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dRUNkBOX - Preciso dizer mais?!

Mais do que uma central multimídia e uma fonte de diversão, a dRUNkBOX se tornou parte imutável da nossa sala. Bonita, prática, robusta, com dimensões reduzidas e produzida com o que seria lixo eletrônico

Montei minha primeira jukebox há alguns anos. Ela ainda existe e está com o Alex - salve! Quando morava no Rio, via as máquinas nos bares e pensava se eu seria capaz de montar uma. Sim, eu sou!

Na época, não prezei pelo tamanho e aproveitei todas as peças da sucata. O resultado foi um móvel com tudo embutido, neón frontal, tela 17" CRT e amplificador interno. A configuração era 4GB RAM, HD 160GB, placa mãe MSI com placa de som 7.1 e o bom e velho Windows XP Professional SP3. Nos amplificadores (estéreo) utilizei os TDA2030 com fonte simétrica e, então, bastava ligar a jukebox na rede elétrica e plugar as caixas de som. O resultado final do visual não foi muito bom, mas como se tratava de um protótipo para fins etílicos, utilizamos em alguns encontros entre amigos.

Muito tempo depois, decidi montar uma nova jukebox utilizando componentes mais nobres com tamanho reduzido e sem amplificador interno. Optei por utilizar um monitor LCD dessa vez. A parte interna é compactada na placa de um netbook Asus Eee PC 1201T com 2GB de RAM e HD de 80GB. Roda Windows XP Professional SP3 e o software escolhido foi o SK Jukebox 4.01 que é gratuito e muito bom. A máquina tem, basicamente, sistema operacional com codecs de áudio e vídeo e o software SK Jukebox. A base da montagem é uma tampa de acrílico revestida internamente que, originalmente, era de um antigo toca discos. Os formatos - que eu padronizei - são o .mp3 para os arquivos de áudio e .avi para os arquivos de vídeo. A drunkBOX é fixada na parede da sala e a administração dos arquivos é feita de forma remota via rede, bem como a transferência de novos discos ou DVD's. A navegação pelos discos é facilitada pela capacidade da SK Jukebox de mapear as teclas do teclado numérico, dentre outras funções incríveis, e também da possibilidade de personalização de fontes, cores, etc.

Como não possui amplificador interno, ela foi conectada ao Home Theater por meio do M1, que é um switch digital de áudio que eu desenvolvi há pouco tempo e que já foi publicado aqui no blog. A capacidade de armazenamento fica por conta da sua playlist. Atualmente, temos quase 50GB de dados, o que inclui vários discos e alguns shows em DVD também.

A única coisa que comprei para este projeto foi o teclado numérico. O resto, seria lixo eletrônico.



Reprodução de músicas

Conector AC, botão (feio) ON/OFF e P2 (Line Out)

Tela de boot do Windows XP alterado
A frase abaixo era repetida por minha avó, que bebia comigo
e sempre dizia 'bebo sim e vou vivendo. Tem gente que
não bebe e está morrendo.'

Reprodução de vídeos

** 06/01/2015

Após alguns meses de uso, o HD original (80GB) foi substituído por questões de capacidade (320GB) e também pelo SMART ter sido danificado. Logo, decidi substituir de imediato antes que a coisa ficasse feia. A jukebox segue funcionando perfeitamente e agora possui cerca de 80GB de dados, entre discos e shows completos em vídeo.

Legislação

Se você pretende montar uma jukebox, fique atento quanto aos limites de uso sob pena de processos e encrencas maiores. Como a nossa legislação digital ainda é precária, opte por reproduzir suas músicas somente em casa, como lhe é de direito ao comprar os CD's e DVD's. Instalar equipamento para uso comercial requer licença e autorização, com recolhimento dos devidos impostos e sujeito a fiscalização constante. Cumpra o seu dever e não infrinja os direitos dos outros.

Claro que, com uma lei tão confusa e falha, há quem defenda a premissa de que se você comprou o CD ou o DVD, você deverá reproduzi-los somente no formato em que lhe foi fornecido, ou seja, não pode transformar a mídia física em arquivos digitais para quaisquer fins. Reza a lei que alterar o formato de reprodução infringe o direito que lhe foi concedido ao pagar pela obra, mas se eu e você pagamos pela obra e estamos apenas reproduzindo aquilo o que nos é de interesse na forma da lei que é apresentado de uso pessoal e individual, não estamos utilizando formas de reprodução pública ou radiodifusão ou qualquer outro meio de distribuição, que mal haveria? Obviamente que se trata de um assunto extenso e complexo onde cada um defende o seu ponto de vi$ta, e não cabe a mim ou a você discutir isso.

