Vintage Audio Limiter: um clássico limitador de sinal usando LDR (opto limiter, lightspeed)

Tudo começou há alguns anos com a primeira versão do circuito que aplicado no projeto Projeto Labrador - H2PV1 Home2Pro Limiter & Clear, em fevereiro de 2016. De lá pra cá, acabei me esquecendo desse projeto e eu achava até mesmo que sequer tinha anotado esse esquema elétrico na época. Com a produção do Minimalista receiver em novembro de 2024, senti a necessidade de revisitar aquele projeto simples e eficiente que há anos me atendeu muito bem porque as entradas desse receiver não possuem compensações, ou seja, não são canais dedicados para tape, aux, phono etc. e possuem o mesmo nível de entrada. 

Pensando nisso, procurei muito pelos arquivos de projetos que mantenho como registro e por sorte, encontrei o esquema elétrico original do limiter de 2016, bastante simples e de fácil construção. Como seria de se imaginar, lá fui eu incrementar o projeto para tirar o máximo de qualidade e amostragem possíveis. Num primeiro momento, pensei em montar o circuito em um novo projeto, com características próprias e um gabinete individual - como era o projeto original - mas pensando de forma prática, por que não integrá-lo ao Minimalista Receiver e aproveitar toda a infraestrutura que ele já possui?! Sim, fonte, impedâncias, gabinete blindado etc. são muitas vantagens e além disso, a necessidade surgiu justamente por conta dessa aplicação - o receiver. 

Podemos dizer até que o Minimalista Receiver é uma integração muito melhorada do Home2Pro com o M1 Switch box

Funcionamento do limiter


Vou aproveitar um trecho do texto do projeto original do limiter para ilustrar o conceito básico de funcionamento:

Quanto ao ajuste automático, optei por montar uma cápsula limiter com um LED 3mm vermelho de alto brilho apontado para um LDR precisamente selecionado a uma distância cravada de 3mm num ambiente interno totalmente isolado e escuro. A configuração foi crucial e perfeitamente encontrada após horas de testes massacrantes. Parece simples - e é - mas no controle dessa interface é que mora o segredo do projeto. Porque se você acha que basta o LED piscar para cair a resistência no LDR, você está enganado. O controle - depois de ser calibrado internamente, claro - analisa a resistência atual do LDR, cruza essa informação com o sinal de entrada e envia para o LED a informação precisa de 'quanta luz' deve emitir e quanto tempo deve se manter iluminado para cada pico de sinal. Seguindo o mesmo princípio, o controle envia para o LED a informação para se apagar rapidamente quando a resistência lida no LDR é proporcionalmente inferior ao necessário para manter a saída constante, o que faria com que o sinal 'caísse' tornando o sinal de entrada menor do que o pico atual. Mais uma vez o circuito de controle atua de forma precisa e rápida sem perder as características originais do sinal. Claro que toda essa função é processada num período de tempo extremamente curto para que consiga acompanhar cada linha de sinal que chega ao circuito. Enquanto você lia essa informação, o circuito já operou a função milhares de vezes.

Com a nova versão, alguns pontos foram aprimorados, como a própria cápsula que aponta o LED para o LDR, além da calibração de resistência mínima que foi adicionada para que o pico de atenuação dos LDRs seja exatamente igual em ambos canais, facilmente ajustável pelos trimpots multivoltas. Há dois controles no painel frontal, um para ajustar o range (CUT) e outro o tempo de atenuação (TIME) ajustando o sinal como se fosse um attack/release mais aveludado. Também existem dois LEDs ACT nos circuitos que servem como um visual da quantidade de sinal que está sendo atenuado em tempo real. Adicionalmente, foi acrescentado um botão de pressão ON/BYPASS que permite desativar o limiter a qualquer tempo, com dois LEDs indicadores de status - azul para ON e vermelho para BYPASS. O casamento entre o limiter e o receiver resultou numa solução clássica para audição de diferentes fontes de sinal mantendo o volume master num nível mais adequado para todas as aplicações.

