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Como instalar um alerta sonoro de farol aceso no carro? Esquema fácil e elegante!

Se ainda não aconteceu com você, provavelmente ainda vai: esquecer o farol/luz de posição acesa e deixar o carro por horas na rua. Essa é a segunda vez que me aconteceu, na verdade, e ainda não consigo entender o porquê de os projetos nas montadoras ainda não seguirem um padrão de corte geral no carro quando a chave é removida. Mas enfim. Vamos ao que interessa, então.

Aplicação prática

Esse esquema elétrico deve ser compatível com pelo menos 90% dos veículos, chutando alto. É simples, pequeno e não onera em nada a carga da bateria. E o mais importante:

Antes de qualquer coisa, tenha muito cuidado ao realizar qualquer tipo de reparo, instalação, alteração ou quaisquer tipos de intervenções em equipamentos elétricos, mecânicos ou eletrônicos. Primeiramente, pela sua segurança. Não me responsabilizo por quaisquer prejuízos sofridos por você e/ou por terceiros. Faça por sua própria conta e risco.

O princípio de funcionamento é bem básico

Possui zero consumo de stand by: o circuito só estará energizado se você ligar o farol ou a luz de posição;
É seguro: está protegido pela mesma linha de fusível da chave de faróis;
Circuito inteligente: possui conexão ao ACC para saber se a chave está ou não na ignição.

Com a chave de ignição fora, se você ligar o farol, o alarme vai soar de forma ininterrupta até (1) você desligar a chave do farol ou (2) até você colocar a chave na ignição e girar no primeiro estágio (na maioria dos carros, senão, no segundo). Se você tirar a chave da ignição e mantiver o farol aceso, o ACC da ignição será cortado e o alarme vai soar novamente. Simples, né? Mais simples ainda é esse circuito, olha só.
 
Clica em cima que amplia
 
Essa é uma versão beta, vamos dizer. Montei hoje, mais ou menos na correria pra testar a teoria e deu tão certo que já até fiz o esquema elétrico pra postar. Vou instalar em breve no carro, mais adiante vou gravar um vídeo demo pra mostrar o funcionamento e o som que ficou bem bacana e de certa forma, exclusivo pra esse sistema. Se você for mais esperto na eletrônica, vai notar que o princípio do circuito é quase o mesmo do LED sinalizador de painel residencial ou automotivo, um circuito muito bacana e simples que pode ser implantado em vários projetos.

Basicamente, é isso. Não tem muito o que dizer sobre o projeto, é o que é. Lembrando que:

- Resistores podem ser dos menos potentes, até em SMD dá pra montar esse circuito
- Capacitores devem ser de pelo menos 16V, sendo que o ideal é 25V (de boa qualidade, obviamente)
- O BC337 que tem na base escrito NC é não conectado, pode até arrancar esse pino de base se quiser
- O capacitor de 47uF em paralelo com o buzzer pode ser alterado ou até omitido, e isso afeta drasticamente a forma como se ouve o alerta (sem ele parece um grilo e nesse valor fica bem bacana) enquanto que alterações de valor no capacitor de 470uF afetam o tempo de ação do tom
- É possível alterar tanto o resistor de 4,7k quanto o capacitor de 470uF, bem como o de 47uF para encontrar tom, tempo e características que agradem mais a você (isso é uma das partes bacanas do projeto: a coisa pode se tornar exclusiva para o seu carro)
- O buzzer deve ser de 12V e possuir oscilador interno (a frequência dele varia de lote para lote, por isso você deve experimentar o valor do capacitor em paralelo com ele para modular o tom a seu gosto)
- O optoacoplador admite equivalentes e o circuito deve funcionar com praticamente qualquer modelo desde que respeitados os pinos
- O circuito foi desenvolvido utilizando uma tensão nominal de 12,6V (que é a tensão apresentada numa bateria saudável com o carro desligado) e o tempo de ação do tom depende da tensão aplicada
- Quanto maior a tensão aplicada na entrada, menor o intervalo entre os tons
- Se você utilizar um buzzer de 5Vcc - é seguro porque o resistor de entrada limita a corrente - o tom será mais alto (optei pelo de 12Vcc para não ficar tão alto)
 
Aplicação em veículos com diferentes tensões de trabalho
 
Embora tenha sido desenvolvido para trabalhar em 12Vcc, é possível aplicar o circuito em diferentes tipos de veículos. Para tensões maiores que 12Vcc, como baterias de 24Vcc ou associações, aumente proporcionalmente os valores dos seguintes componentes:
 
- Resistor de 4,7k (por exemplo, para 24Vcc utilizar 9,2k ou 10k para ficar mais fácil)
- Resistor de 22R (por exemplo, para 24Vcc utilizar 47R)
- Resistores de 10k (por exemplo, para 24Vcc utilizar 22k)
- Resistor de 1R (por exemplo, para 24Vcc utilizar 2,2R até 4,7R)
- Tensão de trabalho dos capacitores deve ser pelo menos 50V
- Buzzer deve ser compatível com a tensão de trabalho (por exemplo, para 24Vcc utilizar buzzer para 24Vcc - ou de 12Vcc se quiser um tom mais alto)
 
Quanto ao gabinete que você for usar, recomendo a selagem do circuito com o componente de sua preferência - epoxi é uma excelente opção - para evitar umidade e danos pela vibração natural do ambiente. Pode ser montado P2P (ponto a ponto, sem placa) numa configuração compacta, com placa padrão ou ainda em placa com um layout totalmente SMD, tornando o projeto o menor possível. Não tem erro. Boa sorte!

** no começo do vídeo falo 'FIO VERMELHO: GND, MASSA, NEGATIVO' mas o correto é 'FIO PRETO: GND, MASSA, NEGATIVO'.




** 12/06/2021

Observações sobre a montagem final:

Utilizar outros transistores NPN diferentes do BC337 altera o funcionamento do circuito. O ganho é algo importante para que tudo funcione corretamente. O NPN responsável pela ação do ACC pode ser qualquer um de mesmas características, mas aconselho manter o BC337 na seção do atuador. Meça os componentes antes de montar, se certifique de que os valores estão corretos, principalmente os capacitores.


** 20/10/2023

Uma observação para tornar a montagem mais elegante ainda é alterar o resistor de 4,7k para 1k, o de 22R para 10R e depois do diodo 1N4007 que traz os 12V da chave do farol, adicionar um regulador 7805 ou 7808 para regular a tensão. Isso ocorre porque a frequência do toque é alterada de acordo com a tensão aplicada na entrada - a tensão da bateria pode variar - e regulando-se essa tensão 'referência', o toque será modulado perfeitamente, permitindo customizações mais agradáveis.