Sistema Operacional

Você também deve observar a questão legal sobre o sistema operacional. Nesse modelo utilizei o Microsoft Windows XP Professional SP3 x86 devidamente licenciado e atualizado até o ponto final, onde a Microsoft encerrou o seu suporte. Claro, pretendo atualizar para o Windows 7 um dia, ou até conseguir um software para Linux - que seria perfeito - mas por enquanto, fica o bom e velho XP. E se tratando de uma máquina não possui acesso à Internet, ou seja, o SO roda puramente para manter a jukebox ativa, não vejo problema algum em mantê-lo funcionando por tempo indeterminado. Até porque o SK Jukebox é um software abandonado há anos, e não irá requerer maiores funcionalidades e suporte que o XP pode oferecer sem maiores esforços.

** 24/04/2015

Não mencionei na época, mas o acrílico é revestido internamente pelo encarte de um disco do Pink Floyd - Animals.

Algumas alterações visuais na jukebox e um vídeo demonstrativo bem simples para destacar um dos melhores projetos DIY Powered até aqui.





** 25/04/2015

Há algum tempo o monitor vinha apresentando linhas e algumas falhas nas cores. A coisa só piorou e passou a distorcer a imagem em alguns casos. Decidi tirar a jukebox da parede para limpar (estava bem suja de poeira) e aproveitei a empreitada para verificar esse problema. 

Depois de testar vários capacitores da placa principal e refazer algumas soldas sem sucesso, decidi verificar a placa do LCD. O problema era causado por uma solda fria num aparente regulador de tensão. Problema resolvido e até cores, brilho e contraste ficaram mais intensos.

** 03/01/2016 

Após meses de diversão e horas de música, após desligar na noite anterior, pela manhã a jukebox não tinha som. Fui verificar e a placa de som havia 'desaparecido'. Não ficou como dispositivo desconhecido nem nada, simplesmente sumiu. Como não quis investigar e perder o dia em cima disso, aproveitei a oportunidade para fazer um upgrade: instalei a placa de um Acer Aspire 5516 - AMD Athlon TF-20 1.60GHz - que estava guardado faz tempo. Ficou com 1GB de RAM, módulo original dessa máquina. Placa bem maior que a anterior, mas deu tudo certo e já ao final da tarde a jukebox estava operante.

A placa do Acer possui chipset AMD ATI, placa de vídeo e áudio melhores que a placa do Asus. Ainda não tenho destino pro Asus, e ainda falta testar melhor para saber o que houve com a placa de som. Em todo caso, ideias não faltam para implantar com essa placa.

** 10/01/2015

Testei o conjunto anterior (ASUS) em ambiente Linux e realmente, está sem som. O SO instala o driver, há todo suporte de controle de áudio mas não há qualquer som na saída. Como não há qualquer razão para que o conector de áudio tenha sido danificado, resolvi abandonar a placa de áudio - o resto funciona normalmente. Ironicamente, há algum tempo, descartei uma placa auxiliar desse mesmo modelo... Esse netbook possui a placa de som e duas portas USB destacadas da placa mãe, e sei lá porquê, achei que não teria problemas com esse conjunto e descartei a placa auxiliar... Ônus à parte, a jukebox segue funcional. É o que importa, no final.

** 07/02/2016 

Depois de penar sem o libmad/libavcodec - que definitivamente não funcionaram nessa versão do driver Realtek da placa do Acer - decidi montar meu limiter & clear. Agora tudo ficou mais legal ainda e o áudio, cada vez mais limpo. Conheça o H2PV1 Home2Pro Limiter & Clear

** 01/04/2016

Quase um ano após a primeira intervenção no monitor, há algumas semanas comecei a notar as malditas linhas novamente com um diferencial: a tela se apagando e criando imagens abstratas como quando o LCD dá pau. Enquanto degustava as duas últimas Stellas da noite anterior, desmontei a jukebox para rever o monitor.

