Mostrando postagens classificadas por data para a consulta projetos diy. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta projetos diy. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

Pur'A - Amplificador de Potência Hi-End Classe A

Com um visual vintage, indicadores precisos, grande dissipador de calor exposto, sonoridade de qualidade impecável e uma cara de mau, o Pur'A é meu grande projeto classe A para minha coleção de projetos de amplificadores de potência desenvolvidos nesses muitos anos de DIY

É com muita alegria que publico mais este projeto que prima pela qualidade sonora e pelo visual vintage, que aplico mais uma vez na identidade diyPowered. Por se tratar do meu primeiro projeto finalizado - montar esquema em bancada para ver se funciona e para testar a sonoridade não conta! - de um amplificador classe A, quis fazer tudo direitinho. Fui até um pouco além do que pretendia ao adicionar funcionalidades avançadas naquilo o que deveria ser bastante básico. Mas eu não me aguento e lá fui complicar o projeto.

O projeto Pur'A

Há alguns carnavais, montei de brincadeirinha só pra ver como era o projeto 3 - 5 Watt Class-A Audio Amplifier, publicado no site RED Free Circuit Designs, e achei muito interessante pela qualidade final do áudio - mesmo com toda a simplicidade do esquema. Fiz algumas alterações na época tentando melhorar o que já era bom - e lá fui complicar o projeto - e acabei redesenhando todo o circuito. Na verdade, acabei criando um novo esquema me baseando na mesma simplicidade do projeto original, alterando alguns componentes, aumentando o número e a ordem deles. Consegui uma qualidade surpreendentemente superior ao adicionar poucos e alguns novos componentes, redesenhando o projeto original que acabou se tornando um novo projeto. É complicado, mas em suma, o 3 - 5 Watt Class-A Audio Amplifier serviu como inspiração para o Pur'A, assim como projetos clássicos e minimalistas como Super Class A Amplifier, J. L. Hood Class-A Single-Ended Amplifier e os projetos do gênio Nelson Pass.

Mas ainda não tinha montado um classe A para chamar de meu. E isso me deixava um lugar vazio numa estante cheia de grandes projetos já finalizados. Então, há algumas semanas, encontrei um antigo decodificador de TV a cabo jogado no lixo, enquanto levava Cícero, o labrador para aquela voltinha de final de tarde. Nada hesitante, meti a mão nele e carreguei pra casa.

Desse decoder, aproveitei alguns CIs e o trafo, que possui dois secundários (enrolamento único de 40V x 150mA e duplo de 7V x 800mA) e apenas um primário de 220V. E claro, o gabinete dele. Fiquei alguns dias pensando o que montar naquele gabinete toscão, mas a ideia de finalmente montar meu classe A foi mais forte. Mesmo sabendo que seria complicado colocar tudo dentro desse gabinete com elegância e segurança, me desafiei. De novo.

Fonte de alimentação

Sempre me apego ao projeto da fonte. E quase sempre levo mais tempo definindo seu esquema e características do que trabalhando em outros setores do projeto. É que a fonte, na minha opinião, é parte tão fundamental do projeto quanto o setor que receberá sua alimentação. Não consigo conceber o isolamento de prioridades dentro do projeto onde a fonte de alimentação fica em terceiro plano. Porque de nada adianta PCI com fibra de vidro e componentes selecionados a dedo se você vai montar uma fontezinha porca.

E lembrando: uma fonte mal projetada pode colocar em risco todo um projeto.

Mas voltando ao tópico inicial, meu esquema redesenhado e chamado já na época de Pur'A (píure-Ei) drena cerca de 800mA por canal numa tensão de 24V estabilizados. E quando estamos falando de um classe A, seja ele um solid state ou tube, são 800mA violentamente devorados de forma contínua. E não é pouca coisa. Como costumo respeitar os componentes mantendo uma boa margem de segurança, o projeto original da fonte conta com dois - sim, dois - transformadores de 30V x 1A, um para cada canal, que sustenta uma linha regulada de 24V com um banco de capacitores que somam 27000MF devidamente desacoplados e com resistores auxiliares de 0.10R x 5W. Uma super fonte para um super projeto.

Isso num mundo justo. É que, na época, eu possuía esses dois trafos disponíveis. Para o projeto definitivo do Pur'A, fiquei na mão por alguns dias até me lembrar de uma fonte chaveada que possuo faz tempo que fornece exatamente a tensão que preciso com gordos e redondos 2.5A - mais do que o suficiente para sustentar a queima de corrente das potências. Como a premissa diyPowered é o reaproveitamento das tecnologias, adotei com alguma resistência - não pude perder o trocadilho - a fonte chaveada no projeto. É que não gosto de fontes chaveadas para amplificadores de potência e outros equipamentos que trabalham criticamente com áudio. Mas como a necessidade é maior do que o dinheiro para comprar o um trafo toroidal de 24V x 3A...

Não tem muito o que dizer sobre essa fonte, só que é bem projetada e que possui boa estabilização e corrente. Mantive o banco de capacitores do projeto original, mas reduzi os 27000MF para 20000MF, já que não é necessário tanta coisa assim para a saída de uma chaveada. O resultado? As potências trabalham felizes e devoram suas correntes sem culpa.

Potências

A ideia era pretensiosa: montar as potências num dissipador de calor vertical, afixar todos os componentes dentro do pequeno gabinete e torcer para que cada peça coubesse perfeitamente. Isso sem falar na dissipação interna dos transformadores e da fonte regulada - em tempo: a configuração atual não utiliza trafos, como disse anteriormente. A dissipação das potências era garantida pelo contato maciço com o ar, já que a peça foi montada externamente, mas o calor gerado pelos transformadores e pela regulagem da tensão da fonte era um desafio a ser vencido - mesmo queimando corrente e cozinhando o dissipador, os transistores trabalham dentro da faixa de segurança, bem abaixo da máxima. O gabinete possui frestas de ventilação inferiores bastantes generosas - na base metálica - e apenas uma parte do painel traseiro possui aberturas para ventilação. Não é um projeto dos mais inteligentes no quesito circulação de ar, mas como o aparelho original não necessitava de grandes trocas, não se justificava fazê-lo.

