Caixas de som vintage - ou 'como aproveitar material que seria descartado'

Pois bem, este é um projeto rápido de cunho prático para evitar desperdício de material - que já fora reciclado. Tinha dois falantes Pionner de qualidade e achei um desperdício ficarem guardados. Também tinha um monte de madeira recém angariada que precisava de destino. E também uma calça jeans. Juntei tudo e deu nisso. 

A ideia era montar duas caixas de som de teste, em bancada. Mas a coisa ficou tão ogra e vintage que foram direto pro nosso bar. Como a jukebox slim estava sem som - ela depende do home theater, não possui potência interna - esse será o destino das caixas. Agora falta montar um amplificador bem bacana com cara de velho para completar o set.

A ideia é ser ogra. A tela é pano de chão comprado num supermercado a preço de nada e tingida com café e chá preto, com manchas providenciais. O revestimento com jeans foi marcado para mostrar partes de costura e até dos bolsos de trás, formando um conjunto muito old school. A qualidade de som pura não é o objetivo, e sim ter uma fonte de som com qualidade e autenticidade.

Não há muito mais o que falar, é uma caixa de som. Mais adiante, o amplificador com cara de velho deve sair e posto o resultado do conjunto. 








E o grande dia chegou: com vocês, a Jukebox Cube!

Pequena, leve e de fácil transporte, a Cube é o recente modelo de máquina boombox diyPowered que esteve em concepção a passos lentos e que vem mostrar a que veio

É chegada a hora de mostrar a cara da Cube aqui no site. Muitos fatores isolados e combinados levaram ao extenso tempo de concepção dessa máquina de música, mas que no fim elevou o nível de qualidade e de produção final de mais um produto diyPowered. Mas primeiro, vamos contar um pouco de história...

Quando me propus a produzir uma jukebox - e lá se vão alguns dez carnavais ou mais... - não tinha em mente o quão evolutivo esse processo se tornaria. A primeira de todas ficou tosca, pesada e nada prática de ser carregada. Mas foi um bom começo, afinal de contas. Vendi baratinho pra um amigo - alô, Alex! - quando vim de mudança pro Sul. E aqui no Sul, por uma questão de espaço físico, produzi a dRUNk'BOX, que está pendurada na sala até hoje. Um formato inovador aqui, totalmente slim mas dependente de um amplificador de potência externo, já que contamos apenas com a máquina em si. Para a época, foi produzida de acordo com a necessidade, porque ficava na sala conectada ao home theater. Foi a grande novidade nas noites de diversão.

Algum tempo depois, nos mudamos para uma casa muito, muito grande. E essa jukebox não estava nos atendendo tão bem mais desde que passamos a ficar mais tempo na cozinha do que na sala. Sim, cozinhamos juntos pratos para a semana e para as noites enquanto tomamos cervejas e vinhos especiais numa espécie de ritual de descarrego e união mútuos. Qual era a ideia da vez?! Levar a jukebox para a cozinha seria inviável... Vamos montar uma jukebox portátil! E foi assim que começou a nascer a Cube.

Do que me lembro bem foi de juntar portas e partes de roupeiros (adoro trabalhar com MDF) que encontrei num descarte em frente a uma casa que estava aparentemente em obras, cortar tudo nas medidas de hoje e deixar pronto o móvel onde a mágica aconteceria. E as coisas foram dando tão certo que, logo em seguida, ganhei do Jair uma daquelas caixas lotadas daquilo o que você chamaria de lixo eletrônico e que eu chamo de oba! onde também veio um notebook Positivo bem detonado sem HD mas com tudo dentro. Esse se tornaria a parte lógica da Cube. Com tela e tudo.

Muito tempo se passou desde então. Tive muitas dúvidas durante o projeto sobre a disposição das coisas, qual teclado utilizar, se instalaria o mesmo software da anterior, qual versão de sistema operacional utilizar... Inclusive, esse projeto ficou parado durante mais tempo do que eu gostaria por falta de madeira para prosseguir. Fui montando conforme tinha acesso aos componentes necessários, ferragens, eletrônicos e por um período bem longo ficamos utilizando a Cube sem revestimento, sem tampa frontal na tela e praticamente sem coisa alguma além de um móvel branco (cor original da madeira do roupeiro canibalizado) e uma tela com falantes. O grande passo final foi quando consegui verba para revestir todo o móvel, o que deu um gás no projeto e abriu as portas para a finalização.