Encontrei um capacitor danificado e refiz algumas soldas por garantia. Tudo funcionando novamente como novo!

** 14/04/2016

Pois é. O monitor decidiu se entregar e o defeito voltou pior ainda. Como ele já tem idade e cumpriu muito bem seu papel, entendi que era hora de trocar por um novo bom usado. E lá vamos nós de novo com as permutas - valeu, Cristian! - que nos enobrecem. Esse aí me custou uma placa mãe ECS com 2GB de RAM e um bom e velho Intel Core 2 Duo instalado.


Nova cara da jukebox
 ** 29/03/2017

Tela de boot alterada com novo logo diyPowered. No mais, segue funcional e perfeita! Consegui uma sucata de DELL bem novo, já com DDR3 e aquela placa de som ótima que só os DELL e os HP possuem, mas ainda nem cheguei a testar. Se tudo estiver ok, pretendo fazer mais um upgrade na jukebox para melhorar a qualidade e também poder aplicar alguns recursos como o EqualizerAPO, que conheci há alguns meses e tenho utilizado no meu desktop.



** 19/07/2017

O software SK Jukebox foi liberado para download no diyPowered Drive com o upgrade para 4.1 e os fixes. Testado em Windows 7, funciona perfeitamente.

PR 1500 - Fonte de bancada ajustável de precisão com LM317 1,2V a 15,1V 2A

Operando com tensões baixas e precisas com corrente máxima de 2A, a PR 1500 é um projeto conceito diyPowered que alia performance com confiança para alimentar equipamentos sensíveis em testes de bancada

Este é um projeto que foi iniciado por conta de outro projeto. Durante os estudos e testes do PROCATER ADVANCE, precisei de uma fonte precisa para baixas tensões entre 1.2V e 4.2V com correntes mínimas de 250mA. Claro que tenho uma fonte na bancada, mas ela não me fornece tensões tão baixas assim. Acabei por levantar um circuitinho básico de teste que me permitisse operar essas tensões de forma confiável e estável, para que pudesse efetuar meus testes. Ao fim do projeto do PROCATER ADVANCE, me vi com aquela fontezinha pequena, simples e precisa que tanto me foi útil naquele momento. Decidi fazer desse quebra galho uma ferramenta oficial de bancada. E assim nasceu a PR 1500.

Obviamente que se tratava de um circuito simples, onde eu regulava a tensão que precisava na hora via trimpot e multímetro. Conferia toda hora se não havia se alterado, antes de testar alguma coisa, porque não havia visual algum me garantindo a tensão na saída dele. Por essa razão, decidi implantar um voltímetro e alguns indicadores legais para uma fonte tão importante para minha bancada. Como sou chato e perfeccionista, o código que deveria levar algumas horas para ficar pronto, levou alguns dias. Isso porque eu queria colocar algumas funções importantes me que permitissem perceber algum evento sem ter que olhar para o display. Porque, normalmente, a gente seleciona a tensão de teste e se volta para o circuito na bancada; não fica olhando para a fonte o tempo todo.


Principais características da PR 1500

Seleção, amostragem e saídas confiáveis: tudo muito bem pensado para evitar problemas durante testes com circuitos caros e complicados. A seleção é fina, oferecendo de 1.2V até 15.1V com escalabilidade de 0,2V a mais ou a menos facilmente selecionável; corrente máxima de 2A em qualquer tensão selecionável com proteção ativa; a amostragem do display é clara e rápida e as saídas possuem proteções ativas contra curtos-circuitos, consumo excessivo (que poderia causar danos aos circuitos da fonte) e sobretensão de pico com alertas visuais e sonoros para todos esses eventos.

Acionamento de ventilação auxiliar quando necessário: para evitar trabalhar com aquecimento constante, foi implantado um sistema muito eficaz de ventilação, que é acionado sempre que o consumo se aproxima dos 700mA ou em seleções de tensão acima de 5V, independentemente da corrente utilizada. É uma forma de aumentar a saúde dos componentes, visto que o gabinete é compacto e com poucas aletas de ventilação natural.