PET - Ponto de Equilíbrio Térmico

Uma função desnecessária que achei legal embutir do Pur'A é o que chamo de PET - Ponto de Equilíbrio Térmico. É o ponto onde as potências entram em trabalho constante e limpo, após alguns minutos do acionamento da fonte de alimentação. É que, dentro das minhas concepções, valvulados e transistorizados classe A somente me convencem de sua qualidade após estarem quentes. E quando eu falo em quentes, falo de cheiro de vapor e de regiões tão aquecidas que se torna inviável tocá-las por mais que 1 segundo =]

Aproveitando o painel original do decoder que possuía três botões (channel down/up e power on/off) adicionei um espelho por trás que, iluminado por LEDs de cores amarelo lâmpada de 6V para power e verdes temos 20 anos de uso. Os verdes é que indicam esse ponto de equilíbrio, onde os dois devem estar acesos e nunca somente o down ou o up - isso indicaria um erro de calibração. Alguns minutos após o acionamento do Pur'A, esses dois LEDs verdes devem se apagar lentamente e em conjunto, indicando visualmente que as potências estão equilibradas e equivalentes. Isso garante que a pureza do som está validada, de certa forma.

E por falar em lâmpadas de 6V, pensei em utilizá-las para o painel do Pur'A. Mas como a minha peleja em busca de uma fonte com mais corrente foi grande, acabei optando por utilizar LEDs mesmo, com resistores limitadores de valores altos para que consumissem a menor corrente possível sem sacrificar seus brilhos. O resultado ficou muito bom e o mais próximo possível do que eu esperava.

Gabinete

Como já teve spoiler antes. o gabinete é herdado de um antigo decodificador de TV a cabo. Nenhuma peça interna foi aproveitada e a parte frontal dele foi revestida com um adesivo estampado com tema amadeirado, e os knobs escolhidos para os controles individuais de volume são de alumínio polido para dar mais ainda um clima vintage. As chaves utilizadas são do tipo alavanca para ligar e desligar e também para o attenuator, uma função muito útil quando se necessita limitar o sinal que chega nas potências, reduzindo a distorção.

Também foi adicionado um LED indicador de clip para cada canal. Na falta de mais LEDs temáticos, os dois LEDs vermelhos de clip foram desgastados até que se eliminasse as lentes, sendo polidos logo em seguida. Isso confere um ar de coisa velha e usada, e também fornece um brilho diferenciado para o conjunto.

Ainda falando em componentes, foram adicionados quatro capacitores de 5000MF cada externamente, sem qualquer informação impressa - retirei a 'embalagem' deles - ficando com aparência de metálicos, apenas. Mais visual vintage. Aproveitando a oportunidade, adicionei o porta fusível e a tomada de força na mesma tampa. Tudo muito ogro e sem frescura.

O painel traseiro traz as conexões para falantes e sinal. Para entrada de sinal, foram adotados par de RCA - meus favoritos - e para as saídas, bornes toscos com fixação por parafusos. Algumas frestas de ventilação e nada mais. Esses bornes de parafusos foram aproveitados de um temporizador padrão de painel elétrico, ou algo parecido, que também encontrei no lixo. E ainda falando nesse temporizador, consegui aproveitar quase toda a placa dele, incluindo um trafo 127V/220V x 20V+20V 100mA que é sempre muito útil para projetos pequenos.

E o grande e bizarro dissipador de calor externo? Esse cara foi retirado de um desktop Dell descartado. Possui uma base pura de cobre em contato com os transistores de saída, uma segunda base de alumínio para fixação e diversas aletas verticais que ajudam muito no contato com o ar. Mesmo julgando ser um dissipador parrudo, ele ferve a picos de 64ºC após alguns minutos de uso. Não utilizei um dissipador maior porque realmente não tenho. Porque esses amplificadores hi-end queimam corrente sem dó.

Fiquei muito contente com o resultado. Muito mesmo. Acho que mais pessoas deveriam se encorajar e colocar na bancada suas ideias e conceitos sem dar muita bola para o que dizem nesses fóruns de garotos mimados. Confie nos seus ouvidos e respeite os componentes.

E vamos lá, fotos!


Teste de temperatura máxima do dissipador...

... e o resultado!

Vista superior 

Detalhe do painel frontal

Cara de mau

Chave de liga/desliga, capacitores e LEDs

LEDs do 'PET' e power

Chaves do attenuator e LEDs peak level

Painel traseiro

LEDs 'PET' ao acionar o Pur'A (ainda não equilibrado)

Log do projeto


Pur'A - Amplificador de potência classe A
SCH/PCB
  __
_______ 100%      HARDWARE  __________ 100%      TESTE  __________ 100%

14/01/2017 - esquema elétrico definido, características casadas e iniciando separação dos componentes

19/01/2017 - iniciando montagem dos circuitos das potências; definido gabinete e dissipador externo afixado

20/01/2017 - montagem dos canais; reguladores de tensão da fonte e ponte montados; banco de capacitores da fonte em montagem; próximos passos serão teste da tensão regulada da fonte e teste individual dos canais previamente montados; chaves, indicadores e demais recursos em montagem e fixação; montagem do circuito de soft start das saídas; mais itens adicionados ao gabinete; banco de capacitores em montagem

* primeiros testes de audição e afinação do circuito surpreendentes, poucos ajustes foram feitos para obter um som claro, aberto, rascante e de muita presença