Novo projeto - carregador de bateria veicular inteligente para motos e carros

Há pouco saí de um projeto bastante complexo e demorado - sem falar neste e neste aqui que nem estavam previstos - e já estou aqui caçando sarna pra me coçar de novo. A coisa agora é montar meu tão esperado carregador de baterias inteligente. Faz muito tempo que quero montar esse projeto mas não tinha conseguido um gabinete bacana pra montar, e quando conseguia algum ele não comportava o hardware bruto que esse projeto tem. Como aquele projeto 'Central de alarme de incêndio Engesul Intelbras Slim - como transformar em central de alarme residencial?!' entrou para a carência dos seis meses - '(...) reza a lenda interna que se um projeto permanece estagnado por seis meses ele é encerrado' - faltando menos de um mês para seu descarte acendeu aquele LED aqui na cabeça que me fez testar a resistência e o espaço útil desse gabinete para ver se comportaria o projeto do carregador. E como lhe parece óbvio, caro leitor, já que estou aqui escrevendo essa nova postagem, tudo casou perfeitamente!

Como de praxe, vamos ver como esse projeto deve parecer:

  • Proteção contra inversão de polaridade, curto-circuito, sobretensão e queda brusca de tensão
  • Monitoramento da temperatura da bateria durante a carga
  • Suporte para baterias de 12V até 100A
  • Seleção de modo de carga: lenta com desligamento quando atingir a tensão de trabalho OU lenta com flutuação
  • Dissipação de altíssima qualidade para todos os componentes ativos críticos e ventilação auxiliar controlada eletronicamente para evitar ruído em excesso (coolers)
  • Display de monitoria (ainda não decidi se LCD 16x2 multifunção ou LED apenas com tensão)
  • Fusíveis dedicados AC, DC (power) e DC2 (bateria)
  • Chaves e cabeamentos superdimensionados (claro)
  • Indicadores visuais e sonoros
  • Alta precisão na regulagem e aplicação da carga
  • Auxiliar de partida
  • Visual analógico de corrente consumida (esse é para dar um ar retrô mesmo)

Por enquanto é isso. Vou atualizando essa postagem de acordo com o andamento dessa peleia e vamos mantendo esse registro bacana por aqui. 

** 11/11/2020

Ontem à noite coloquei o gabinete devidamente desmontado de molho para remover toda sujeira e dar um branco mais branco. Se você quiser uma dica esperta de como limpar profundamente plásticos e até remover aquele amarelado do tempo, corre aqui ó.

** 07/12/2020

Montagem da potência, reguladores e painel frontal com amperímetro analógico. Não teremos mais o display LED para mostrar a tensão mas teremos uma barra de LEDs vintage para indicar o nível de carga na bateria. O funcionamento será mais raiz: liga, carrega, flutua.

** 13/12/2020

Painel frontal quase completo, faltando o circuito indicador de carga (bargraph de 4 LEDs) e alguns detalhes. Super cuidado com a ventilação do circuito, já que temos um gabinete restrito em espaço físico e uma corrente bastante alta circulando. Falta pouco!

** 26/09/2023

Projeto interrompido!

PROCATER MI Volt - uma nova versão do consagrado salvador eletrônico para uso interno

Já dizia minha avó que santo de casa não faz milagre e também que em casa de ferreiro o espeto é de pau. E partindo para essa postagem em clima nostálgico num domingo nublado com promessa de chuva e uma caneca de café quente e passado na mão, lá em abril de 2015 nascia o conceito de proteção inspirado na mais alta simplicidade, do tipo vó mesmo quando começa a tempestade: menino, vai lá tirar as coisas da tomada. E foi assim que uma série de dispositivos portáteis foram produzidos, a maioria a partir de demandas externas como as do meu sogro e seus racks de telefonia, lá em Bagé. A grande questão do ferreiro aqui é ter produzido várias unidades para vários clientes e até uma exclusiva para uso do meu querido sogro em seu novíssimo refrigerador e NUNCA ter produzido uma unidade sequer para meu uso. Como pode, né? Daí, dia desses faltou energia pela manhã aqui na casa nova (que agora é um apê massa e de vizinhos silenciosos) e eu, logo eu, tive que sair correndo para tirar o refrigerador da tomada, que ficou desligado até perto das 13h, quando Renata veio para almoçar. Isso poderia ter sido facilmente contornado se eu tivesse um PROCATER ali: não precisaria sair correndo, tirar da tomada nem me preocupar porque quando o fornecimento de energia elétrica fosse restabelecido, o carinha aí seria o encarregado de ligar a tomada de novo somente passado aquele pico tradicional e maligno de retorno. Para fins ilustrativos, o PROCATER é uma sigla caprichosa para Protetor Contra Alta Tensão de Retorno, ou seja, ele promove essa proteção simples e eficaz que salva equipamentos de uso contínuo. É como a vó falava: tira as coisas da tomada, menino. E se você é daqueles que lê tudo o que passa pelos olhos, deve saber que as próprias concessionárias de energia elétrica recomendam que isso - retirar os equipamentos da tomada - seja feito. Senão, dá uma olhada na sua fatura mensal, ou no site deles.

Não vou me estender demais porque esse carinha aí já é velho conhecido aqui do site, segue as premissas de hardware maduro diyPowered e da qualidade que nem preciso contar mais pra você. É feito para durar, para não dar problema e, como nada é seguro nas redes elétricas tupiniquins, se chegar a dar problema, ele se entrega sem deixar que o equipamento conectado seja atingido.

A grande diferença nessa versão em relação ao último PROCATER MI produzido é o display LED voltímetro e não mais os LEDs indicadores, além de alguma proteção adicional com varistores - ainda contamos com os filtros básicos e o fusível de linha, claro. Se quiser conhecer melhor o conceito e o projeto, conheça as versões anteriores. Esse voltímetro aí é DC e é o mesmo herdado da aposentada - e atualmente doadora de órgãos - F5812ADJ. Como já falei aqui sobre como você pode medir AC com voltímetros DC, não vou me repetir: lhe convido a conhecer outro projeto que utiliza o mesmo display pra você aprender essa manha.

O funcionamento segue o mesmo, com aquele circuito simples alimentado por trafo e totalmente code-free. Ou seja nutellada, eletrônica pura. A caixa é uma Patola PB-07, um padrão que gosto bastante de utilizar pela qualidade, variedade do catálogo Patola e pela facilidade em furar os plásticos. Não é jabá aqui, pessoal, mas me sinto na feliz obrigação de reconhecer a qualidade e o trabalho exemplar de uma empresa nacional que está no mercado desde 1975. Já vou me desculpando pelos acabamentos nessa unidade, que foi feita às pressas e sem as ferramentas e cuidados de sempre por conta da necessidade expressa e também por se tratar de um protótipo para uso próprio.









