrões modulares do Projeto Labrador
05/05/2016 - Design do painel definido, peças separadas e furação do painel em andamento; ainda serão escolhidas as cores dos LEDs indicadores do painel; knobs de ajuste definidos
06/05/2016 - Um pequeno descuido na furação do painel levou a um estrago sem solução... um novo painel será utilizado e a furação será reiniciada
09/05/2016 - Novo painel produzido com furação finalizada; LEDs indicadores, VUs e ajustes afixados; iniciada a montagem dos circuitos
10/05/2016 - Definidas as cores dos LEDs indicadores; serão quatro LEDs indicadores, ao total, no painel frontal; circuitos dos peaks montados e testados
11/05/2016 - Montagem dos circuitos de pré-amplificação do primeiro estágio, gatilhos e drivers dos LEDs; calibração iniciada para LEDs peak; definições da fonte sendo iniciadas
12/05/2016 - Montados e instalados os circuitos drivers dos VUs analógicos, ainda não calibrados
13/05/2016 - Montagem e conexões no painel frontal; teste dos peaks e dos filtros; primeiros testes com alimentação; as primeiras impressões da montagem superam todas as expectativas; fixação definitiva dos LEDs indicadores do painel frontal; descontinuado circuito de ajuste de ganho fino IN/OUT manual e desenvolvido circuito de ganho automático para garantir presença ao Warm; cores dos LEDs indicadores definidas
14/05/2016 - Fixação do painel pronto no gabinete; backlight dos VUs instalado com capela contra vazamento de luz; testes de audição com fones de ouvido; alteração do ganho automático implantado anteriormente para permitir controle manual de carga efetiva IN para processamento do Warm com maior precisão; iniciada a montagem da fonte e montagem final para testes de conclusão
15/05/2016 - Fonte montada e instalada no gabinete; conexões IN/OUT instaladas e funcionais; primeiro teste com todos os circuitos montados e instalados; o projeto segue para finalização e publicação
16/05/2016 - Calibração dos VUs e LEDs peak L/R e Persistence Peak; fonte com grande poder de reserva adicionado; utilização de knobs vintage; todos os circuitos operando perfeitamente; projeto segue para limpeza do gabinete para finalização e posterior publicação no blog
** 19/05/2016
Recém publicado o projeto e já temos o primeiro update com alguns extras: fotos da instalação e o vídeo demonstrativo, conforme prometido.