Dados para nerds

Os falantes de 4Ω x 35W foram comprados. Esses eu não pude reutilizar o par que eu tinha em casa. Mas são bons, baratos e possuem um timbre bastante razoável, dado seu valor. As potências - individuais para cada falante - são baseadas nos TDA2030, que possuem um consumo justo para a qualidade e a potência finais - e não se justificaria utilizar uma potência de alta qualidade nesse projeto, convenhamos... Instalei duas vias adicionais para melhorar os agudos das vias dos falantes, que não são tão bons. No painel traseiro, temos LEDs indicadores em cores diferentes para fácil identificação - verde: AC in; laranja: DC das potências ON; amarelo: HDD; bicolor VM/AZ: wireless; chave AC com neon para acionar as potências (visual para identificar se há AC no pós-fusível); duas portas USB 2.0 para eventuais manutenções, antena wireless e controle de volume das potências. Fundo preto para deixar discreto e montado mais afastado da superfície para evitar danos aos controles. O cabo AC é padrão e pode ser removido para facilitar o transporte.

Porta de acesso para manutenção com travas de rápido engate, um cooler Cooler Master 120mm x 120mm 12V - operando com 8V para reduzir ao máximo o ruído - para retirar calor do interior, tela frontal protegida por vidro adicional de 3mm temperado e disposição angular dos falantes. O teclado de seleção é sem fio, Targus modelo AKP11US comprado no Uruguay, tornando mais prática a utilização da máquina. Em potência real, temos aproximadamente 15W por falante, limitados do datasheet original para evitar distorções. São praticamente 30W disponíveis, mais do que o necessário para uma boa audição.

Configuração de hardware

  • Intel(R) Celeron(R) CPU B800 1.50GHz + 1.50GHz
  • 4GB RAM (3,40GB úteis)
  • Microsoft Windows 7 Home Basic versão de 32 Bits (sim, em 64 Bits o hardware aquece muito e fica uma carroça)
  • HD de 1TB (não era tão necessário, mas era o que tinha)
  • 15W + 15W por canal em falantes de 4Ω
  • Operação em 220V facilmente comutável para 127V
  • Gabinete reforçado para total segurança no transporte
  • Rodízios com trava
  • Teclado wireless
  • Ventilação interna inteligente 
  • Isolamento interno/externo com espuma de alta qualidade
  • Revestimento externo de tecido altamente aderente (permite lavagem)
Optei por não colocar luzes e coisas do tipo, deixando o mais simples possível. A ideia é facilitar o transporte e ter a mesma comodidade da jukebox anterior. Tanto que nada mudou no software, segue o mesmo SK Jukebox que você pode baixar aqui.

No mais, fora o tempo estendido demais desse projeto, ficou muito bacana e muito prática. Temos utilizado há muito mais tempo do que parece, só não quis publicar ainda porque faltavam alguns detalhes... 

Claro que tem fotos!


Os falantes e vias adicionais de agudos

Painel de controles (LED azul wireless não apareceu)

Vista do painel traseiro com o cooler e a porta de acesso

Cabo AC removível e facilmente substituível

Alças para transporte

O recorte angular bem esperto do gabinete que ajuda o som

Uma visão geral com proteção de tela do disco que está sendo reproduzido

Péssima foto, mas dá pra ter uma ideia do tamanho do teclado




Rodízios com trava (nas traseiras)

Porta de acesso e as espumas de isolação

Detalhe do painel com a potência desligada e wireless (azul)

Especificações do hardware

** 30/10/2023

Cinco anos depois da finalização desse projeto, estou aqui com algumas ideias para melhorias - como multiamplificação (amplificadores ativos independentes) - e um novo revestimento. Daqui a alguns meses, entro em férias e, se tudo der certo, a jukebox vai receber uma reforma de respeito!