Troca do gabinete do meu trafo de ferramentas e bancada

Faz muito tempo que tenho esse trafo, praticamente 8 anos. Como já disse aqui antes, minhas ferramentas elétricas vieram do sudeste onde as instalações elétricas residenciais monofásicas são 127V. Aqui no Sul, é 220V. Logo, tinha um problema. Mas essa história eu já contei e se você quiser saber, corre lá na postagem da época!

Aquele gabinete plástico da Enermax não durou muito tempo porque o Cícero (meu finado Labrador) estava correndo pela casa e se enroscou na extensão que estava ligada no trafo, jogando ele de uma mesa diretamente no chão. Nem preciso dizer que se despedaçou por completo né. Como tinha um gabinete plástico de um no-break APC, acabei usando na época. Esse gabinete APC é muito elegante, tem bastante ventilação mas também é bastante frágil para suportar esse trafo dentro, e alguns meses depois, trincas apareceram em toda a lateral... Por sorte, consegui um gabinete metálico bem grande de um estabilizador de tensão antigo que estava com o trafo queimado - e por mais sorte ainda tirei fotos dele antes de descartá-lo no Eco Ponto aqui da cidade, adoro registros - que me serviu até ontem. Esse gabinete já estava bastante enferrujado em algumas partes e ainda tinha um conjunto de tomadas padrão antigo com bastante mal contato, o que era um problema quase sempre. Daí, na última semana me apareceu esse estabilizador podre de sujo que nem pensei duas vezes antes de pegar. Vejo muito potencial nas coisas que são jogadas fora e quando pego é porque vai sair algo bom. 

Limpando o gabinete e removendo o amarelado dos plásticos

Falando em gabinetes antigos, geralmente são brancos. E como você deve saber, partes plásticas brancas tendem ao amarelamento com o passar dos anos. Dica pra você: desmonte todo o gabinete, deixe de molho num balde sob imersão numa solução de água, sabão em pó e água sanitária por 24 horas. Grande parte da sujeira vai se soldar, bastando para isso esfregar. O amarelado das partes plásticas não vai sair mesmo, mas aqui vai o grand finale: pegue água oxigenada volume 40, passe em toda a superfície das partes plásticas amareladas sem piedade, deixe uma bangunça mesmo. Embrulhe essa peça em plástico filme ou algum saco plástico transparente e deixe exposto ao sol por pelo menos 3 horas. A grande maioria dos casos, é resolvida na primeira aplicação, mas se ainda estiver amarelado, repita o processo lavando a peça por completo, secando bem antes da nova aplicação. Pena eu não ter tirado fotos desse gabinete antes do processo, porque ficou muito bom.

Tempo recorde ou necessidade?!

Em menos de 48 horas transplantei o trafo bisonho pro gabinete novo e como sou chato e adoro uma complicação, meti várias melhorias nele: tem filtro básico na entrada 220V e filtro aprimorado na linha dos 120V. Tem fusíveis dedicados para as duas linhas de trabalho, LED indicador de energizado e LED indicador de saída energizada. E para deixar com fino trato, um voltímetro digital LED em vermelho na frente. Debochado, esse trem. Não é um trafo isolador, mas é um trafo que ainda vai me atender bastante. E não uso ele somente pra furadeira e serra tico-tico, antes que me pergunte: uso esse cara em bancada para reparo e teste de equipamentos que não possuem bivolt. São 1000VA prometidos pela Enermax que provavelmente são entregues porque já fiz esse trafo trabalhar forte e não cai tensão nem abre o bico.

Como usar voltímetro DC para medir AC?

Para fins de informação nerd, esse voltímetro é herdado da minha fonte antiga, a F5812ADJ, atualmente aposentada e doadora de órgãos. E como eu fiz pra que um voltímetro DC medisse AC?! Simples, jovem. Esse trafo - e todos os trafos que já reaproveitei de no-break e estabilizador - possui um ou mais enrolamentos que podem ser utilizados para diversos fins, apenas se deve ter cuidado porque alguns deles não são isolados da rede elétrica. Este trafo, em específico, possui um enrolamento de 10V que retificado, passa para 14V em aberto. Como ele foi feito para acionar relés e um LED indicador de ligado naquelas placas infames dos estabilizadores, tem corrente mais que suficiente para outras coisas. Na sua versão anterior, naquele gabinete antigo e metálico, ele alimentava um cooler e um LED. Sim, esse trafo aquece bastante e como o utilizava de forma recorrente, achei por bem fazer isso. Agora, com uso mais restrito, optei por não mais utilizar o cooler e adicionei algumas funções bacanas ao carinha. Então, sem mais delongas, como esse enrolamento faz parte de todo o conjunto, é óbvio que ele sofre interferência direta de qualquer queda ou incremento de tensão. Se eu já tenho um enrolamento pronto para uso, por que eu colocaria um trafo dedicado para esta finalidade?! Claro que descontadas as correntes de trabalho dos LEDs, relé e o próprio voltímetro, calibrei por meio de trimpot a tensão a ser monitorada e pronto. Variações são mostradas com perfeição pelo voltímetro, sem maiores dores ou circuitos mirabolantes e desnecessários. 

Essa modalidade de medir tensão AC é uma das mesmas que podem ser utilizadas para a esta função quando utilizamos ATMEGA ou outros microcontroladores. Não esqueça de cobrir o ponto decimal do display com fita isolante ou marcador permanente senão vai mostrar 12.0V ao invés de 120V.

Ligando o monstro

Ao energizar o trafo, o LED amarelo permanece iluminado. Esse LED amarelo é um indicador de que há energia no pós-fusível. Dessa forma, o trafo também está energizado para gerar a famosa tensão de stand by. Ok, ok, ok; vamos lá, nutellinha: a coisa aqui é feita para aproveitar peças, reduzir o desperdício, poupar o meio ambiente, consumir o mínimo de recursos próprios, trabalhar com elegância e inteligência. Não tenho mamãe, papai ou aquele patrocínio cool que você tem. Logo, foi assim: não tinha uma chave de pressão que pudesse substituir a original do equipamento, que estava deteriorada, e não iria comprar uma. A opção foi utilizar uma chave menor, de baixa capacidade para acionar um relé e abrir a saída dos 120V. E tudo isso eu tinha em casa. Perfeito! 





Tomadas padrão novo, fusível 220V (preto) e 120V (gelo)


O acabamento 'acrílico verde' do furo do display é recorte de garrafa PET e se o display fosse LED verde, teria ficado perfeito!




Medição da saída do trafo

E aqui, fotos do antigo soldado que muito me serviu. Agora vai pro descarte no Eco Ponto seguir seu curso natural. 