21/01/2017 - fixação do banco de capacitores; fixação dos terminais RCA de entrada; definições de leds indicadores; fixação de quase todos os componentes externos ao gabinete; em fase de acabamento do gabinete

22/01/2017 - fixação dos bornes de saída, chaves e potenciômetros; conexões internas, áudio e alimentação fixados e conectados; fonte regulada e testada; algum tempo perdido até encontrar os trafos em inversão de fase (são dois trafos internos) mas resolvido em tempo; projeto em fase de finalização, passa agora para inspeção final, teste geral e audição definitiva

23/01/2017 - definições de cores para LEDs indicadores; finalização do controle de equilíbrio com indicador visual, faltando apenas afixar no dissipador e conectar os pontos de monitoramento

24/01/2017 - primeiro fechamento do gabinete para conferir espaços, passagens de cabos e fixação do monitor de ponto de equilíbrio; fixação dos LEDs peak level e teste do attenuator

25/01/2017 - teste de aquecimento para calibração do ponto de equilíbrio monitorado; projeto em fase final

26/01/2017 - monitor de ponto de equilíbrio calibrado e finalizado; peak level testado e calibrado para as chaves do attenuator; como dissipador principal escolhido para as potências está aquecendo demais, será estudado implantação de cooler girando a 20% somente para reduzir alguns graus sem afetar o ponto de equilíbrio termal monitorado

27/01/2017 - verificado consumo excessivo de corrente não previsto inicialmente, transformadores trabalhando no limite - o que não é nada desejável; estudando a possibilidade de reduzir aquecimento e consumo utilizando fonte chaveada, caso não seja possível upgrade dos transformadores

28/01/2017 - teste com a fonte chaveada foi muito promissor, devido aos seus 3A de corrente bem definidos, o que dispensaria os dois trafos e também o regulador da fonte com sua retificação, reduzindo também o volume de componentes internos, mas ainda não é definitiva a alteração do projeto original da fonte

* projeto concluído!

** 30/01/2017

E para demonstrar o funcionamento dos LEDs do peak level, aquele videozinho de sempre.




Planejamento e execução de projetos DIY

Pensei que seria interessante contar meus critérios para desenvolvimento de um projeto DIY para aqueles que não conhecem o processo ou que pretendam iniciar no DIY. Talvez fique somente nessa postagem, talvez eu faça mais de um capítulo sobre o tema. A ideia é que essas informações cheguem àqueles iniciantes que não sabem por onde começar e também aos mais experientes, para que possam aprimorar seus processos. 

O projeto no papel é fundamental

Fonte: Internet
Não adianta levar tudo pra bancada e montar. Isso até pode funcionar quando você está com aquela ideia na cabeça e precisa testá-la rapidamente. Mas um projeto requer roteiros bem definidos a serem seguidos para que as variáveis de erro sejam minimizadas ao máximo. Comece pelo básico do básico e coloque no papel tudo aquilo o que você pretende implantar no seu projeto. Se você vai montar um amplificador de potência, anote todas as funcionalidades e itens que você deseja adicionar - peak level, proteção DC, delay output, conexões, etc. - e não se esqueça de nenhum acessório ou componente. Isso evita retrabalhos dolorosos mais tarde, como quando você não prevê o aquecimento da ponte de diodos e tem que abrir espaço para que ela seja afixada num dissipador, por exemplo. É crítico demais para ser corrigido mais tarde, depois de montar a placa e já estar quase finalizando o projeto. Você vai perder tempo repensando o projeto, você vai gastar dinheiro (e mais tempo) se tiver que refazer a placa. E pior ainda se precisar alterar o layout do gabinete. Por isso você deve colocar no papel todos os passos para seguir na bancada. Melhor 'perder tempo' colocando todo o projeto no papel do que depois amargar um projeto mal sucedido. 

Teste todas as etapas

Fonte: Internet
Cada etapa finalizada requer testes. Se você criou o esquema elétrico, por mais perfeito que pareça, mesmo tendo sido simulado no computador com sucesso, ele precisa ser montado fisicamente. Somente assim você saberá onde está aquecendo, se precisa alterar resistores, onde está ocorrendo corrente demais e se os componentes escolhidos estão de acordo com a sua aplicação. 

Ainda tomando um amplificador de potência como exemplo, cada transistor escolhido poderá lhe dar um timbre diferenciado, ou até mais ou menos potência final. Os capacitores eletrolíticos são vaidosos e se você não souber como aplicá-los, seu projeto já vai começar mal. Por isso teste seu esquema em bancada, afine o circuito e seja caprichoso com seu trabalho. 

Selecione os componentes e calcule sua margem de erro

Fonte: Internet
Este é um ponto crítico. Muita gente compra componentes em qualquer loja, de qualquer jeito, sem qualquer procedência. E fica pior ainda quando se trata de integrados e transistores de alto desempenho. Se você aplica uma tensão de 65Vcc - tensão comumente encontrada em amplificadores de potência e fontes simétricas avançadas - num transistor falsificado por algum tempo - equipamento em uso - ele não terá a mesma durabilidade e qualidade sonora de um original. E você também encontrará sérios problemas com aquecimento. Isso sem falar que os falsificados possuem um péssimo acabamento e uma resistência física pobre. Tenha cuidado ao comprar seus componentes e não acredite em valores baixos demais.

Calcular a sua margem de erro durante testes evita que você precise sair de casa novamente para comprar novos componentes - gastando um tempo precioso que deveria ser aplicado ao projeto. E se lembre de que todos os componentes que você utilizou durante os testes não serão utilizados no seu projeto. Isso mesmo. Protótipo é protótipo e, por mil razões diferentes, você utilizará componentes novos quando for montar seu projeto original. Por isso compre mais componentes para testes do que você compraria para o projeto final.