Calibração das cápsulas


É necessário ajustar a resistência mínima de atenuação dos LDRs de forma individual pelos trimpots TR1 e TR2, que são multivoltas e permitem um ajuste fino.

  • Alimentar o LED da cápsula entre 2.5V e 3V
  • Medir a resistência do LDR entre os pontos LIMITER IN R e GROUND 
  • Ajustar TR2 até obter 2 k na leitura do multímetro
  • Aguardar estabilizar e garantir que TR2 esteja no ponto

Repetir a operação para o outro canal e finalizar a montagem do circuito.

Pequeno manual de boas práticas


Vou comentar alguns pontos do circuito para ajudar na interpretação do projeto atual e as modificações possíveis que você poderá fazer para customizar seu projeto.

  • Chave GROUND/LIFT e seu LED são opcionais, assim como os LEDs 'preview' do limiter e os peak level do pré-amplificador
  • Reguladores 78XX não precisam de dissipador de calor, mas dependendo do transformador utilizado, recomendo aplicar pelo menos no 7805 (ou fixar os reguladores num ponto metálico do gabinete para evitar aquecimentos desnecessários)
  • Conectores que utilizei são RCA e recomendo que faça as conexões com GROUND o mais perfeccionistas possível para evitar ruídos
  • Pode alterar o ganho do TL082 como preferir, mas não há necessidade se for aplicar entradas comuns (rádios, tapes etc.)
  • O mesmo circuito do limiter pode ser adaptado para pedais de guitarra (sim, já fiz algo assim e fica excelente) ou para utilização em mesas de som pelo SEND/RETURN para voz e instrumentos que precisam ser limitados (também já fiz e o resultado surpreende)
  • A distância ideal entre o LED e o LDR na cápsula é de 1 cm (precisa ser totalmente escura e isolada com LED e LDR perfeitamente alinhados frente a frente)
  • Limpe a face do LDR e do LED antes de fechar a cápsula para remover sujeiras e garantir a melhor absorção/emissão de luz possível
  • O circuito de referência do limiter (etapa com BC546 na folha 'PREAMP + LIMITER REFERENCE + PEAK LEVEL') já está calibrado dentro daqueles valores e equivalentes do transistor podem ser aplicados sem problemas
  • Faça casamento dos LDRs: mesmo que o circuito possua a calibração inicial, selecione aqueles que mais se aproximam entre si no valor de resistência quando iluminados pelo LED (dica de calibração descrita anteriormente)
  • Realize a montagem da forma mais cuidadosa possível e prefira gabinetes metálicos para aproveitar a blindagem natural do material (aterrar de forma eficiente a carcaça)
  • Com a exceção do LED das cápsulas, todos os demais LEDs indicadores podem ser substituídos por outros com a devida compensação dos seus resistores limitadores
  • Aterrar ao GROUND todas as partes metálicas (como potenciômetros) e usar cabeamento blindado se for montar ponto a ponto



Baixe aqui o arquivo PDF com o esquema elétrico do Vintage Audio Limiter.

Fonte ATX 'gamer' One Power 500W MP500W3-I (preto e verde)

Session.

O que é usar uma fonte low cost pra quem já tem uma placa mãe low cost?! Com essa abertura, dou início a mais uma session no boteco.

Depois de pensar se valia a pena comprar uma 'fonte de renome' pro PC véio de guerra, concluí que não. Você não compraria rodas de Ferrari pra colocar num Fusca, você deve ter alguma consideração pelo valor do seu dinheiro. Por isso, pensei: já tenho uma placa mãe duvidosa mesmo, que venha a fonte duvidosa também. Isso porque tive um novo problema com a fonte antiga que havia consertado há alguns meses, e como ela foi bastante usada, optei por substituí-la. Passei uma manhã garimpando no Mercado Livre em busca de uma opção que fosse entregue no mesmo dia e que não custasse mais de R$ 180. 

