Ruminações do criador sobre suas criaturas

O então batizado de 'Projeto Labrador' se tornou um padrão imbatível na montagem de projetos para áudio, e dificilmente será deixado para trás, já que o padrão é altamente resistente, confiável e facilmente adaptável a diversas configurações. Sem falar na blindagem natural da caixa, que é altamente desejável em projetos sensíveis.

Alguns anos após a produção dos modulares, algumas questões que eu havia pensado na época voltaram a fazer sentido. Mas agora, com 6 módulos, algumas dessas ideias já se tornaram inviáveis ou dispendiosas, tanto pelo tempo quanto pelo (possível) custo embutido. Hoje fiz uma limpeza e organização do set e decidi registrar essas ideias.


Set atual (outubro 2017)

Pois bem, vamos dar nomes aos modulares, começando da esquerda para a direita e logo atrás, as duas caixas acústicas com o amplificador de potência.

1. PH'AMP v2 - Amplificador HI-FI para fones de ouvido (retorno) 
3. PKL2v1 - Monitor visual de ajuste de linha 
4. H2PV1 Home2Pro Limiter & Clear
7. HS-1875Mi - Amplificador de potência de alta fidelidade para monitor de referência

As caixas acústicas não entram para a lista porque não são feitas por mim, são caixas Toshiba de alta qualidade com madeira de verdade e peso. Comprei há alguns anos pelo Mercado Livre, paguei uma merreca e fiquei muito feliz com a aquisição. Elas tem uma tela frontal - tem fotos com as telas aqui - que eu retirei e guardei, porque acho mais bonito assim. 

Se você é uma pessoa atenta e já leu todas as publicações de projetos, pode estar se perguntando onde diabos se meteu o SLF2PRO. Pois bem. Além do fato de que eu não atualizei a publicação dele na época, o carinha foi retirado do set para melhorias e acabou não voltando mais porque eu não consegui aplicar essas melhorias. O gabinete era pequeno demais para o que eu pretendia fazer e o projeto original ficou estacionado até segunda ordem. O grande problema de eu ter tirado ele do set é que passei a ouvir clicks e coisas do tipo em horários de pico da rede elétrica local. Mas certamente que ele volta, numa versão muito mais inteligente e bonita.

Então, o que eu pensei em fazer na época e não fiz?

Fonte modular para alimentar todos os módulos: dessa forma, somente uma tomada AC seria necessária para ligar todos os módulos. Eu deveria ter feito isso, mas não fiz e hoje pago o preço por ter tanto cabo AC para ligar, fora a quantidade de trafo ligado desnecessariamente e a bagunça que fica até que a gente decide arrumar e 'fitar' tudo com velcro. E a manutenção seria descomplicada, já que teríamos apenas uma fonte para verificar. E outra: ainda fiz a grande burrada de optar por cabo de força PP tripolar do mesmo padrão da linha de informática, mais precisamente.

Pintura do gabinete: na época da produção do segundo módulo, eu pensei seriamente em tratar e pintar o gabinete metálico. Ficaria bacana, limpo e protegeria contra possíveis corrosões do material. O que eu fiz? Mais módulos sem pintura. Mas isso ainda posso fazer sem problemas, basta ficar dois ou três dias sem o set para que a pintura fique boa. Claro, incluindo o HS-1875Mi, que até poderia ter sido montado com a carcaça de uma fonte ATX pretinha, já...

Padronização de conectores: desde o primeiro módulo, fiz o possível para me manter num padrão de conexão RCA. Falhei. Isso se deve ao fato de reaproveitar muitas peças, de ficar com preguiça de sair para comprar e também de valorizar bastante meu dinheiro: se eu tenho P10, para quê gastar com RCA na loja? Enfim, esse pensamento me fez desviar do propósito de padronizar o RCA nos modulares. Mas também me fez poupar um monte de dinheiro e no final das contas, ter o projeto finalizado e funcionando perfeitamente. Sou radicalmente contra poupar dinheiro e esforços se isso vai conduzir a uma baixa qualidade de produção, mas se você for capaz de alcançar o mesmo objetivo sem gastar dinheiro com coisas que podem ser substituídas sem ônus, vá em frente.