Seja cuidadoso com o layout da placa

Fonte: Arquivo DIY
Muitos erros acontecem porque a placa foi mal desenhada. Interferências, clock, ruídos e até um circuito que se recusa a funcionar. Por isso evite cruzar trilhas de energia com trilhas de sinal, mantenha o transformador de força afastado dos circuitos sensíveis, utilize seções vazias da placa para formar cercas GND e crie barreiras físicas, se for o caso. Calcule cada espaço antes de desenhar seu layout para evitar retrabalhos e gastos excessivos com o projeto. 

Se você for utilizar a montagem ponto a ponto - técnica de soldar os componentes entre si sem a utilização de uma placa - os cuidados deverão ser redobrados para evitar o contato de componentes que possam danificar o circuito. Montagens ponto a ponto - P2P - são práticas e eficazes mas requerem muita organização e cuidado por parte do montador. E não é a melhor forma de se montar um projeto mais complexo, não tenha dúvidas.

Crie um design limpo

Fonte: Internet
Quando for pensar no painel do seu gabinete, faça algo limpo e simples. LEDs em excesso com cores berrantes e alto brilho não são legais, coolers não são necessários para tudo e menos ainda bonitos. E por falar em coolers, prefira não utilizá-los por conta do seu ruído, da sujeira que ele acumula e pela manutenção futura que você será obrigado a fazer. Cooler não é legal, não é bonito e somente se utiliza em projetos onde realmente existe a necessidade da troca de calor auxiliar. Pequenos amplificadores de potência, fontes de média potência e coisas do tipo não necessitam de cooler. E se mesmo assim você julgar necessário - ou apenas quiser, seja lá por qual razão - utilizar um cooler, seja sensato ao escolher um modelo discreto, com fluxo de ar compatível com a aplicação e sem LEDs. E queira instalá-lo em uma região onde não será visto. E quanto aos LEDs do painel frontal, também tenha bom senso ao selecionar o tamanho, o formato e as cores. Menos é mais.

E por fim, dedique tempo ao seu projeto

Se você não dedicar tempo ao seu projeto, certamente uma de duas coisas acontecerão: a primeira - e mais comum - é que seu projeto não vai sair da bancada; a segunda, o projeto não funcionará como você esperava. Tempo é a ferramenta que você mais precisa. Estude seu projeto, se comprometa a iniciá-lo e a terminá-lo definindo seus prazos, conheça novas maneiras de fazer uma mesma coisa e faça tudo conforme você achar melhor, seguindo o bom senso de pesquisar e ser cuidadoso com as etapas. Somente assim os resultados serão positivos. Erros poderão ocorrer, claro. Por isso devemos trabalhar com margens de erro devidamente calculadas, componentes de qualidade e ferramentas adequadas para cada operação. 


Projeto Labrador - Mini Hi-End Mixer

Utilizando componentes discretos, acessíveis e fáceis de encontrar no mercado, o Mini Hi-End Mixer Labrador proporciona respostas de larga escala com toda qualidade que se é possível conseguir a partir de uma configuração prática e robusta

Para ilustrar melhor a finalidade deste projeto, retornemos alguns meses atrás na postagem onde falei sobre a configuração de um desktop que seria para produção musical. Bom, a máquina ficou um espetáculo mas como me mudei recentemente de uma casa (pequena) para um apartamento (menor ainda) optei por não trazer mais volumes e fiz uma troca com um amigo - aquele Jair, fornecedor de lixo eletrônico, lembra?! - numa câmera digital Fujifilm muito boa. Logo, a empreitada de montar o home studio foi naturalmente adiada e, somente agora, o fôlego começa a ser retomado. 

Mas voltando ao tópico e alguns anos no tempo para ilustrar melhor ainda a finalidade do projeto... 

Em meados de 2010, ainda morando em Itaguaí-RJ, comecei a gravar de forma grosseira e casual algumas músicas que já vinha compondo desde sempre. O resultado era razoável para quem pudesse saber como tudo aquilo estava sendo gravado. Daí entra o Léo na história - que na época era apenas um conhecido comum entre amigos - que ouviu aquele monte de hum, achou foda e quis saber mais. Nos encontramos duas ou três vezes na casa dele e enquanto eu prestava meus serviços técnicos em seu desktop - eu era técnico freelancer, depois técnico empresário; ele já gravava suas coisas também mas ainda não tinham dado a ele o mesmo valor que eu dei - a gente trocava ideias sobre música até que eu peguei o violão dele e toquei 'Fato Consumado'. Ele me pareceu espantado por isso e até hoje não sei o porquê. As semanas correram até que começamos a brincar lá em casa, voz e violão e baixo. Ele é o baixista mais criativo que já ouvi e para encurtar essa prosa que durou quase três anos entre dois discos gravados, muita história, equipamentos adquiridos em parceria, muitos DIY, uma banda formada e alguns shows importantes - como na minha despedida, que tocamos no Teatro Municipal da cidade; e alguns dias depois eu já estava morando aqui no Sul - isso sem falar nos fortes laços de amizade que criamos, eu - ou a música? - decidi que passava da hora de voltar a gravar. Depois que me mudei pro Sul compus algumas coisas muito interessantes mas não tive ainda meio$ para gravar. Criaram essa crise aí e tudo ficou mais difícil. Também tem o fato de que meus horários no trabalho novo são mais complicados para dedicar tempo para projetos paralelos. Depois de pesquisar o que seria mais barato e razoavelmente viável entre comprar uma mesa de som decente - em torno de R$ 450 - ou mandar vir pelos Correios uma mesa de som dos anos 90 que utilizamos bastante na banda - em torno de R$ 80 - optei por uma saída diferente: decidi criar a minha mesa de som. Opção louca que me encheu de ideias para conseguir um timbre que nenhuma mesa de R$ 450 me proporcionaria, e menos ainda a nossa mesa dos anos 90. Com essa premissa, nascia o Projeto Labrador.