Fonte One Power 500W MP500W3-I


Acredite se quiser, a fonte anterior era do mesmo fabricante e trabalhou sem reclamar por mais de 3 anos com i7 2600, 12GB DDR3, 1 SSD 120GB, placa de vídeo PowerColor R7 260X 2GB GDDR5 (e depois a Nvidia TGT GeForce 600 Series GT 610 TGT-GT610-2GB 2GB) e dois HDs de 1TB. Às vezes ficava ligada por dias. Fiquei usando por algum tempo uma fonte simples de 220W que também passou por reparo, mas trabalhava no limite aquecendo demais e causando interferências no vídeo - riscos e tremulações. Ou seja, eu precisava de uma fonte nova com potência de sobra. Como já conheço a estrutura dessas fontes chinesas, no final é um 'tanto faz', porque (praticamente) todas usam o mesmo projeto, com poucas e raras diferenças. 

A fonte é silenciosa, tem um bom acabamento, os cabos são longos e possuem boas derivações. Posso dizer que essa é uma versão superior àquela que eu tinha antes, no quesito de acabamento e cabos. Não abri a fonte ainda pra comparar os circuitos porque está em garantia! No mais, se você não tem uma máquina 'cara' e precisa de uma fonte que trabalhe com folga, eu recomendaria não somente a One Power, mas também outras marcas como a Fortrek, Aerocool, MTek, Knup... no fim das contas, como eu falei, é um tanto faz. Agora, se você tem uma máquina de verdade, por favor: compre uma fonte de verdade!

O link que comprei é este e custou R$ 169 em 23/01/2025 com frete grátis e entrega no mesmo dia.







Projeto Jukebox AP - uma jukebox perfeita para apartamento!

Depois de muitos anos com a CUBE, vimos uma necessidade de reinventá-la: aproveitar a estrutura atual, aprimorar a audição e transformar o gabinete móvel em um painel para ser fixado na parede, como era a sua irmã antiga. Desmontei todo o móvel da CUBE e fiz alguns recortes nas peças para que ela ficasse o mais compacta possível, melhorando a acústica e aprimorando o amplificador original para termos (ainda) mais qualidade.

O que mudou?


Além da estética renovada, troquei a tela (que estava com pouco brilho e com algumas manchas de tempo de uso) e refiz o amplificador de potência para que os dois TDA2030A trabalhassem em ponte - o famoso bridge/BTL - aumentando muito a potência final e trazendo mais qualidade no timbre dos alto-falantes, que 'entregavam menos' do que deveriam por conta da baixa potência individual dos circuitos. Também adicionei um controle de loudness antes do volume, trazendo mais qualidade aos graves e agudos e tornando a audição ainda mais agradável - circuito muito bacana que encontrei no site RF Cafe, disponível em https://www.rfcafe.com/references/electronics-world/loudness-control-electronics-world-december-1963.htm. Claro, alterei um pouco os valores para que o timbre soasse como eu gosto e o resultado surpreendeu!

Ainda faltam alguns detalhes estéticos - como uma tampa traseira de proteção para os componentes, uma plaquinha artesanal com a data e nome do projeto que será fixada na tela dos alto-falantes, o suporte traseiro para fixação na parede etc. - mas praticamente tudo o que estava nos planos foi concluído até agora.

Aproveita e segue o diyPowered no Instagram pra gente conversar mais sobre os projetos! Costumo postar alguns conteúdos exclusivos por lá. Ah, o software é o SK Jukebox e está disponível para download aqui no site se você quiser experimentar.

Baixe aqui o arquivo PDF com o esquema elétrico da fonte de alimentação, do amplificador e do circuito loudness. Se tiver alguma dúvida, comenta aqui na postagem que respondo bem rapidinho : )












Compartilhe com alguém!