Como adaptar fones de ouvido a (quase) qualquer equipamento?

Pode parecer simples para quem já está na área há alguns carnavais, mas muita gente não sabe por onde começar. Recebi um e-mail do Marcio (olá!) esse final de semana onde ele diz ter uma TV Semp igual àquela minha e que gostaria de saber como adaptar uma saída para fones de ouvido nela. Mas nas suas próprias palavras, ele não tem a menor noção de como fazer isso. Então, Marcio, vamos a um tutorial básico!

Primeiramente, você vai ter que comprar em alguma loja de componentes eletrônicos (ou utilizar algum de sucata) um plug P2 (dos pequenos, iguais aos de fones de celular) ou P10 (aquele formato grande que chamam de 'banana') fêmea estéreo. Esse padrão do plug (P2 ou P10) depende do fone de ouvido que você pretende usar. Seja qual for o padrão adotado, é importante que o plug possua um formato que permita a fixação em painel, seja por rosca ou por encaixe, senão você terá que colar e isso atrapalhará futuras manutenções. Também compre dois resistores de 120R 1/4W. Importante esse plug possuir chave integrada, não é difícil encontrar, porque precisamos dela para comutar entre os fones e os falantes da TV, fazendo a função de desligar os falantes quando o fone é plugado e religá-los quando os fones são desconectados. 

De posse desse plug (que constitui 80% desse projeto!), vamos iniciar os trabalhos. Defina onde você vai fixar esse plug para os fones, antes de qualquer coisa, e já faça a furação. Feito isso, aquele chicote dos falantes vai ter que ser cortado e cada ponta soldada de acordo com o esquema. Não tem mistério aqui. Aquelas chaves de seleção podem parecer complicadas, mas usando um multímetro na escala de continuidade você poderá identificar facilmente a posição em que elas se encontram sem ter o fone conectado. Solde os resistores seguindo o esquema (a saída da chave que vai para os fones deve estar aberta, e quando se conecta o fone ela se fecha passando som para os fones e cortando os falantes) e fixe o plug onde você furou no gabinete da TV. Antes de ligar a TV, meça todas as conexões entre os cabos positivo e negativo dos falantes, tanto com o fone plugado quanto desplugado e certifique-se de que não há curto-circuito. Não tenha pressa de testar: melhor 'perder' cinco, dez minutos conferindo o circuito do que danificar o equipamento. Se tudo foi seguido à risca, deve funcionar de primeira sem complicações.

Importante lembrar que trabalhar com TVs (e com outros equipamentos também) pode ser perigoso devido às tensões altíssimas que são encontradas em diversos pontos, além das áreas vivas, que não possuem qualquer isolamento da rede elétrica. Tome precauções também nas conexões para não criar um curto na saída do amplificador que, dependendo do tipo, poderá queimar instantaneamente. Não me responsabilizo por quaisquer danos ao equipamento e tampouco por possíveis acidentes que por ventura ocorram. Tome todos os cuidados e descarregue os circuitos antes de qualquer procedimento.

O esquema pode ser alterado para trabalhar com outros equipamentos também, sem qualquer problema, com as devidas alterações dos valores de R1 e R2. É possível utilizar em TVs e equipamentos com saída mono seguindo o esquema em anexo. Espero que seja de grande ajuda!


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Fonte (PSU) ATX HIPRO HP-D2537F3R

Session.

Essa aqui é para registrar minha adoração por bons projetos. Essa fonte é de um cliente que veio para manutenção (não na fonte) e como sou chato, sempre abro a fonte para verificar possíveis capacitores estufados e também para limpar o cooler. Às vezes troco o cooler, quando realmente não tem mais jeito. E vendo essa fonte por dentro, não resisti e tirei algumas fotos pro site. 

Pesquisei bastante mas não encontrei nenhum site que falasse da fonte, somente e-commerce em geral e Mercado Livre. Não vou me aprofundar nem analisar tecnicamente o projeto dos caras, mas olhando de perto é inquestionável o cuidado, a disposição das peças, o filtro AC na entrada, os triplos acopladores ópticos, os capacitores escolhidos (sim, se você não sabia dessa, até capacitores possuem datasheet e aplicações específicas para cada situação) e a própria carcaça, resistente e bem montada. Não há dúvidas do quesito qualidade da montagem.

Também vale ressaltar o tamanho dos dissipadores, o trato na escolha dos transistores (parrudos) e no geral, achei um excelente projeto. Esse cliente liga a máquina DIRETO NO 220V há muitos meses, e nunca teve problemas com essa fonte. Nas poucas referências que encontrei, a HIPRO é reposição para desktops HP. Ou seja, confirmada a informação, se a HP usa não pode ser um projeto low cost, concorda?!







CM6631P50A - um CI versátil e surpreendente (carregador veicular e aplicações similares)

Session.

Estava precisando de uma fonte confiável para manter carregado um rastreador veicular - que possui bateria interna mas que não possui conexões diretas para integração elétrica com o carro - que de forma recorrente precisa ser recarregado, tornando-se um inconveniente. As baterias internas já estão meia boca, daí pensei em manter ele conectado direto no pós-chave do carro, para que todas as vezes que fosse dada partida, ele recebesse carga. Pensei em várias soluções, mas todas foram descartadas quando me lembrei desse CI, muito visto em carregadores veiculares (é meu caso) e em carregadores de baterias de pequeno porte em geral. 

Tenho há alguns anos um carregador veicular i2GO 2USB (I2GDBL197) que NUNCA deu problema e não aquece mesmo quando utilizadas as duas portas que ele possui. Uma ideia muito convincente de que isso daria certo se sobrepôs ao resto e decidi sacrificar o bichinho em prol de uma causa maior. Fui atrás do datasheet do CM6631P50A e ele realmente surpreende. Inúmeras proteções, controle avançado de corrente e tensão na saída, compensação de cabo (perdas) e um tamanho super reduzido com poucos componentes externos. Achei muito viável aplicá-lo nessa solução, já que seu consumo é extremamente baixo e pelo que li no datasheet, possui requisitos de segurança bastantes fortes quanto ao gerenciamento de energia.

Foi muito simples: removi as portas USB, soldei diretamente o cabo de alimentação microUSB, soldei dois cabos de entrada de energia e pronto. Assim que for instalado no veículo, dou mais detalhes sobre o acabamento, a forma como mantive o circuito selado contra as intempéries do ambiente e também sobre a instalação elétrica em si.




** 13/07/2020

Para finalizar, consegui uma caixa plástica do tipo 'passa fio' que era de uma sucata de fonte, abrigava o conector AC que vinha da tomada e entrava na fonte. Coube perfeitamente o circuito, e para selar usei a boa e velha fita isolante 3M depois de colar a caixinha com Araldite. Fixado por trás do painel do carro, tudo bem preso e discreto. 

A conexão ficou no pós-chave (não vejo razões maiores para ligar direto na bateria) e no mesmo circuito do acendedor que tem capacidade de corrente maior, fusível dedicado de fábrica e facilidade na hora de soldar os cabos. Ficou muito bom, fim do problema da carga!

Detalhe: apesar do circuito 'prometer' até 2,1A a medição de carga com o rastreador conectado ficou cravada em 300mA, um número muito desejável para essa aplicação.


Detalhe do CI

Soldas e conexões

Carregador sacrificado

Carregador sacrificado 2

Finalização dos cabos

Aspecto final

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