Silk dos painéis frontais e traseiros: uma das coisas que mais sinto falta nos projetos. Não sei fazer e para fazer feio, deixo sem nada. Principalmente nos projetos onde se tem mais conectores e ajustes do que o de costume, fica complicado de entender sem saber como foi produzido. Assim como falei na segunda postagem sobre planejamento e execução de projetos DIY, 'seja saudável, também, na criação de silk e na adesivação dos painéis. Muitas vezes, o resultado desse trabalho falho não vale sequer o tempo que você perdeu. Então, na dúvida, crie painéis com indicadores e controles dispostos com alguma lógica visual. Mesmo que somente você entenda o que cada LED queira indicar, é mais elegante nada ter descrito num painel a querer arrancar os olhos com adesivações medíocres.'. Por isso não me meto a fazer o silk. Mas é uma das coisas que ainda posso fazer, basta tirar as medidas dos painéis e enviar para alguma gráfica com plotter. Quem sabe um dia?!


Modulares montados e funcionando

Bom, acredito que era isso. Se eu me recordar de mais algum ponto, atualizo aqui. No mais, o set ficou arrumadinho e limpo, com seu novo amigo L2 prontamente instalado. E sim, ali tem uma Xenyx Q502USB que eu recomendo muito a compra, se pretende iniciar um home studio.

Projeto Labrador - L2 - Line Adaptive

Projeto antigo com cara nova, o L2 reúne todos os benefícios de um pré-amplificador standard com a praticidade das linhas de saída independentes para monitor e amplificador fisicamente isoladas, com alto padrão de qualidade de sinal por buffer

Não há muito o que se dizer sobre o L2. É um projeto tão simples quanto seu LED vermelho no painel frontal. Foi iniciado há algum tempo e acabei por deixar meio de lado por conta dos demais projetos - prioridade para os mais importantes - e retomei há algumas semanas por ter conseguido finalizar o PROCATER ADVANCE e também por precisar dele no set para a divisão de monitor/amplificador.

O funcionamento é dos mais simples: áudio chega pela linha normal, é 'filtrado', passa pelo novíssimo pré-amplificador/bypass transparente/flat - o mesmo utilizado no VAA - e segue para as linhas de saída ajustáveis. A grande sacada é que, ao contrário da aplicação do VAA, o pré-amplificador possui ajustes manuais que permitem a carga para mais ou para menos e a correta impedância associada à entrada - o buffer. Os dois primeiros potenciômetros (em branco) ajustam essa carga/impedância de forma independente por canal que é aplicada à entrada do pré-amplificador, que por sua vez, casa todas as características desejáveis para esta etapa. Após passar pelo pré-amplificador, é chegada a hora de dividir os sinais de forma que as duas saídas independentes sejam sustentáveis e sem deformações. Dessa divisão, saem quatro potenciômetros, dois para cada canal (monitor e line) que permitem aplicar mais ou menos sinal às saídas, formando um conjunto eficiente de adaptação de sinal de linha com grandes benefícios e alta qualidade de sinal.

O LED frontal em vermelho é o mesmo LED indicador +P utilizado no VAA, o primeiro projeto a levar o novo pré-amplificador/bypass transparente/flat, que dessa vez foi utilizado como indicador principal de funcionamento, ao contrário do VAA, que possui o LED +P no painel traseiro. Não sou muito fã de LED vermelho como indicador de 'tudo ok, vamos lá', mas como se trata do melhor LED a ser aplicado quando você não quer desviar muita corrente para um LED, achei interessante. E também pelo projeto original do pré-amplificador utilizar obrigatoriamente um LED vermelho de 3mm.

E quanto aos lixinhos, o mesmo padrão de gabinete de DVD/ROM de PC, a mesma baia de gabinete de PC, os pezinhos comerciais, trafo e conectores RCA também reaproveitados. De novo mesmo, somente os potenciômetros e os knobs. O LED vermelho é novo, mas também é sobra de um projeto anterior.

No mais, fotos.






PROCATER ADVANCE - proteção avançada contra alta tensão de retorno com monitoramento em tempo real

Após duas versões analógicas monofásicas individuais, o PROCATER ADVANCE evolui para sua mais moderna versão, com monitoramento e controle da rede elétrica com gravação de LOGs em tempo real com a mesma precisão e segurança dos seus irmãos menores

É isso: o PROCATER cresceu. E como todo crescimento baseado em estudo e testes incansáveis, um novíssimo sistema inteligente foi embarcado no sistema existente do PROCATER, que inclui um display retroiluminado que exibe todos os eventos da rede elétrica e sua tensão em tempo real, LEDs indicadores de atuação, tomadas padrão novo e muita segurança. Tudo baseado em no ATMEGA 328P-PU.