Alimentação lógica independente da alimentação de linha: fundamento que deveria ser seguido pelos fabricantes - e que é seguido pelos melhores, com certeza - é manter a lógica isolada do resto. Um circuito lógico como esse ou até mais simples pode sofrer influências ruins se alimentado na mesma linha que os circuitos em teste na bancada. Um curto-circuito ou uma queda brusca na corrente de linha pode fazer com que o microcontrolador seja reiniciado ou até danificado, já que temos portas ligadas fisicamente aos circuitos em teste para medição da tensão de saída. Em suma, temos fontes distintas, uma para lógica (LEDs, display, backlight, microcontrolador, cooler, etc.) e outra dedicada para linha. A tensão da fonte lógica se aproxima dos 16V x 500mA (em aberto) e é retificada, filtrada e aplicada a dois reguladores, um de 12V (periféricos) e outro de 5V (lógica, display e LEDs) formando um conjunto confiável e descomplicado. Já na fonte dedicada de linha, temos uma tensão de 18V x 2A (em aberto) que é aplicada a um banco de capacitores formando uma linha com 6900MF, com todos os desacoplamentos e filtros necessários até chegar no circuito regulador de saída. Claro que (mais uma vez) vão dizer que sou exagerado, que não precisava de tanta capacitância, que não precisava de trafos com essa capacidade, que desperdicei potência efetiva que eu poderia ter utilizado, que isso e que aquilo e aquele monte de bla bla bla digno de quem não viu ou de quem não quer ver eletrônica de verdade. Pois bem, como sempre falei aqui, meus projetos são feitos para durar. Trato os componentes com respeito e espero um resultado muito melhor do que coloco no papel. Isso é, entre outras coisas, trabalhar com margem de segurança. Então, para criar projetinho fuleiro, prefiro não fazer.

Monitor de corrente: no canto inferior esquerdo do display é destacada e palavra 'LOAD' com um ícone de uma 'alavanca'. Quando a fonte atinge o consumo de 700mA em qualquer tensão selecionada ou a partir dos 5V, essa 'alavanca' 'passa para cima', indicando que o consumo de corrente foi aumentado, acionando o cooler e o LED amarelo. Também há outro ícone no display que serve como indicador de 'health' da fonte: um rostinho simpático formado por =] só que rotacionado 90º à direita. Quando essa 'alavanca' de corrente 'sobe', o rostinho simpático muda de =] para =O indicando o mesmo estado.

Funcionamento discreto: dificilmente o circuitinho da PR 1500 vai abrir o bico e chorar. Mesmo que você leve o consumo em teste ao limite dela. Vai acionar cooler? Vai. Vai aquecer? Claro. Mas abrir o bico?! Não vai. Isso porque foi feito para durar, foi feito para trabalhar sem chororô e sem frescura. Por isso é confiável.

Eventos de erro

Caso a fonte encontre algum problema na partida, durante a checagem que é impressa no display como 'Check things...', o LED vermelho se acenderá, bips serão emitidos até que a fonte seja desligada e o display exibirá a mensagem 'Restart now!'. Ao religá-la, o autoteste será refeito. Se o problema for eliminado, a mensagem 'Ready' será mostrada na tela, conforme partida padrão (fotos abaixo!) da fonte. O LED vermelho indica alguma falha e os bips servem como alerta sonoro para eventos como falha na tensão da linha, erro no circuito regulador, falha na lógica, curto-circuito na saída da linha, cooler inoperante ou girando com dificuldade, temperatura excedente no circuito regulador ou no interior do gabinete (indicaria falha geral, que poderia ser um dos trafos ou algum setor no circuito lógico) e falha na amostragem ou coleta de tensão. Todos os erros foram testados na bancada e a fonte se comportou conforme o esperado, suspendendo a corrente na saída de linha e emitindo todos os alertas.

A lógica é baseada no ATMEGA328P/PU, assim como os últimos projetos do tipo. Tenho gostado de trabalhar com esse MC por conta do custo e da facilidade de operação. Também pela rapidez e pelas inúmeras alternativas para se fazer a mesma coisa, isso é muito importante para quem pratica DIY. Claro que algumas atualizações serão feitas daqui em diante, visando melhorias na fonte e mais qualidade final. Mas assim como a maioria dos projetos daqui, a PR 1500 é um protótipo, e como tal, não deve ser avaliada como um produto final.

E mais uma vez, lixo eletrônico ganhando vida. De novos mesmo, somente o ATMEGA328P/PU e o display. Sem mais por enquanto, as fotos.