AT5 Slim Power - a super fonte de bancada inteligente de alta performance

Tudo começou por volta de junho desse ano, quando minha guerreira fonte de bancada passou a se entregar após anos de serventia. Tinha algumas ideias para dar um upgrade nela, já que meus últimos projetos precisaram de mais corrente do que ela poderia entregar, mas esbarrei na trabalheira que seria fazer um trafo maior caber lá dentro (não, eu não quero usar uma fonte chaveada nisso!) e ainda dar conta da dissipação de calor que aumentaria muito dentro daquele gabinete pequeno. Em agosto decidi que partiria do zero, um novo e empolgante projeto que terminaria na montagem de uma super fonte de bancada inteligente, com alta performance, proteções de ponta a ponta e um tamanho reduzido para ser prática de ser transportada. Hoje é dia 02/11 e alguns meses foram engolidos durante esse projeto, que me tomou bastante tempo e planejamento.

Antes de continuar e para não correr o risco de ser redundante nesse post, peço que conheça a fonte antiga F5812ADJ que se aposentou (e que vai servir suas peças para testes e outros projetos, é claro!) e também leia em seguida a postagem que deu início a essa jornada, lá em agosto.

Sou das antigas e fonte de bancada pra mim, tem que seguir a premissa raiz trafo-retificação-alta filtragem. Temos um mercado chinês muito eficiente inundando as prateleiras com fontes de bancada a preços atraentes mas também com projetos falhos e sem a utilização de transformador isolador, o que naturalmente inclui uma fonte chaveada barata, de alta corrente e sem qualquer tipo de proteção. Aí, meu guerreiro diyman, você está há dias em cima de um projeto utilizando uma fonte xing ling dessas e o chaveamento vai pro saco largando corrente e tensão em alta escala no seu adorado circuito. Imagina só. Isso sem falar nos ruídos impraticáveis que essas fontes geram, podendo interferir diretamente no seu projeto fazendo com que você perca horas até descobrir o porquê do microcontrolador travar, por exemplo. Por isso quis fazer uma fonte com rígidos controles e proteções. Já havia mencionado no post que deu início ao projeto sobre as características que eu gostaria de ter e ao mesmo tempo, fui atualizando novas funções ou retirando funções que antes pareciam interessantes. Ao mesmo tempo que sou prático, sou um burocrata quando se trata dos meus projetos. Agora, com o projeto concluído, veja como ficou:

Entrada: 220V ±7,4A (full power)
Proteção entrada: fusível, filtro de linha full, varistor, terra lift/ground
Saída: 1.1V a 19,4V x 4,2A x 19,300uF (entra em proteção a partir de 4,33A, trafo de 16V + 16V x 5A)
Proteção saída: curto-circuito e/ou corrente acima de 4,33A, temperatura máxima de trabalho, queda brusca de tensão, tensão de descarga (retorno), descarga brusca do banco de capacitores, carga mínima instalada para garantir corrente de ajuste atualizada
Display: tensão e corrente atuais
Ajuste: fino via potenciômetro linear
Dissipação: passiva até ±60°C, cooler aciona discretamente para equilibrar a temperatura do dissipador principal. Acima dos 85°C entra em proteção térmica acionando o cooler a full power, desligando o trafo de potência e permanecendo nesta condição até que a temperatura baixe a níveis seguros de trabalho
Porta serial: comunicação direta com o microcontrolador a partir da placa Arduino para atualização do código sem precisar abrir o equipamento e retirar o chip
Chave lift/ground: permite unir o comum do circuito da fonte ao terra da tomada ou separar, funcionalidade muito eficiente para algumas situações
Stand by: fonte permanece com as proteções ativas mesmo em espera, desliga fisicamente o trafo de potência da rede elétrica descarregando todo o circuito e mantendo o mínimo de consumo associado apenas às funções vitais (fontes independentes)
LEDs e outros indicadores: fonte possui diversos alertas sonoros e visuais para eventos de proteção, acionamento etc.
Superdimensionamento: todos os circuitos de potência foram superdimensionados para trabalhar com o mínimo de resistência natural dos condutores e componentes, resguardo de potência para trabalho com folga
Dissipador unificado: grande vantagem para monitoramento de temperatura de trabalho e para manter integrados e transistores com equilíbrio térmico

Basicamente é isso.

Não tem muito mistério além do código, a fonte trabalha normalmente com o adorável LM317 de servo mestre e um booster de corrente com dois transistores Darlington TIP125. Alguns vão dizer que eu poderia ter utilizado apenas um TIP125, eu sei disso. Mas por que fazer o carinha trabalhar sozinho perto do seu limite se podemos aprimorar com elegância e colocar mais um?! Outros dirão que eu poderia ter utilizado um transistor de maior capacidade ao invés de dois. Eu também sei disso. Essa fonte foi montada com peças que eu já tinha em casa, não é um projeto nutellinha com verba ilimitada da mamãe e do papai ou de patrocínio. Aqui o negócio é raiz, é aproveitar ao máximo a vida útil dos componentes, é enxugar custo sem perder qualidade e poupar o meio ambiente. E antes que digam 'ahhh não precisava desse cooler aí dentro pra dissipar só essa correntezinha porque o componente aguenta', o projeto é compacto e sempre faço vários testes para determinar se isso vai ser realmente necessário. Nesse caso, foi. E ele só opera se preciso, não fica girando o tempo todo. E outra, você que fica criticando projeto alheio, deveria saber quanto calor um transistor Darlington gera... agora imagina dois num gabinete pequeno sob alta corrente (4A não é pouca coisa) por várias horas ininterruptas. Funcionaria sem o cooler? Talvez. Mas será que o LM317 seria capaz de se manter trabalhando firme sob altas temperaturas? E quanto tempo essa fonte iria funcionar sem dar problema?! Viu, esses questionamentos se tornaram irrelevantes agora, jovem.

Mas vamos voltar ao ponto, já que esclarecemos os fatos. 

Quando alimentada, a fonte é acionada parcialmente via fonte de stand by, mantendo a potência desligada. Ela aciona o cooler rapidamente, acende o LED azul e logo se apaga, desligando o cooler e acionando o LED vermelho de stand by. Isso é importante por duas razões básicas: a primeira, para poupar a potência e claro, economizar energia; a segunda, para manter o cooler lubrificado e ativo, evitando que o rolamento fique engripado por falta de uso. Ao pressionar o botão power, a fonte faz um teste rápido (bip + piscadas LED amarelo) e aciona a potência, liberando tensão na saída, ligando o display frontal e o LED verde. A partir desse momento, a fonte está num estado de operação, basta selecionar a tensão desejada.

Proteção contra curto-circuito e overload

Em operação, quando a corrente exceder o valor de 4,33A levará o sistema de proteção contra sobrecarga ser acionado via ATMEGA, cortando a alimentação AC do próprio trafo de potência, protegendo toda a etapa, inclusive os diodos retificadores. É uma proteção em linha completa, cortando toda energia da potência e não somente das saídas DC. A mesma proteção é aplicada quando há curto-circuito na saída. A ação é a seguinte: corta a alimentação AC do trafo, bip, duas piscadas no LED amarelo, display frontal e LED verde se apagam. Essa condição permanecerá enquanto houver sobrecarga ou curto na saída da fonte.