A premissa do PROCATER continua a mesma. Não vou me repetir aqui, já que as duas últimas versões estão publicadas no site - versão 1 e versão 2 para quem quiser conhecer o projeto original. O que muda é que podemos monitorar as condições da rede elétrica de uma forma muito precisa e registrar todos os eventos de queda ou subtensão, tornando o sistema muito eficaz. Todos os eventos são visualizados no display, alertas visuais e sonoros e as informações são gravadas num cartão microSD em forma de texto, que serve para consulta ou geração de poderosos relatórios e gráficos. 

A ideia do registro não é se basear em data e hora e sim em período. Você pode coletar os dados do PROCATER e registrá-los dia a dia, e ao final de uma semana ou de um mês, apresentar planilhas e gráficos em caráter avaliativo para considerar a revalidação da sua rede elétrica.

Em tempo: como o funcionamento e a leitura do PROCATER são extensos, vou atualizando de pouco a pouco com fotos e vídeos, explicando cada passo de forma clara e técnica. UPDATE E pela primeira vez, minha cara no diyPowered.


A caixa utilizada na montagem do protótipo é de uma interface Intelbras, que quase não serviu por conta das dimensões internas. Praticamente tudo teve que ser repensado antes de fixar as peças. Numa versão comercial, a caixa deve ser maior... As baterias internas são células associadas formando uma bateria de 7.4V x  2.2A totalmente controladas e recarregadas pelo próprio PROCATER. A princípio, este modelo ainda não tinha encomendas, somente foi desenvolvido para testes gerais de viabilidade e funcionamento. Mas com o sucesso dessa produção, muito em breve devo ter alguns interessados também, como aconteceu com os modelos individuais do PROCATER.

A precisão de leitura da rede elétrica pode ser comparada aos multímetros em tempo real, e isso deu muito trabalho durante todo o projeto. Casar a 'eletrônica pura' com os códigos foi o processo mais demorado do projeto, para que tudo funcionasse conforme o esperado. O cartão microSD é de 4GB, e pelo que li por aí, é o limite até a data de publicação do projeto. Mesmo utilizando um cartão maior, somente os 4GB são reconhecidos. Como não tenho grandes preocupações com espaço - já que os logs são salvos num arquivo de texto padrão com poucas linhas - é mais que suficiente.

Existe uma documentação sendo gerada para o PROCATER ADVANCE, onde todas as características e funcionalidades são descritas de forma bastante completa. Como já disse, aos poucos vou postando mais material acerca do projeto, porque há muito o que falar! Por enquanto, algumas fotos.


Uma das telas de inicialização

LED indicador de rede elétrica presente

Vista traseira com as tampas para caixa de relés e chave de
desconexão das baterias (para longos períodos sem uso)

Comparativo com multímetro comercial

Tela padrão do sistema em condições normais

Gravação de eventos no microSD

Uma das telas de inicialização

Primeira tela de inicialização

LEDs frontais

Visão geral

Uma das telas de inicialização
 
Em modo de proteção com leitura da rede

Uma das telas de inicialização

Segunda tela de inicialização

Como nas fotos nada parece fazer sentido, estou preparando um vídeo para explicar tudo direitinho, tela a tela, cada atividade do PROCATER ADVANCE.

Compartilhando o já compartilhado (e que merece ser replicado)

Pois é. Nessas andanças pela Internet a gente encontra de tudo: tanto coisa boa quanto coisa ruim. E numa dessas trombadas, dei de cara com um cara muito enfático e dedicado: Paulo Brites. Não conheço pessoalmente e tampouco on-line, mas pelo que revirei do site, o cara é um monstro da eletrônica. Desses que dá gosto de ler e um orgulho particular só pelo fato de o cara existir.

Dicas muito boas, oratória dinâmica e prática, postagens compromissadas com um conhecimento de décadas e muito, mas muito bom senso. Adorei o site e o conteúdo, além de um bom humor peculiar e de uma grande humildade. Vale muito a leitura. E o favorito no navegador.

Vai lá também e aprenda mais! http://www.paulobrites.com.br

Nobreak UPS EATON Powerware 5110 PW5110 1000i

Mais uma daquelas coisas que a gente não sabe o que encontrar dentro. Esse nobreak estava jogado num canto da empresa faz tempo. Muito tempo mesmo. E assim como foi com a fonte de bancada Instrutherm FA-3005, demorei para levar o carinha p'ra bancada.