Porque Labrador? 

Labradores são criaturas fantásticas: inteligentes, robustos, companheiros, naturalmente prestativos... basicamente por estas razões. E eu tenho um labrador caramelo de pouco mais de um ano chamado Cícero, para quem puder interessar. A ideia por trás do Projeto Labrador é fornecer o máximo de qualidade no áudio com recursos extras como saída para monitor, saída para fones de ouvido, três indicadores 'peak level', equalizador de três bandas no canal 1, canais 2 e 3 com equalização flat e um timbre exclusivo. Tentei encaixar no projeto o recurso de efeito externo (SEND/RETURN) mas o espaço interno e do painel foram fatores mais que determinantes para que eu desistisse da ideia. Simplesmente não haveria espaço para mais três potenciômetros e mais dois jacks P10. Em todo caso, saídas para fones e monitor são mais efetivas do que o efeito externo.

Características principais

  • Um canal dedicado com equalizador de três bandas, peak level e controle de ganho
  • Dois canais flat com ganho fixo
  • Saída dedicada para monitor com peak level
  • Saída dedicada para fones de ouvido
  • Saídas independentes com controles de nível L + R e peak level
  • Attenuator dedicado por canal com LEDs indicadores
  • Utiliza qualquer fonte (de qualidade) que forneça pelo menos 350mA e tensões entre 9V e 12V (efetivamente, funcionaria entre 5V e 15V mas por questões de dissipação interna e da corrente dos LEDs, foi fixado um limite mais razoável)
  • Baixíssimo nível de ruído, som presente e com profundidade
  • Gabinete sólido e completamente blindado
  • Conexões internas com cabos blindados e otimização total dos GND
  • Potenciômetros lin e log de qualidade
  • Esquema enxuto utilizando componentes baratos, discretos e eficientes
  • Consumo extremamente baixo (poderia ser utilizado com pilhas e baterias)
  • Tamanho reduzido tornando o projeto facilmente adaptável aos menores espaços

Fonte interna automática e eliminação de ruídos

Para minimizar os ruídos - irradiados ou não - algumas medidas preventivas foram adotadas. Em todas as tomadas +Vcc dos módulos pré-amplificadores e da própria entrada via jack P4 há desacoplamento com filtragem extra, nenhum cabo de energia se sobrepõe aos cabos de áudio e vice-versa; há total isolamento* entre os circuitos com barreiras físicas e lógicas, a fonte de energia é externa para reduzir quaisquer chances de ruídos; interconexão em massa de todos os pontos GND sem exceções, filtros contra cliques, chiados e ruídos em todos os jacks de entrada; filtragem coerente e utilização de circuitos clássicos de associação de resistores e capacitores para eliminar interferências e ruídos.

* fonte própria traz chave de isolamento de massas (terras, GND) entre a fonte e o mixer proporcionando total controle do acople e desacople quando em condições desfavoráveis de uso - essa fonte faz parte do esquema do projeto que não foi finalizado ao mesmo tempo que o mixer, mas nada impede que seja finalizada daqui algumas semanas...

O desenvolvimento do Projeto Labrador incluiu meios de reaproveitar fontes de sucata ou de aparelhos que são descartados rotineiramente como modem, roteador, switch e periféricos em geral. Todo o esquema funciona perfeitamente com tensões entre 9V e 12V com correntes mínimas de 350mA - tensões e correntes facilmente encontradas nessas fontes.

Ajustes e finalizações do projeto ocorreram em dois dias cansativos para conseguir um áudio final limpo, pesado, presente e maduro - algumas características dos melhores equipamentos já produzidos até hoje e que possuem mais de 30 anos de idade. A mesa de som dos anos 90 que falei anteriormente possui algumas dessas características e sem sombra de dúvidas pretendo restaurá-la um dia. Nem que seja somente restaurar por restaurar, terapeuticamente falando.

Attenuator

Três chaves com seus respectivos LEDs indicadores de ativação controlam a atenuação dos sinais nas entradas dos canais. Isso servirá, basicamente, quando se alterna a conexão entre fontes ativas e passivas, tornando a tomada de sinal coerente quando o controle de ganho não for suficientemente eficaz. Dessa forma, os sinais se manterão íntegros e sem deformações, o que é mais que desejável - e obviamente obrigatório - para produção musical.

Lixo eletrônico?

Sem dúvidas. Os mais atentos notarão que se trata de uma carcaça de CD-ROM. Para blindar a parte da frente do gabinete, que é naturalmente aberto para saída e entrada da bandeja, soldei uma tampa metálica que retirei da baia de um gabinete ATX. Fiz a mesma coisa na parte de trás, deixando espaço apenas para a conexão da fonte. A montagem é sólida, baseada em minúcias técnicas para eliminação de ruídos e para conferir boa resistência física. Com exceção dos potenciômetros, knobs e jacks P10, tudo é sucata - nova ou usada. O painel nem seria impresso, na verdade. Pretendia deixar 'no ferro' mesmo, para aparentar mais ainda com algo manual foi impresso e afixado mas não me convenceu, mesmo que tenha ficado bem legal. Logo, não hesitei em arrancar tudo e deixar 'no ferro', com cara de mau, focado em qualidade sonora e não em aparência. Assim como foi com o Vintage Pro II, o Projeto Labrador se destaca dos demais pelas características técnicas apuradas, foco na qualidade dos componentes e do projeto em si sem se preocupar tanto com a aparência física externa. Aqui entra a mesma pessoinha que me ajudou com este projeto e com este também: ela quem fez todo o painel do mixer de forma livre, conferindo todo um charme DIY pro aparelho. Então, sem mais delongas, algumas fotos do projeto.