Painel frontal com LED power (verde) e display

Vista inferior

Painel traseiro com fusível, cabo AC e chave (odeio projeto feito às
pressas: sempre dá alguma merda encrenca que não tem volta. Nesse
caso, esse parafuso em cima deveria ter ficado na parte inferior, mas
eu medi tudo errado e o resultado está aí. Depois dessa, nem quis
abrir a furação do cooler nesse painel traseiro...)

Fonte sendo ligada 1

Fonte sendo ligada2

Fonte sendo ligada3: faz check in das tensões e estado da linha, aciona
cooler e verifica temperatura do dissipador e gabinete (interno)

Fonte sendo ligada 4: se passar nos testes, estará pronta para uso

Fonte ligada e pronta após os testes iniciais (note a informação
útil acima no display, indicando acionamento da ventilação auxiliar)

Esta era uma das tensões que eu precisava nos testes (note espaço
dedicado aos eventos na parte superior direita, ao lado de Ready!)

Tensão máxima da fonte

Tensão limite onde o cooler é acionado

Quando o cooler é acionado, o LED amarelo permanece aceso

Endereço restaurado, agradecimentos e boas novas a caminho!

Após um longo período utilizando endereço temporário - e causando muitas dúvidas a respeito da continuidade do diyPowered, visto que muita gente não encontrava mais o site - finalmente consegui uma hosting para hospedar os serviços novamente. Dessa vez, com a promessa de mais rapidez e até um SSL para ficar debochado. 

=]


A última hosting encerrou os serviços gratuitos que seriam para sempre e me deixou na mão com um monte de funções... Por isso até o diyPowered caiu. Agora é seguir testando essa nova network e torcer para não dar pau de novo.

Gostaria de deixar registrado meu agradecimento particular a todos os que acompanham o site e que me procuraram para saber o que estava acontecendo com o diyPowered, se fora encerrado ou não. Esses feedbacks só vem a somar e acrescentar mais vida e pureza ao diyPowered, que se cerca de boas pessoas e fiéis aficionados por eletrônica e projetos. Porque o propósito do diyPowered nunca foi fama, holofotes, lucro ou coisas do tipo. Tudo começou há muito tempo como uma forma prática de registrar projetos pessoais e ideias, sem qualquer cunho comercial ou profissional. Era meu diário de bordo, nada mais. Com a chegada do site como ele é hoje e o formato que assumiu, naturalmente atraiu pessoas afins e ainda assim, manteve sua essência. Quem sabe dia desses gravo um vídeo a respeito dessa história?!

Ao citar nomes em agradecimento, corro o risco de ser injusto com alguns. E é por essa razão que agradeço coletivamente a todas as manifestações recebidas.

Vida longa ao DIY!

Polimento de farol Chery QQ3 1.1 16V 2012 - como polir em casa

O tempo é o dono deste humilde e simplório site. Quando o diyPowered foi criado - lá em 2012! - a ideia era apenas e tão somente registrar meus projetos para mim mesmo. Depois, passei a escrever artigos sobre DIY, como iniciar um projeto, planejamento... ainda iniciei artigos com dicas de reparo, criei o Drive para compartilhar materiais de difícil acesso e até alguns projetos foram disponibilizados para quem quisesse produzir em casa - como o pisca alerta para moto, que até hoje tem downloads astronômicos.

De alguns meses para cá, passei a falar sobre o sapinho da Chery, o QQ. Chamo o meu de sapinho porque além de todas as características, ele ainda é verde. É um carro que me desperta muita curiosidade, e como entusiasta automobilístico não-boçal e não-clubinho, venho eu mesmo realizando várias manutenções em casa. Algumas, apenas estéticas - como as luzes dos controles dos vidros que ficam nas portas e não possuem os LEDs de fábrica. Hoje quero compartilhar um achado muito simples e funcional para quem tem farol 'de plástico' que já está embaçado ou amarelado pelo tempo. Lembrando que farol em perfeito estado de funcionamento (não basta acender, tem que iluminar!) é item de segurança obrigatório previsto em lei. E para os fora da lei, digamos que é importante para a sua condução em segurança, mané.