Proteção contra alta temperatura de trabalho

Há duas proteções contra temperatura alta de trabalho na AT5. A primeira é controlada pelo ATMEGA e assume que partir dos 85ºC medidos no dissipador principal ocorrerá o seguinte: corta a alimentação AC do trafo, bip, LED azul acende e aciona o cooler full power, display frontal e LED verde se apagam. Essa condição permanecerá por aproximadamente 1 minuto para baixar drasticamente a temperatura de trabalho da potência. Após esse período, a fonte será acionada automaticamente alimentando a carga se a temperatura estiver dentro da faixa segura.

A segunda proteção contra alta temperatura de trabalho é mais robusta e conta com um termistor que controla o aquecimento do dissipador. Essa proteção adicional foi instalada justamente nos testes de equilíbrio térmico da fonte, nos testes finais. Foi verificado que com o gabinete montado e alimentando uma carga a partir dos 2,5A o dissipador aquece bastante, distante do valor máximo determinado na primeira proteção térmica, mas bastante acentuado para os meus parâmetros particulares. Isso poderia levar o LM317 a entrar em proteção rapidamente ou ainda reduzir bastante a vida útil do conjunto da potência, elevando a temperatura interna do gabinete e tornando seu funcionamento 'desconfortável'. Lembrando que alguns componentes não gostam de ambientes muito quentes, como os eletrolíticos.  Então, adicionei esse segundo termistor que atua diretamente no driver de acionamento do cooler, fazendo com que ele gire lentamente a partir dos 50ºC para equilibrar a temperatura do dissipador. Esse giro pode ser aumentado ou diminuído automaticamente de acordo com o incremento de temperatura medido, se tornando um eficiente mecanismo de controle e aumentando a vida útil da potência. O cooler gira de forma tão discreta que mal pode ser ouvido durante a operação.

Superdimensionamento do sistema

A premissa do diyPowered é bastante clara: respeito aos limites dos componentes. Se eu tenho um trafo que pode entregar 5A em full power, eu deveria operá-lo até os 4,2A ou ainda 4,5A. Isso causaria ainda bastante aquecimento, mas distante do que poderia ocorrer se tentássemos tirar toda a sua capacidade. Logo, se eu tenho um projeto que consome 5A em full power, qual a corrente do trafo que eu vou usar? Você talvez diga '5A'. Talvez muitos digam isso. Eu digo '6A'. Folga, pessoal. Se você quer fazer alguma coisa direito, se você quer projetar algo de qualidade, faça com que os componentes trabalhem abaixo de sua capacidade máxima. Isso é elegante, isso é inteligente. Foi assim que muitos equipamentos foram projetados há 20, 30, 40 anos e é por esta razão que muitos deles estão por aqui até hoje: receivers, tape decks, sintonizadores de rádio, CD players... Por isso montei essa fonte com folga mesmo com esse trafo de 16V + 16V x 5A que em teste de carga chegou a fornecer 5,4A sem queda de tensão. Mas aqui a gente faz a coisa do jeito certo e a AT5 ficou limitada aos seguros 4,2A entrando em proteção aos 4,33A. Corrente mais que suficiente para a grande maioria dos projetos. Tenho um outro trafo de 1200VA que pode entregar facilmente 12A, 15A numa tensão máxima de 13V mas achei meio desnecessário tanta corrente nesse momento e o monstro aí vai ficar para um próximo projeto.

Na retificação, temos dois diodos 6A6 brutos e sem frescuras e um banco de capacitores de 19,300uF. Tudo montado de forma elegante e estudada, cabeamento da potência com bitola de respeito e fixação por presilha. A tensão que alimenta a lógica, stand by, LEDs e cooler vem de uma fonte dedicada, também por trafo, não utilizando corrente alguma da fonte de potência.

Proteção AC

Na entrada de linha AC, temos o clássico fusível e um circuito de filtro de linha full, com tudo que se tem direito, até um varistor, e um cabo de força de respeito. Uma chave no painel frontal permite unir o terra da tomada ao comum da fonte, função muito desejada e pouco vista nas fontes do mercado. Aproveitei ao máximo cada espaço do gabinete, fixando componentes e placas de forma inteligente para facilitar o cabeamento e pensando sempre na dissipação, transferência de calor e claro, pensando nas manutenções futuras. Essa última, parece ser esquecida pelos projetistas e engenheiros: qualquer equipamento vai demandar algum tipo de manutenção futura e parece que isso não é levado em conta na maioria dos últimos equipamentos que reparei. Um bom exemplo disso pode ser ilustrado por alguns notebooks e nobreaks que precisam ser quase que totalmente desmontados para acessar partes críticas.

Gabinete escolhido

Esse é um velho conhecido: um gabinete de nobreak NHS de 600VA. Possui uma boa estrutura, boa resistência mecânica e uma razoável ventilação natural que foi melhorada ao retirar as tomadas traseiras e fixar uma tela. A única coisa que não ficou bacana foi a porta serial, que teoricamente deveria caber na parte de trás (já tem essa furação de fábrica) mas não passa de jeito nenhum. Poderia ter limado um pouco mas como já foi bastante desgastante furar esse gabinete (não parece mas a chapa utilizada é resistente) achei mais fácil apenas retirar a capa metálica da porta e parafusá-la assim mesmo, como está.

Esse gabinete é bastante compacto, tem uma cara de fonte de bancada moderna e fazia algum tempo que vinha pensando em usá-lo para esta finalidade. No mais, pretendo gravar um vídeo com a fonte em funcionamento pra ilustrar melhor todo o projeto. Apesar de toda trabalheira que deu, ficou muito eficiente e é sem dúvidas uma evolução à fonte anterior.


Corrente máxima em teste inicial

Teste raiz!

Tomada de ar eficiente

Lateral detonadinha do gabinete

Frontal desligado (acabamento ficou ruim mas tá valendo)

Fonte acionada (tensão mínima)

Fonte acionada (tensão máxima)

5V sem carga e terra isolado

5V sem carga e terra conectado ao comum (LED laranja)

Fonte em stand by

Detalhe do dissipador principal e da fiação

Detalhe da fixação dos componentes principais, ainda no início do projeto (embaixo do relé preto ali no meio fica a fonte dedicada para lógica e acessórios)

Novo projeto - super fonte de bancada inteligente (microcontrolada, digital e ainda sem nome)

Como mencionei lá na página 'produção', a fonte de bancada F5812ADJ está cansada e uma novíssima já se encontra em desenvolvimento. O projeto está a toda e já tenho praticamente todo o programa dela escrito e testado, restando pequenos ajustes que virão com a montagem final dela em gabinete. Por isso achei que já era hora de criar o post desse novo projeto para gravar os logs como antigamente, e também para me guiar no curso atual.