** 09/05/2024

As férias vieram, mas não fiz nada na jukebox porque nos mudamos de cidade. Mas a atualização é sobre o defeito que a placa mãe apresentou e que foi reparado com sucesso, pra alongar a vida desse projeto! 

** 15/07/2024

Uma nova jukebox será construída! Dessa vez, compacta como a dRUNkBOX mas com áudio integrado e totalmente reconfigurado para maior qualidade de reprodução. Acompanhe os próximos capítulos dessa saga pela página 'em produção' : )

Pioneer DVH-7380AV - compra, defeito, reparo e recuperação do aparelho

Pois bem. Esta é uma nova session. 

Encontrei essa jóia em excelente estado de conservação na OLX por R$ 50. Não resisti e investi meus únicos R$ 50 de uma venda no mesmo site apostando que conseguiria consertar. Sempre achei uma barbada consertar aparelho de som automotivo, e inclusive já reparei até módulos de potência. Coisas que deixei de lado por falta de tempo e também por conta dos malditos SMD's, que mataram e ainda matam de fome muitos técnicos. A era da manutenção agora é troca de placa de sinal ou de fonte. Hoje, dificilmente um técnico possui a capacidade - técnica e até física! - de reparar uma placa com componentes SMD. As peças são cada vez mais difíceis de serem conseguidas - e manuseadas - e quando se consegue encontrar, são caras e não justificam o valor final do serviço. Porque o valor maior de um serviço é e sempre será a mão de obra. A perspicácia de um técnico é algo valioso e não se aprende em escola. Saber pensar e desenvolver uma linha de raciocínio que leve ao entendimento de um setor ou de um módulo dedicado dentro de um sistema de sistemas é algo único.

Esse é o famoso DVH-7380AV da Pionner. Um aparelho simples e com boa qualidade de som. O defeito dele era o de sempre: não liga. Nada. Só acende os LEDs de sinal no painel ao acionar a ignição (ACC). Nada mais. Fiquei dois dias - leia: algumas horas por dia - em cima dele analisando o circuito para entender o que poderia ter acontecido. O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de pontos de oxidação na carcaça e na placa, o que me levava a crer que eu poderia partir dessa lógica. 

Resumindo: não havia tensão de 9Vcc na fonte de 9Vcc. Somente a fonte de 5Vcc estava presente. Essa tensão de 9Vcc depende do processador estar rodando - oscilando - ou não, e nesse caso consegui verificar que não havia oscilação. Como eu descobri isso sem ter equipamentos de ponta e um osciloscópio da moda, Nutelleiros?! Inspeção visual. Como já disse, muitos pontos de oxidação. Um deles, justamente no cristal de 8MHz, o que levou ao total desgaste de um dos terminais. Encontrei outro setor que também deveria possuir um cristal mas que não estava sequer dentro do aparelho... Deduções à parte, era um cristal de 14MHz. Fiz a troca do cristal de 8MHz e consegui esse de 14MHz para o outro setor da placa e ao ligar os 12Vcc ao rádio, tive sinal de vida! O painel acendeu todos os LEDs, o backlight também acendeu mas não havia nenhuma imagem na tela. Tive áudio também, chiadeira da FM. Quase todo mundo sabe que o sinal de vídeo é gerado na placa de sinal da leitora óptica, e ao conectar a pickup... tínhamos vídeo! Testei tudo e fiquei muito contente com o investimento positivo!

Ah, mas não tem o controle remoto... E daí?!

Fiz uma minuciosa limpeza interna, tratamento contra umidade e fechei o aparelho feliz da vida. Logo depois, fui pesquisar na Internet e vi que muita gente tem problemas com esse e com outros modelos de som da Pionner semelhantes. Encontrei o esquema elétrico completo com manual de serviço e também o manual de instruções do DVH-7380AV - que também serve para os modelos DVH-730AV/XZUW5, DVH-735AV/XZRD, DVH-735AV/XZRI e DVH-7380AV/XFBR - e vou disponibilizar para download no diyPowered Drive para quem precisar dele algum dia.

Algumas fotos de péssima qualidade só para ilustrar a aventura!





Painel bicolor (vermelho ou azul)

Painel bicolor (vermelho ou azul)

Reprodução de DVD (mídia DVD) para testar a leitora




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