O produto é o Limpa Farol da PROAUTO, vem numa bisnaga de fácil aplicação e o resultado é excelente. Comprei para testar, sem acreditar muito que fosse dar um resultado bom. Mas como o farol estava muito opaco, qualquer melhoria seria bem-vinda. Apliquei conforme manda o fabricante, esperei os dez minutos e fui polir. Meu polimento foi à mão mesmo, sem ferramentas, com muita paciência e força.

A primeira aplicação deu muita diferença. Mas como sou xarope, lavei os faróis, aguardei secar naturalmente e reapliquei o produto em seguida. O resultado final foi surpreendente, realmente o farol ficou claro. O feixe do bloco ficou exatamente como deveria ser.

Não é jabá. Só quero compartilhar essa solução fácil com quem não quer gastar muito para ter um resultado bacana em casa mesmo. E antes que digam, não: a opacidade do farol não voltou após uns dias. Faz mais de dois meses que apliquei o produto e o farol ainda é o mesmo. Sobrou bastante produto ainda no frasco, caso seja necessário reaplicar. Sai mais barato do que fazer nessas botiques automotivas e mais barato ainda do que trocar os dois blocos ópticos.


Antes da aplicação

Detalhe do farol após a aplicação

Uma observação aqui: o carro já veio com essas lâmpadas brancas horríveis que pretendo trocar tão logo. Detesto farol branco, a menos que seja de fábrica. Quem é motorista raiz sabe que a visão humana interpreta e identifica de forma mais inteligente objetos refletidos por luzes amareladas quando comparado às luzes brancas. Ou você acha que as rodovias são iluminadas com lâmpadas amarelas à toa?!

Projeto Labrador - Mini Hi-End Mixer

Utilizando componentes discretos, acessíveis e fáceis de encontrar no mercado, o Mini Hi-End Mixer Labrador proporciona respostas de larga escala com toda qualidade que se é possível conseguir a partir de uma configuração prática e robusta

Para ilustrar melhor a finalidade deste projeto, retornemos alguns meses atrás na postagem onde falei sobre a configuração de um desktop que seria para produção musical. Bom, a máquina ficou um espetáculo mas como me mudei recentemente de uma casa (pequena) para um apartamento (menor ainda) optei por não trazer mais volumes e fiz uma troca com um amigo - aquele Jair, fornecedor de lixo eletrônico, lembra?! - numa câmera digital Fujifilm muito boa. Logo, a empreitada de montar o home studio foi naturalmente adiada e, somente agora, o fôlego começa a ser retomado. 

Mas voltando ao tópico e alguns anos no tempo para ilustrar melhor ainda a finalidade do projeto... 

Em meados de 2010, ainda morando em Itaguaí-RJ, comecei a gravar de forma grosseira e casual algumas músicas que já vinha compondo desde sempre. O resultado era razoável para quem pudesse saber como tudo aquilo estava sendo gravado. Daí entra o Léo na história - que na época era apenas um conhecido comum entre amigos - que ouviu aquele monte de hum, achou foda e quis saber mais. Nos encontramos duas ou três vezes na casa dele e enquanto eu prestava meus serviços técnicos em seu desktop - eu era técnico freelancer, depois técnico empresário; ele já gravava suas coisas também mas ainda não tinham dado a ele o mesmo valor que eu dei - a gente trocava ideias sobre música até que eu peguei o violão dele e toquei 'Fato Consumado'. Ele me pareceu espantado por isso e até hoje não sei o porquê. As semanas correram até que começamos a brincar lá em casa, voz e violão e baixo. Ele é o baixista mais criativo que já ouvi e para encurtar essa prosa que durou quase três anos entre dois discos gravados, muita história, equipamentos adquiridos em parceria, muitos DIY, uma banda formada e alguns shows importantes - como na minha despedida, que tocamos no Teatro Municipal da cidade; e alguns dias depois eu já estava morando aqui no Sul - isso sem falar nos fortes laços de amizade que criamos, eu - ou a música? - decidi que passava da hora de voltar a gravar. Depois que me mudei pro Sul compus algumas coisas muito interessantes mas não tive ainda meio$ para gravar. Criaram essa crise aí e tudo ficou mais difícil. Também tem o fato de que meus horários no trabalho novo são mais complicados para dedicar tempo para projetos paralelos. Depois de pesquisar o que seria mais barato e razoavelmente viável entre comprar uma mesa de som decente - em torno de R$ 450 - ou mandar vir pelos Correios uma mesa de som dos anos 90 que utilizamos bastante na banda - em torno de R$ 80 - optei por uma saída diferente: decidi criar a minha mesa de som. Opção louca que me encheu de ideias para conseguir um timbre que nenhuma mesa de R$ 450 me proporcionaria, e menos ainda a nossa mesa dos anos 90. Com essa premissa, nascia o Projeto Labrador.