Ainda não tem nome, modelo ou coisa que o valha. Mas já temos algumas características a mencionar:

  • Fonte de alto poder com filtros AC, grande reserva de potência e regulagem ativa controlada digitalmente via ATMEGA;
  • Controle fino de seleção de tensão e amostragem em display LED dedicado;
  • Proteção ativa e rápida contra curto-circuito, carga excessiva (overload) e alta temperatura que desliga a carga, gera alertas sonoros e visuais e em condição de alta temperatura de operação também aciona ventilação forçada (cooler) para resfriar rapidamente todo o sistema (o cooler não é utilizado durante operação normal, apenas em modo de proteção);
  • Alertas sonoros e visuais para todos os eventos;
  • Chaves de seleção de tensão com dupla função: chave para aumentar tensão, chave para diminuir tensão e quando pressionadas simultaneamente, resetam a saída da fonte para seu estado inicial (menor tensão ou zero);
  • Modo de espera (stand by) que mantém sistema pronto para uso com baixíssimo consumo de segundo plano (permite corte da alimentação AC via chave traseira para longos períodos sem uso); somente stand by
  • Cooler de alto rendimento para condições de alta temperatura permite ao sistema uma rápida recuperação do seu estado normal de operação (acionado somente em modo de proteção contra alta temperatura);
  • Ground separado do terra da carcaça (selecionável);
  • Operação em 127V ou 220V selecionável internamente; somente 220V
  • Tamanho reduzido e gabinete com ventilação natural estendida;
  • Dissipação de calor superdimensionada em todos os componentes críticos;
  • Componentes superdimensionados (claro!);

Por enquanto são essas as características ** iniciais ** do projeto, podendo ser alteradas, subtraídas ou adicionadas funções e melhorias.

** 29/08/2020 ---------------------------------------------------------------

Algumas alterações no projeto:

  • Corrente aberta (sem ajuste) com amostragem em display LED dedicado;
  • Transformador dedicado para potência de 16V + 16V x 5A;
  • Alimentação da parte lógica, sensores, proteção (relé, cooler etc.) dedicada;
  • Etapa de potência superdimensionada (5x maior do que a corrente máxima da fonte);
  • Reserva de potência de 18,800µF;
  • Diodos da etapa retificadora dimensionados para 8A 12A; selecionados 6A2
  • Display de operação (tensão e corrente) conjugado para montagem em painel;
  • Gabinete metálico, totalmente blindado, com boa ventilação natural e terra isolável do GND da fonte (útil em algumas situações);
  • Cabo de força padrão novo reforçado;
  • Algumas melhorias no código, em destaque as proteções e tempos de atuação dos sensores;

** 06/09/2020 ---------------------------------------------------------------

Hoje foi dia de furar o gabinete e começar a alinhar os componentes maiores: os dois trafos (potência e acessórios/lógica) e o dissipador de calor principal, que é bem parrudo e dissipa todos os reguladores e transistores do projeto. Um único dissipador para tudo, sim. Dessa forma consigo monitorar a temperatura de trabalho com um único sensor, otimizando meu bloco de códigos e compactando mais ainda o projeto, que conta com um gabinete bastante apertado e dissipação passiva.

Com a folia dos Correios em greve, ainda não recebi alguns componentes do painel e não pude iniciar as furações e definições dele. Também instalei os circuitos retificadores - que na potência, conta com diodos 6A2 e uma super filtragem - e fixei os filtros de entrada AC e o relé do liga/desliga. Esse relé - acho que ainda não havia mencionado - é quem alimenta (AC) o trafo da potência, sendo o responsável por cortar a energia elétrica dele quando o sistema entra em stand by, tornando o consumo de espera extremamente baixo - só fica ativa a fonte de acessórios/lógica. Dessa forma, além de reduzir drasticamente o consumo de espera, também poupa todos os componentes ativos como o transformador, os diodos, o banco de capacitores etc.

Dentro dessa session, também cuidei de manter isolados o GND da carcaça (comum) e o terra que vem da tomada, como já mencionei anteriormente. O que ainda fiquei devendo é se essa comutação será via chave no painel ou na traseira da fonte, e qual tipo de chave será essa. E como não poderia ser diferente, quebrei mais uma broca.

Além do painel que não pude trabalhar por causa dos Correios, preciso de um cabo de força decente para a fonte.

** 14/09/2020 ---------------------------------------------------------------

Dia de passar cabeamento pelo gabinete, interconectar os circuitos e de testar a potência. Tudo correu como previsto no papel, potência testada assim como os reguladores e demais drivers acionadores. Aproveitei para fixar o cooler da proteção térmica, testar o seu acionamento e também já fixei a placa lógica ao gabinete. Com sorte eu recebo essa semana algumas coisas dos Correios para dar prosseguimento ao projeto. 
 
** 26/09/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Depois de muita espera, consegui resgatar as peças numa agência dos Correios... Já furei o painel frontal para encaixar o voltímetro/amperímetro e selecionei os dois LEDs frontais principais, indicadores das funções e status. São dois LEDs bicolores, um indicando status e o outro indicando se a fonte está ligada ou em stand by. Finalmente vou poder tocar o projeto novamente!

** 27/09/2020 ---------------------------------------------------------------

LEDs, display, botões power e de seleção de tensão afixados, fiação passada. Agora é interconectar a lógica ao conjunto e iniciar os testes práticos. 
 
** 29/09/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Cabeamento do painel frontal interconectado à placa lógica e de controle. Fiação extra para os componentes ativos passados e agora é a parte que vai ficando mais divertido: ligar tudo e otimizar o código.  

** 04/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Tudo interconectado e primeiro teste com carga executado com sucesso. Preciso rever o alinhamento dos componentes no dissipador, alguns estão com deficiência na dissipação de calor. Também configurei a porta serial que permite gravação de programa diretamente na fonte, sem retirar o ATMEGA, utilizando a placa Arduino Uno. Isso ajuda bastante a atualizar e otimizar o programa sem ter que ficar retirando e colocando de volta do ATMEGA.
 
Estou próximo de finalizar o projeto, faltando apenas alguns ajustes e correções.

** 12/10/2020 ---------------------------------------------------------------

Dia de ajustes. E de modificações na etapa de potência, que tinha uma queda de tensão grande quando  se aumentava a corrente. Problema resolvido. Já estou na etapa final, faltam poucos detalhes pra acertar como o disparo das proteções de overload e temperatura. No mais, a fonte me parece mais um projeto grandioso. 
 