Dia da furação do painel (com verba, ficaria
muito bom)

Painel montado (detalhe do canal 1 com eq)

Detalhe do attenuator (detalhe dos volumes do
monitor com peak e dos fones)

Painel traseiro com a chapa soldada, entrada para
fonte de alimentação e título do projeto

Conexão da fonte

Attenuator ativado nos três canais (LEDs indicadores)

Testes finais do projeto (sensacional!)

Como ficou a lateral? Assim.

Resultados excepcionais para custo baixíssimo

Log do projeto

02/11/2015 - Esquema elétrico definido
03/11/2015 - Iniciado planejamento do painel, características de timbre e auxiliares; em estudo indicadores visuais, suporte para monitor, fones de ouvido, efeito externo e balanceamento
15/11/2015 - Características definidas, aquisição de componentes críticos que estavam em falta e marcação do gabinete para furação e início da montagem
15/11/2015 - Gabinete furado e todas as funções foram definidas; silk do painel sendo gerado e montagem dos circuitos será iniciada
17/11/2015 - Esquema elétrico atualizado; fonte com design robusto e confiável com filtros AC/DC concluída; será iniciada a regulagem e distribuição das tensões para os circuitos dos pré-amplificadores
20/11/2015 - Iniciada a montagem dos pré-amplificadores, seleção dos LEDs indicadores, disposição dos componentes internamente e criação da arte do painel; ainda não definido o aspecto final do gabinete, mas provavelmente terá uma cara vintage =]
21/11/2015 - Boa parte do dia dedicada ao projeto rendeu toda a parte de pré-amplificação, equalizador, botões e indicadores LED; próximas etapas é conferir tudo, ligar os pontos +Vcc e fazer as primeiras audições e testes finais
22/11/2015 - Primeiros testes efetuados com rendimento muito próximo ao esperado; alguns ajustes já foram feitos para obter o melhor sinal possível (testes com violão elétrico e microfones) com a maior qualidade que conseguir tirar do circuito; painel afixado, LEDs definidos e já montados; falta finalizar a alimentação, fixar o botão POWER e ajustar alguns detalhes do painel para concluir o projeto
25/11/2015 - Finalização do projeto com fechamento do gabinete, medições finais de ruído aparente/cortes/consumo e outras coisas importantes para mim; esquema elétrico atualizado para arquivo pessoal;
26/11/2015 - Projeto Labrador publicado!

F5812ADJ - Fonte tripla para bancada com saída dedicada ajustável

Indispensável em qualquer bancada e com múltiplas utilidades, uma boa fonte necessita de estabilidade, blindagem, ótima filtragem, proteções AC/DC e corrente útil para acionar equipamentos ou para testes em protótipos de projetos DIY. Com este propósito e com um projeto enxuto, foi desenvolvida a F5812ADJ

Partindo do princípio que uma fonte de bancada não tem mistério, não hesitei em iniciar o projeto com o clássico: filtro AC, fusível, transformador, diodos, capacitores. A grande sacada fica por conta da saída tripla 5V, 8V e 12V, sendo esta última ajustável até 20V. Com capacidade para fornecer 1A de corrente simultaneamente nas três fontes, a F5812ADJ também conta com proteção exclusiva 'Passive Charge', que só libera a tensão da fonte para os controladores cerca de dois segundos após o acionamento da fonte. Dessa forma, ao acionar a fonte, os capacitores principais se carregam rapidamente sem qualquer carga, o que promove maior eficiência na filtragem e protege o setor primário (diodos e capacitores principais) e o secundário (controladores) aumentando a vida útil de todo o sistema e minimizando ao máximo qualquer possível ruído. Todas as saídas possuem proteção contra curto, corrente reversa, sobrecarga e podem ser facilmente desarmadas em caso de aquecimento excessivo. Componentes como diodos, fiação e trilhas da placa, bornes, tensão de trabalho de capacitores, dissipação de resistores e até o dissipador de calor dos controladores foram superdimensionados para aumentar a vida útil da fonte. Isso é respeitar os limites do bom senso, contrário ao que fazem por aí.

Os voltímetros digitais são comerciais e foram adquiridos pelo Banggood. Demoraram para chegar, mas valeu a espera. São ligeiramente precisos e possuem consumo extremamente baixo, podem ser alimentados com tensões entre 4,5V e 30V e medem tensões até 99VDC.

Sistema Passive Charge

Ao acionar a fonte pela chave ON/OFF (painel traseiro) nenhum dos voltímetros é acionado, tampouco há tensão nos controladores e nos bornes de saída; o LED amarelo se ilumina. Cerca de dois segundos depois, o LED amarelo se apaga, os controladores recebem a tensão da fonte, os voltímetros indicam as tensões na saída e o LED verde se ilumina. A fonte se encontra funcional neste momento.

Ao desligar a fonte pela chave ON/OFF, a tensão geral começa a diminuir até certo ponto - sem zerar - onde a proteção 'Passive Charge' atua novamente cortando a tensão presente nos controladores, mantendo-a nos capacitores principais que se descarregam muito lentamente. Mesmo com essa descarga lenta, sempre existirá uma tensão residual nos capacitores principais para auxiliar a fonte num próximo acionamento. Assim, os capacitores principais não serão carregados 'do zero' novamente - a carga será retomada a partir da tensão residual, aumentando a vida útil do setor primário e acelerando a liberação da proteção 'Passive Charge'. 

Mais uma vez o lixo eletrônico ganhando vida nova: a carcaça é de um estabilizador, o transformador de 15V+15V x3A saiu de um no-break antigo; capacitores, diodos, controladores e todos os componentes foram reaproveitados de placas da sucata. Apenas os voltímetros foram comprados - há algum tempo, e bem baratinhos. 