Porque Labrador? 

Labradores são criaturas fantásticas: inteligentes, robustos, companheiros, naturalmente prestativos... basicamente por estas razões. E eu tenho um labrador caramelo de pouco mais de um ano chamado Cícero, para quem puder interessar. A ideia por trás do Projeto Labrador é fornecer o máximo de qualidade no áudio com recursos extras como saída para monitor, saída para fones de ouvido, três indicadores 'peak level', equalizador de três bandas no canal 1, canais 2 e 3 com equalização flat e um timbre exclusivo. Tentei encaixar no projeto o recurso de efeito externo (SEND/RETURN) mas o espaço interno e do painel foram fatores mais que determinantes para que eu desistisse da ideia. Simplesmente não haveria espaço para mais três potenciômetros e mais dois jacks P10. Em todo caso, saídas para fones e monitor são mais efetivas do que o efeito externo.

Características principais

  • Um canal dedicado com equalizador de três bandas, peak level e controle de ganho
  • Dois canais flat com ganho fixo
  • Saída dedicada para monitor com peak level
  • Saída dedicada para fones de ouvido
  • Saídas independentes com controles de nível L + R e peak level
  • Attenuator dedicado por canal com LEDs indicadores
  • Utiliza qualquer fonte (de qualidade) que forneça pelo menos 350mA e tensões entre 9V e 12V (efetivamente, funcionaria entre 5V e 15V mas por questões de dissipação interna e da corrente dos LEDs, foi fixado um limite mais razoável)
  • Baixíssimo nível de ruído, som presente e com profundidade
  • Gabinete sólido e completamente blindado
  • Conexões internas com cabos blindados e otimização total dos GND
  • Potenciômetros lin e log de qualidade
  • Esquema enxuto utilizando componentes baratos, discretos e eficientes
  • Consumo extremamente baixo (poderia ser utilizado com pilhas e baterias)
  • Tamanho reduzido tornando o projeto facilmente adaptável aos menores espaços

Fonte interna automática e eliminação de ruídos

Para minimizar os ruídos - irradiados ou não - algumas medidas preventivas foram adotadas. Em todas as tomadas +Vcc dos módulos pré-amplificadores e da própria entrada via jack P4 há desacoplamento com filtragem extra, nenhum cabo de energia se sobrepõe aos cabos de áudio e vice-versa; há total isolamento* entre os circuitos com barreiras físicas e lógicas, a fonte de energia é externa para reduzir quaisquer chances de ruídos; interconexão em massa de todos os pontos GND sem exceções, filtros contra cliques, chiados e ruídos em todos os jacks de entrada; filtragem coerente e utilização de circuitos clássicos de associação de resistores e capacitores para eliminar interferências e ruídos.

* fonte própria traz chave de isolamento de massas (terras, GND) entre a fonte e o mixer proporcionando total controle do acople e desacople quando em condições desfavoráveis de uso - essa fonte faz parte do esquema do projeto que não foi finalizado ao mesmo tempo que o mixer, mas nada impede que seja finalizada daqui algumas semanas...

O desenvolvimento do Projeto Labrador incluiu meios de reaproveitar fontes de sucata ou de aparelhos que são descartados rotineiramente como modem, roteador, switch e periféricos em geral. Todo o esquema funciona perfeitamente com tensões entre 9V e 12V com correntes mínimas de 350mA - tensões e correntes facilmente encontradas nessas fontes.

Ajustes e finalizações do projeto ocorreram em dois dias cansativos para conseguir um áudio final limpo, pesado, presente e maduro - algumas características dos melhores equipamentos já produzidos até hoje e que possuem mais de 30 anos de idade. A mesa de som dos anos 90 que falei anteriormente possui algumas dessas características e sem sombra de dúvidas pretendo restaurá-la um dia. Nem que seja somente restaurar por restaurar, terapeuticamente falando.