** 15/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Desconfio que os diodos ou o trafo da potência estejam com alguma deficiência na entrega de corrente, porque depois dos testes do dia 12/10 a tensão passou a cair bastante novamente. Em suma, vou testar o circuito regulador com uma fonte externa para verificar se meu trafo/retificador está bom.  

** 16/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Como diriam no Hackaday, FAIL OF THE WEEK! Levantando meu esquema elétrico do circuito regulador - depois de rever meu trafo e retificadores de alta corrente - notei uma deficiência absurda na regulação quando em carga a partir dos 2A. Impensável para um trafo da Comando de 16V + 16V que entrega até 5.4A, comprado há uns 3 anos.

Solução: a simplicidade é sempre a melhor solução. Vou utilizar o bom e velho potenciômetro para fazer a regulagem da tensão e deixar de lado a seleção digital da tensão. Vai me poupar tempo - já que preciso muito que essa fonte seja concluída por conta de projetos parados na bancada - e estabelecer ainda mais confiabilidade ao projeto. No fim, foi até bom dar essa zebra aí: imagina ter na saída da fonte um circuito complexo de alta corrente alimentado com 5V; agora imagine uma falha na regulação digital que faça com que a potência abra toda a tensão disponível na saída. Imaginou? Pois é. Dificilmente isso vai acontecer se a regulação for feita pela boa e velha eletrônica.

Por fim, todas as demais funções atribuídas ao microcontrolador permanecerão (power, cooling, temp, overload etc.) ficando de fora somente essa função da regulação digital. Ontem fiz o teste de carga com o circuito da potência sendo regulado por potenciômetro e nenhuma queda de tensão relevante foi notada, tudo dentro do esperado - algo na ordem de 12.2V que caiu para 12.0V o que é mais do que normal para uma carga máxima de 5.4A. No mais, agora a coisa fica pronta!

** 18/10/2020 ---------------------------------------------------------------

Reta final! Finalmente afinei o circuito de potência e conseguir tirar corrente mais que suficiente para a grande maioria dos projetos. A fonte antiga tinha uma corrente máxima simultânea de 3A, mas limitada em 1A por linha de regulagem, o que me deixava na mão às vezes em alguns projetos e testes.

O trafo promete até 5.4A com alguma queda pouca de tensão, mas como sigo fielmente as premissas diyPowered não vou fazer o carinha aquecer muito: limitei a corrente máxima final para 4.2A, entrando em proteção a partir dos 4.33A ou em pico. Também modifiquei a etapa de potência e passei a utilizar transistores Darlington porque são robustos, possuem um ganho absurdo e são altamente confiáveis. Também finalizei o painel frontal adicionando a chave LIFT/GROUND que permite conectar ou desconectar o comum da fonte ao terra da rede elétrica. Fiquei muito satisfeito com o desempenho da fonte, agora que o hardware foi finalizado. Adiante, virão os testes de temperatura com o gabinete fechado, para ver como se comporta o sistema. O projeto é tão completo que talvez mereça um vídeo à moda PROCATER e afins, vamos ver. 
 
** 25/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Potência redondinha, tudo muito afinado. Mas surgiu aquele probleminha clássico de dissipação a partir dos 3A. O dissipador é parrudo mas temos ali transistores Darlington, né. Nem preciso dizer o quanto aquecem. O gabinete é pequeno, o projeto é compacto (como quase sempre) e a partir dessa corrente ele aquece bastante, não chega ao ponto de entrar em modo proteção mas chega perto. Daí a solução vai ser: a partir da temperatura X o cooler começa a girar muito devagarinho só pra circular ar dentro do gabinete, aumentando gradativamente essa rotação em relação ao aumento da temperatura. Em algum momento haverá um equilíbrio térmico entre o calor gerado e a circulação do ar, tornando o funcionamento do cooler silencioso e quase imperceptível. Não é a melhor solução, mas dentro do pouco espaço físico que tenho e para manter a fonte funcionando dentro de uma temperatura aceitável, se torna uma boa opção. Lembrar de dimensionar mais o dissipador quando usar Darlington...
 
No mais, daqui a pouco ela dá as caras aqui no site. 

** 29/10/2020 ---------------------------------------------------------------
 
Done! Ajuste fino via termistor (o segundo, de acionamento raiz, sem passar pelo ATMEGA) para excitar a potência do cooler e fazer com que o ar circule a partir do aquecimento extra do dissipador principal. Ficou bastante eficiente, sem barulho e sendo desligado após baixar a temperatura interna. Mais adiante já crio a postagem sobre ela, e vai dar assunto!

Quanto ao nome da criação, ando bastante sem criatividade...

** 02/11/2020 ---------------------------------------------------------------

Como adaptar fones de ouvido a (quase) qualquer equipamento?

Pode parecer simples para quem já está na área há alguns carnavais, mas muita gente não sabe por onde começar. Recebi um e-mail do Marcio (olá!) esse final de semana onde ele diz ter uma TV Semp igual àquela minha e que gostaria de saber como adaptar uma saída para fones de ouvido nela. Mas nas suas próprias palavras, ele não tem a menor noção de como fazer isso. Então, Marcio, vamos a um tutorial básico!

Primeiramente, você vai ter que comprar em alguma loja de componentes eletrônicos (ou utilizar algum de sucata) um plug P2 (dos pequenos, iguais aos de fones de celular) ou P10 (aquele formato grande que chamam de 'banana') fêmea estéreo. Esse padrão do plug (P2 ou P10) depende do fone de ouvido que você pretende usar. Seja qual for o padrão adotado, é importante que o plug possua um formato que permita a fixação em painel, seja por rosca ou por encaixe, senão você terá que colar e isso atrapalhará futuras manutenções. Também compre dois resistores de 120R 1/4W. Importante esse plug possuir chave integrada, não é difícil encontrar, porque precisamos dela para comutar entre os fones e os falantes da TV, fazendo a função de desligar os falantes quando o fone é plugado e religá-los quando os fones são desconectados. 

De posse desse plug (que constitui 80% desse projeto!), vamos iniciar os trabalhos. Defina onde você vai fixar esse plug para os fones, antes de qualquer coisa, e já faça a furação. Feito isso, aquele chicote dos falantes vai ter que ser cortado e cada ponta soldada de acordo com o esquema. Não tem mistério aqui. Aquelas chaves de seleção podem parecer complicadas, mas usando um multímetro na escala de continuidade você poderá identificar facilmente a posição em que elas se encontram sem ter o fone conectado. Solde os resistores seguindo o esquema (a saída da chave que vai para os fones deve estar aberta, e quando se conecta o fone ela se fecha passando som para os fones e cortando os falantes) e fixe o plug onde você furou no gabinete da TV. Antes de ligar a TV, meça todas as conexões entre os cabos positivo e negativo dos falantes, tanto com o fone plugado quanto desplugado e certifique-se de que não há curto-circuito. Não tenha pressa de testar: melhor 'perder' cinco, dez minutos conferindo o circuito do que danificar o equipamento. Se tudo foi seguido à risca, deve funcionar de primeira sem complicações.