Painel frontal com a fonte ligada
(bornes da esquerda +V e bornes da direita GND)

Detalhe da ventilação (dissipadores estrategicamente montados)

Com carga

Fonte sendo ligada (LED amarelo = 'Passive Charge')

Painel traseiro com a chave ON/OFF

* O voltímetro dos 8V mostra sempre 0,1V a mais do que deveria. Dado o preço e a distância para reclamar garantia, decidi deixar por isso mesmo.

** 22/09/2014 - O voltímetro dos 8V que apresentava 0,1V a mais passa a exibir a tensão correta após alguns minutos. Os outros dois voltímetros funcionam corretamente, somente este apresenta esse problema. Como disse anteriormente, pelo valor do produto e pelo tempo que levaria a troca por um novo, decidi não reclamar garantia. E levando em conta que todos os projetos DIY são protótipos de uso, se algum dia eu for produzir a F5812ADJ por alguma razão, o farei com todo cuidado e selecionarei os componentes corretamente.

Decidi melhorar a aparência gerando o silk para o painel. Atualizo a postagem assim que for aplicado.


Detalhe do voltímetro dos 8V


** 27/09/2014 - Silk finalizado e afixado no painel da fonte. Como a ideia é não gastar - ou gastar o mínimo possível - com os projetos, tudo foi feito em casa mesmo. Como eu disse anteriormente nesta postagem, se por ventura eu for produzir essa fonte algum dia, o farei da forma mais digna possível. Porque o protótipo é perfeito.


Silk aplicado (meia boca, mas custo zero)


Quanto ao sistema Passive Charge - que só libera a tensão da fonte para os controladores cerca de dois segundos após o acionamento da fonte - criei um vídeo demonstrativo.


dRUNkBOX - Preciso dizer mais?!

Mais do que uma central multimídia e uma fonte de diversão, a dRUNkBOX se tornou parte imutável da nossa sala. Bonita, prática, robusta, com dimensões reduzidas e produzida com o que seria lixo eletrônico

Montei minha primeira jukebox há alguns anos. Ela ainda existe e está com o Alex - salve! Quando morava no Rio, via as máquinas nos bares e pensava se eu seria capaz de montar uma. Sim, eu sou!

Na época, não prezei pelo tamanho e aproveitei todas as peças da sucata. O resultado foi um móvel com tudo embutido, neón frontal, tela 17" CRT e amplificador interno. A configuração era 4GB RAM, HD 160GB, placa mãe MSI com placa de som 7.1 e o bom e velho Windows XP Professional SP3. Nos amplificadores (estéreo) utilizei os TDA2030 com fonte simétrica e, então, bastava ligar a jukebox na rede elétrica e plugar as caixas de som. O resultado final do visual não foi muito bom, mas como se tratava de um protótipo para fins etílicos, utilizamos em alguns encontros entre amigos.

Muito tempo depois, decidi montar uma nova jukebox utilizando componentes mais nobres com tamanho reduzido e sem amplificador interno. Optei por utilizar um monitor LCD dessa vez. A parte interna é compactada na placa de um netbook Asus Eee PC 1201T com 2GB de RAM e HD de 80GB. Roda Windows XP Professional SP3 e o software escolhido foi o SK Jukebox 4.01 que é gratuito e muito bom. A máquina tem, basicamente, sistema operacional com codecs de áudio e vídeo e o software SK Jukebox. A base da montagem é uma tampa de acrílico revestida internamente que, originalmente, era de um antigo toca discos. Os formatos - que eu padronizei - são o .mp3 para os arquivos de áudio e .avi para os arquivos de vídeo. A drunkBOX é fixada na parede da sala e a administração dos arquivos é feita de forma remota via rede, bem como a transferência de novos discos ou DVD's. A navegação pelos discos é facilitada pela capacidade da SK Jukebox de mapear as teclas do teclado numérico, dentre outras funções incríveis, e também da possibilidade de personalização de fontes, cores, etc.

Como não possui amplificador interno, ela foi conectada ao Home Theater por meio do M1, que é um switch digital de áudio que eu desenvolvi há pouco tempo e que já foi publicado aqui no blog. A capacidade de armazenamento fica por conta da sua playlist. Atualmente, temos quase 50GB de dados, o que inclui vários discos e alguns shows em DVD também.

A única coisa que comprei para este projeto foi o teclado numérico. O resto, seria lixo eletrônico.



Reprodução de músicas

Conector AC, botão (feio) ON/OFF e P2 (Line Out)

Tela de boot do Windows XP alterado
A frase abaixo era repetida por minha avó, que bebia comigo
e sempre dizia 'bebo sim e vou vivendo. Tem gente que
não bebe e está morrendo.'

Reprodução de vídeos

** 06/01/2015

Após alguns meses de uso, o HD original (80GB) foi substituído por questões de capacidade (320GB) e também pelo SMART ter sido danificado. Logo, decidi substituir de imediato antes que a coisa ficasse feia. A jukebox segue funcionando perfeitamente e agora possui cerca de 80GB de dados, entre discos e shows completos em vídeo.

Legislação

Se você pretende montar uma jukebox, fique atento quanto aos limites de uso sob pena de processos e encrencas maiores. Como a nossa legislação digital ainda é precária, opte por reproduzir suas músicas somente em casa, como lhe é de direito ao comprar os CD's e DVD's. Instalar equipamento para uso comercial requer licença e autorização, com recolhimento dos devidos impostos e sujeito a fiscalização constante. Cumpra o seu dever e não infrinja os direitos dos outros.