Estava sujo. Muito sujo mesmo. Tinha duas baterias esgotadas e muita poeira. Coloquei em série com a lâmpada e nenhum sinal de vida. Com duas baterias novas - após verificar todo o circuito inversor - ele invertia, partia a frio. Isso já era muito bom. Mas não enxergava a tensão da rede na entrada. Poderia ser o fusível rearmável, mas não era. Seguindo a entrada, dei de cara com uma bobina aberta que estava na mesma linha de um acoplador óptico padrão. Substituí os dois, refiz algumas soldas e o  carinha voltou à vida! É um projeto bastante simples, sem muita frescura, mas ao mesmo tempo um projeto bem executado e seguro: relés potentes e resistentes, trilhas largas, placa mãe isolada das baterias e do trafo; tudo muito bem montado num gabinete torre com visual muito bonito. Na parte de trás, uma das fileiras de tomadas apenas protegem contra surtos e transientes. Outra fileira é a saída UPS. Uma curiosidade é que o nobreak não possui seleção de tensão: entra 220V e sai 220V. Simples assim. Utiliza duas baterias 12V 7A em série (24V) que ficam na parte frontal, dispensando a desmontagem para substituição. Particularmente, prefiro quando é assim.

Software de monitoramento

O EATON PW5110 1000i possui uma porta USB traseira para utilização com software de monitoramento. É bem simples, mas fornece informações avançadas para um nobreak desse porte. Roda via web, tornando o próprio servidor protegido por ele o seu servidor de monitoramento. E não onera em nada, antes que venham cogitar. O acesso via web requer login, o que agrega valor ao conjunto.

Em tempo: estou me organizando para criar um espaço de download para materiais interessantes e softwares. Em breve isso deve ser concluído. [ link para o drive ]

No mais, é um bom equipamento. Promete 600W nas saídas, o que não é mau. Não possui nenhum cooler, o que ajuda a manter ele mais tempo limpo. E os dissipadores de calor na potência são monstruosos.











Bike Fast Charger (BFC) - carregador automático compacto para Bike Power Bank

Tamanho reduzido, alto rendimento e total controle da carga, o Bike Fast Charger faz parte do grande projeto de energia móvel para bicicletas utilizando eletrônica pura com componentes simples de fácil reposição

Não há muito o que dizer sobre o carregador. É um carregador automático. Simples. Não?! Seria simples se fôssemos analisar os carregadores comuns que encontramos no mercado para baterias de íons de lítio. São simples fontes de tensão constante onde o equipamento a ser carregado é quem se encarrega do controle da carga. No caso do Bike Power Bank, temos somente as células e os circuitos internos, nenhum controle. Por essa razão, o Bike Fast Charger - chamado apenas por BFC - fornece a tensão constante necessária para a carga das células de 7.4V x 4.4A e ao mesmo tempo controla essa tensão, fazendo o corte da carga - e quando falo em corte, é corte mesmo: o carregador se desconecta fisicamente do BPB - no momento em que as células alcançam quase 100% de sua capacidade. Sim, quase 100%. Não há necessidade de se carregar 100% das células a menos que você queira reduzir sua capacidade aos poucos. Porque para chegar aos 100%, as células precisam ficar expostas mais tempo que o necessário à carga, o que pode levar a saturação em poucas dezenas de ciclos. Por essa razão, o BFC recarrega de forma segura, próximo aos 98%.

Foi utilizada uma carcaça de fonte genérica para antigas impressoras HP e também foram reutilizados os mesmos cabos de entrada e saída de energia por uma questão prática e estética. Por sorte o plug P4 dessa fonte era idêntico ao P4 do Bike Power Bank - BPB - e não precisei substituí-lo. 

O trafo utilizado fornece 9V x 1A que são devidamente retificados e aplicados ao controle da carga. Dois LEDs foram adicionados, um verde e um âmbar. O âmbar indica que o BFC está carregando (e ele somente acende caso o carregador esteja conectado ao BPB e este realmente necessite de alguma recarga) e o verde se acende ao fim da carga, fazendo com que o LED âmbar se apague. Uma carga não tão rápida a ponto de saturar as células e nem tão lenta a ponto de deixar na mão. Se for necessária uma carga completa no BPB, iniciando à noite, por exemplo, dentro de um período onde a bicicleta não será utilizada - não se deve interromper o ciclo! - certamente a carga estará completa bem antes do amanhecer. Ou seja, prático, rápido e limpo. E quase de graça =]

Sem maiores para contar, as fotos.


Bike Fast Charger

Cabos originais reaproveitados

LEDs indicadores (carga e carregando)

Carga completa

Carga completa


Carregando BPB

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