Attenuator

Três chaves com seus respectivos LEDs indicadores de ativação controlam a atenuação dos sinais nas entradas dos canais. Isso servirá, basicamente, quando se alterna a conexão entre fontes ativas e passivas, tornando a tomada de sinal coerente quando o controle de ganho não for suficientemente eficaz. Dessa forma, os sinais se manterão íntegros e sem deformações, o que é mais que desejável - e obviamente obrigatório - para produção musical.

Lixo eletrônico?

Sem dúvidas. Os mais atentos notarão que se trata de uma carcaça de CD-ROM. Para blindar a parte da frente do gabinete, que é naturalmente aberto para saída e entrada da bandeja, soldei uma tampa metálica que retirei da baia de um gabinete ATX. Fiz a mesma coisa na parte de trás, deixando espaço apenas para a conexão da fonte. A montagem é sólida, baseada em minúcias técnicas para eliminação de ruídos e para conferir boa resistência física. Com exceção dos potenciômetros, knobs e jacks P10, tudo é sucata - nova ou usada. O painel nem seria impresso, na verdade. Pretendia deixar 'no ferro' mesmo, para aparentar mais ainda com algo manual foi impresso e afixado mas não me convenceu, mesmo que tenha ficado bem legal. Logo, não hesitei em arrancar tudo e deixar 'no ferro', com cara de mau, focado em qualidade sonora e não em aparência. Assim como foi com o Vintage Pro II, o Projeto Labrador se destaca dos demais pelas características técnicas apuradas, foco na qualidade dos componentes e do projeto em si sem se preocupar tanto com a aparência física externa. Aqui entra a mesma pessoinha que me ajudou com este projeto e com este também: ela quem fez todo o painel do mixer de forma livre, conferindo todo um charme DIY pro aparelho. Então, sem mais delongas, algumas fotos do projeto.


Dia da furação do painel (com verba, ficaria
muito bom)

Painel montado (detalhe do canal 1 com eq)

Detalhe do attenuator (detalhe dos volumes do
monitor com peak e dos fones)

Painel traseiro com a chapa soldada, entrada para
fonte de alimentação e título do projeto

Conexão da fonte

Attenuator ativado nos três canais (LEDs indicadores)

Testes finais do projeto (sensacional!)

Como ficou a lateral? Assim.

Resultados excepcionais para custo baixíssimo

Log do projeto

02/11/2015 - Esquema elétrico definido
03/11/2015 - Iniciado planejamento do painel, características de timbre e auxiliares; em estudo indicadores visuais, suporte para monitor, fones de ouvido, efeito externo e balanceamento
15/11/2015 - Características definidas, aquisição de componentes críticos que estavam em falta e marcação do gabinete para furação e início da montagem
15/11/2015 - Gabinete furado e todas as funções foram definidas; silk do painel sendo gerado e montagem dos circuitos será iniciada
17/11/2015 - Esquema elétrico atualizado; fonte com design robusto e confiável com filtros AC/DC concluída; será iniciada a regulagem e distribuição das tensões para os circuitos dos pré-amplificadores
20/11/2015 - Iniciada a montagem dos pré-amplificadores, seleção dos LEDs indicadores, disposição dos componentes internamente e criação da arte do painel; ainda não definido o aspecto final do gabinete, mas provavelmente terá uma cara vintage =]
21/11/2015 - Boa parte do dia dedicada ao projeto rendeu toda a parte de pré-amplificação, equalizador, botões e indicadores LED; próximas etapas é conferir tudo, ligar os pontos +Vcc e fazer as primeiras audições e testes finais
22/11/2015 - Primeiros testes efetuados com rendimento muito próximo ao esperado; alguns ajustes já foram feitos para obter o melhor sinal possível (testes com violão elétrico e microfones) com a maior qualidade que conseguir tirar do circuito; painel afixado, LEDs definidos e já montados; falta finalizar a alimentação, fixar o botão POWER e ajustar alguns detalhes do painel para concluir o projeto
25/11/2015 - Finalização do projeto com fechamento do gabinete, medições finais de ruído aparente/cortes/consumo e outras coisas importantes para mim; esquema elétrico atualizado para arquivo pessoal;
26/11/2015 - Projeto Labrador publicado!

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