Claro que, com uma lei tão confusa e falha, há quem defenda a premissa de que se você comprou o CD ou o DVD, você deverá reproduzi-los somente no formato em que lhe foi fornecido, ou seja, não pode transformar a mídia física em arquivos digitais para quaisquer fins. Reza a lei que alterar o formato de reprodução infringe o direito que lhe foi concedido ao pagar pela obra, mas se eu e você pagamos pela obra e estamos apenas reproduzindo aquilo o que nos é de interesse na forma da lei que é apresentado de uso pessoal e individual, não estamos utilizando formas de reprodução pública ou radiodifusão ou qualquer outro meio de distribuição, que mal haveria? Obviamente que se trata de um assunto extenso e complexo onde cada um defende o seu ponto de vi$ta, e não cabe a mim ou a você discutir isso.

Sistema Operacional

Você também deve observar a questão legal sobre o sistema operacional. Nesse modelo utilizei o Microsoft Windows XP Professional SP3 x86 devidamente licenciado e atualizado até o ponto final, onde a Microsoft encerrou o seu suporte. Claro, pretendo atualizar para o Windows 7 um dia, ou até conseguir um software para Linux - que seria perfeito - mas por enquanto, fica o bom e velho XP. E se tratando de uma máquina não possui acesso à Internet, ou seja, o SO roda puramente para manter a jukebox ativa, não vejo problema algum em mantê-lo funcionando por tempo indeterminado. Até porque o SK Jukebox é um software abandonado há anos, e não irá requerer maiores funcionalidades e suporte que o XP pode oferecer sem maiores esforços.

** 24/04/2015

Não mencionei na época, mas o acrílico é revestido internamente pelo encarte de um disco do Pink Floyd - Animals.

Algumas alterações visuais na jukebox e um vídeo demonstrativo bem simples para destacar um dos melhores projetos DIY Powered até aqui.





** 25/04/2015

Há algum tempo o monitor vinha apresentando linhas e algumas falhas nas cores. A coisa só piorou e passou a distorcer a imagem em alguns casos. Decidi tirar a jukebox da parede para limpar (estava bem suja de poeira) e aproveitei a empreitada para verificar esse problema. 

Depois de testar vários capacitores da placa principal e refazer algumas soldas sem sucesso, decidi verificar a placa do LCD. O problema era causado por uma solda fria num aparente regulador de tensão. Problema resolvido e até cores, brilho e contraste ficaram mais intensos.

** 03/01/2016 

Após meses de diversão e horas de música, após desligar na noite anterior, pela manhã a jukebox não tinha som. Fui verificar e a placa de som havia 'desaparecido'. Não ficou como dispositivo desconhecido nem nada, simplesmente sumiu. Como não quis investigar e perder o dia em cima disso, aproveitei a oportunidade para fazer um upgrade: instalei a placa de um Acer Aspire 5516 - AMD Athlon TF-20 1.60GHz - que estava guardado faz tempo. Ficou com 1GB de RAM, módulo original dessa máquina. Placa bem maior que a anterior, mas deu tudo certo e já ao final da tarde a jukebox estava operante.

A placa do Acer possui chipset AMD ATI, placa de vídeo e áudio melhores que a placa do Asus. Ainda não tenho destino pro Asus, e ainda falta testar melhor para saber o que houve com a placa de som. Em todo caso, ideias não faltam para implantar com essa placa.

** 10/01/2015

Testei o conjunto anterior (ASUS) em ambiente Linux e realmente, está sem som. O SO instala o driver, há todo suporte de controle de áudio mas não há qualquer som na saída. Como não há qualquer razão para que o conector de áudio tenha sido danificado, resolvi abandonar a placa de áudio - o resto funciona normalmente. Ironicamente, há algum tempo, descartei uma placa auxiliar desse mesmo modelo... Esse netbook possui a placa de som e duas portas USB destacadas da placa mãe, e sei lá porquê, achei que não teria problemas com esse conjunto e descartei a placa auxiliar... Ônus à parte, a jukebox segue funcional. É o que importa, no final.

** 07/02/2016 

Depois de penar sem o libmad/libavcodec - que definitivamente não funcionaram nessa versão do driver Realtek da placa do Acer - decidi montar meu limiter & clear. Agora tudo ficou mais legal ainda e o áudio, cada vez mais limpo. Conheça o H2PV1 Home2Pro Limiter & Clear

** 01/04/2016

Quase um ano após a primeira intervenção no monitor, há algumas semanas comecei a notar as malditas linhas novamente com um diferencial: a tela se apagando e criando imagens abstratas como quando o LCD dá pau. Enquanto degustava as duas últimas Stellas da noite anterior, desmontei a jukebox para rever o monitor.

Encontrei um capacitor danificado e refiz algumas soldas por garantia. Tudo funcionando novamente como novo!

** 14/04/2016

Pois é. O monitor decidiu se entregar e o defeito voltou pior ainda. Como ele já tem idade e cumpriu muito bem seu papel, entendi que era hora de trocar por um novo bom usado. E lá vamos nós de novo com as permutas - valeu, Cristian! - que nos enobrecem. Esse aí me custou uma placa mãe ECS com 2GB de RAM e um bom e velho Intel Core 2 Duo instalado.


Nova cara da jukebox
 ** 29/03/2017

Tela de boot alterada com novo logo diyPowered. No mais, segue funcional e perfeita! Consegui uma sucata de DELL bem novo, já com DDR3 e aquela placa de som ótima que só os DELL e os HP possuem, mas ainda nem cheguei a testar. Se tudo estiver ok, pretendo fazer mais um upgrade na jukebox para melhorar a qualidade e também poder aplicar alguns recursos como o EqualizerAPO, que conheci há alguns meses e tenho utilizado no meu desktop.



** 19/07/2017

O software SK Jukebox foi liberado para download no diyPowered Drive com o upgrade para 4.1 e os fixes. Testado em Windows 7, funciona perfeitamente.

Compartilhe com alguém!