Importante lembrar que trabalhar com TVs (e com outros equipamentos também) pode ser perigoso devido às tensões altíssimas que são encontradas em diversos pontos, além das áreas vivas, que não possuem qualquer isolamento da rede elétrica. Tome precauções também nas conexões para não criar um curto na saída do amplificador que, dependendo do tipo, poderá queimar instantaneamente. Não me responsabilizo por quaisquer danos ao equipamento e tampouco por possíveis acidentes que por ventura ocorram. Tome todos os cuidados e descarregue os circuitos antes de qualquer procedimento.

O esquema pode ser alterado para trabalhar com outros equipamentos também, sem qualquer problema, com as devidas alterações dos valores de R1 e R2. É possível utilizar em TVs e equipamentos com saída mono seguindo o esquema em anexo. Espero que seja de grande ajuda!


Clique para ampliar ou baixar


Instalando LEDs nas portas do QQ (painel de controle dos vidros)

Outra session.

Recentemente descobri que NENHUMA das portas do QQ possui iluminação nos controles dos vidros - não sei o nome correto, então vamos chamar de painel das portas - e acabei buscando por aí mais informações sobre o carrinho. Achei um fórum onde alguém desmontou esse painel (do lado do motorista) e encontrou uma placa já com todas as furações e pronta para instalar os LEDs. Mas por que a Chery não fez isso na fábrica, gente?! Uma mísera economia de um punhado de LEDs e resistores... Obviamente que se trata de uma vaidade, um plus, uma besteira, mas enfim. Depois da minha grande decepção com o acabamento (ou a falta dele) de um Onix Joy ZERO, essa questão dos LEDs do QQ fica distante de ser relevante.

Resumindo para não ficar chato: é muito fácil mexer nesse carro, é literalmente um fusca chinês. Um único parafuso prende esse painel à porta, o resto é encaixe. Desmonte tudo com muito cuidado para ter a placa na mão. Depois, não tem erro: solde LEDs de alto brilho de 3mm (escolhi verdes, mas dá para usar qualquer cor) e resistores entre 330R a 560R de acordo com esses LEDs - não precisa ser resistor SMD, pode ser daqueles bem pequenos, menores que os de 1/8W que cabe tranquilamente na hora de fechar o conjunto. Monte tudo de novo com o mesmo cuidado e pronto. 

Esses LEDs da porta variam o brilho juntamente com as luzes do painel de comandos central e backlight do display, ajustando ali naquele potenciômetro que fica ao lado da chave do farol.

Para colocar nas outras portas, o processo é o mesmo, mas requer mais habilidade porque é preciso dessoldar o conector da placa. Isso se faz necessário porque o resistor que você precisa adicionar fica embaixo desse conector. 










 


Como instalar sirene (ou buzina) na central de alarme do Chery QQ

O título dessa postagem é exatamente (ou quase) o termo de pesquisa mais digitado pelos donos dos QQ's. Mesmo com toda economia do projeto desse carrinho (e olha que fizeram milagre) ainda tinham que tirar a sirene do alarme??! Mas vamos lá porque não tem mistério nisso, mas não quer dizer que você não terá que meter a mão e fazer você mesmo. 

Há duas maneiras de se fazer isso. Uma, a mais simples, é utilizar uma sirene padrão comercial dessas de alarme residencial, que custa muito barato e tem o range de operação entre 8V e 14V, normalmente. E também possuem consumo bem baixo, visto que se trata de um oscilador bem básico. A outra maneira de se fazer, mais complicadinho embora mais eficiente e profissional, é utilizar a própria buzina do carro para efetuar o disparo. 

Morri procurando na internet sobre isso, entrei em fóruns pra saber se alguém tinha falado sobre, ou se alguém já havia descoberto uma maneira prática e rápida de matar essa coisa do alarme mudo. NADA DE CONCRETO.  Como somos diyman e não desistimos quase nunca, lá fui eu meter a cara por baixo do painel e localizar a central. Com a central localizada, procurei os fios que vão pra seta durante o disparo do alarme - use um multímetro, de preferência, e acione o pisca alerta ou o próprio alarme para identificar os fios.

A central do QQ 2011/2012 fica por baixo do painel, à direita do volante, fixada na barra lateral do console. Não tem erro. Bem na parte de baixo do chicote maior, há dois fios azuis que acionam as setas. Escolha o de mais fácil acesso e corte - se você for um ás e quiser desmontar o frame do painel, a central fica na sua mão e facilita. Coloque um diodo 1N5408 com o terminal marcado para a saída da seta, ou seja, fluindo positivo para o fio que você cortou. Na extremidade que ficou pro chicote, solde um fio que será o positivo da sirene. O negativo da sirene você pode pegar de qualquer parte metálica do carro, que tenha contato com a massa. Nem preciso dizer que tudo deve ser soldado e isolado, né? De preferência, use também um espaguete termorretrátril para deixar tudo lacrado e com cara de coisa bem feita. 

Se tudo correu bem até aqui, escolha onde fixar a sirene, finalize as conexões e teste. Claro que nesse caso a sirene não ficará disparada permanentemente, ela dependerá das piscadas das setas no disparo. Soa intermitente. Fica excelente e é o jeito mais fácil de dar voz ao alarme. 

Antes que você pergunte o porquê desse diodo: se você achar que não precisa, todas as vezes que você acionar seta, a sirene vai soar. É para evitar o retorno de alimentação da seta, fazendo que a sirene soe apenas por acionamento da central. Simples e eficaz.

A outra maneira de se fazer isso utilizando a buzina do carro, requer um relé para trabalhar e não recomendo que seja feito de outra forma. A base é a mesma mas ao invés de ligar a sirene, você vai ligar o relé. O resultado é o mesmo: a cada piscada das setas, um toque na buzina. Claro que você terá que puxar um positivo pro contato do relé e do relé, um fio para a buzina. Não tem erro. Se você optar por fazer assim, sugiro fortemente que proteja a linha da buzina e relé com fusível. Ou até, compre uma buzina mais parruda que a do QQ e dedique somente ao alarme. Fica pro!

Mais adiante eu posto esquemas, mas com essas informações, acredito que já seja uma luz pra você. Acabei não tirando fotos na hora de soldar o diodo na central, mas nessa instalação, a sirene ficou por baixo do capô, fios passando por baixo do volante.

Boa sorte!

** 19/12/2019

Esquema elétrico da adaptação para o alarme no QQ 2011/2012 ter sirene ou buzina. Também segue esquema extra para instalar em veículos onde o acionamento da buzina é negativo.

Clica que amplia!
 
 

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